sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

                  
     

                           De volta ao mundo físico


 Aqui estamos no final desse ano que esfria. Retornamos para o mundo físico, que já era nosso plano desde que criamos esse blog. O zine está aí nas ruas. Papel contestatório, arte marginal muito longe de ser uma revista. E é assim que queremos.
O prazer de grampear, xerocar, traçar desenhos, colar. é como a montagem de uma escultura. Pouco a pouco vai tomando forma.
Sem pretensão de tiragens enormes. é pra chegar onde deve chegar. Para quem merece chegar. Espero que você seja um deles. É um zine feito por quem deve fazer um zine: um fã. É isso e só.O blog permanecerá como o espirito que ronda, mas de uma maneira diferente do que normalmente acontece, será ele que alimentará o físico.

                            G. Burkhardt






EM NOME DO MEDO- A BRAZILIAN TRIBUTE TO MOONSPELL

     Confesso que sempre achei o vocalista do Moonspell, Fernando Ribeiro, um chato de galocha com papos intelectualóides parecendo querer impressionar nas entrevistas e se mostrar como alguém muito culto.Como não consigo separar o criador da criatura, o resultado é que nunca dei muita atenção à banda. Por isso precisou de um time de peso, de grandes bandas do Metal brasileiro para reatar minha atenção ao Moonspell. E isso elas conseguiram com toda a certeza.
Força mostrada logo de cara com duas faixas extraídas do Under Satana, onde o Malkut daqui de Pernambuco, conseguiu dar uma crueza e maldade em Tenabrarum Oratorium muito maiores do que a original e o Capricornian com Opus Diabolicum , conseguiu colocar melodia num vocal sujo  onde a “letra”na original é mais narrada. 
             O Pátria não poderia ter escolhido tema melhor do que Wolfshade que ficou perfeita para seu peso e sua peversidade Black Metal. É o mesmo caso do Soturnus que tirou uma música do mesmo disco “Wolfheart” e sabiamente adequou para seu estilo vocal hora esganiçado hora mais melódico.                 Agora, sem sombra de dúvidas o Malefactor produziu uma obra prima com uma enjurrada de  riffs tradicionalíssimos e fez de Alma Mater um dos momentos mais  arrepiantes desse tributo. 
           Do álbum Irreligion o As Dramatic Homage trouxe toda sua áurea progressiva em Full Moon Madness, outro momento máximo do cd, principalmente ao recitar parte da letra em portuguê. Já o Silent Cry passa um pouco morno com uma versão nada a acrescentar de  Opium
         O Hellight, uma das maiores entidades do Doom Metal brasileiro, mais uma vez, assim como em outras interpretações como já fizeram do Sabbath, Pink Floyd, Queen e até Neil Young, colocaram sua personalidade de forma  impressionante e com isso transformam tudo que pegam em uma música pesadissima e melancólica como o Doom tem que ser. E mais uma vez o Irreligion passa a ser bem representado. O Ravenland transformou a moderninha e meia dançante Magdalene, numa canção de clima gótico pesadão e ficou fantástica com as participações da percussionista oriental e tribal Bety Vinyl e da vocalista Naiça Mel que cantou em trazendo um clima bem oriental à música.
          O Veuliah com In And Above Men volta enfatizando o lado negro do Moonspell com uma versão até certo ponto crua mas com muito clima.  E Alex Voorhees vem com um pegada quase industrial/gótica para From Lowering Skies elevando a música com toda a sua experiência vocal.
          O Apocalyptchaos com Everything Invaders não muda muito na estrutura do original, apenas acrescenta mais peso, bem mais. E mais uma vez o termômetro emocional sobe com a versão de The Southern Deathstyle do HateEmbrace também de Pernambuco que no meio da música muda completamente o arranjo para uma percussão com clima nordestino, algo que a banda já vem testando desde o seu último lançamento Sertão Saga.E funcionou muito bem levando para a música um clima bem ritualístico. 
        Seguindo com a pancadaria de  Inner Demons Rise (PE) tocando com maestria Finterra e mantendo toda a agressividade do original. E quando tudo parecia definido, O Kataphero traz o que para mim éa música do cd, mais densa, bonita e sem esprança, com clima de desamparo principalmente quando entra o vocal feminino. E a banda optou em fazer a versão sem que alguns integrantes tivessem sequer escutado a versão original, o que eu acho que contribuiu muito para a originalidade da faixa e talvez por isso Once it Was Ours ficou essa obra prima. 
          Depois vem o deathão pesadíssimo do Obskure que tratou Night Eternal com a brutalidade que eles tratam a maioria das músicas que se propõem tocar. E ficou foda. E o Raiser com Lickanthrope fez, digamos assim , o seu dever de casa.
          Terminando a obra, uma das revelações de 2014 o projeto Burn In Pain de Alcides Burn vocalista do Inner Demons Rise e Danilo Cabral do Malefactor que fecha o trabalho com a música Em Nome do Medo, e simplesmente arrepia,trazendo outro grande momento e fechando o cd com maestria e classe com a mistura de melodias e desespero que essa música ampara.
              Uma produção da Heavy and Loud Press e The Burn Produções de Alcides Burn que também é designer e também contribuiu para a capa, com uma belíssima e negra ilustração onde a figura fantasmagórica está acompanha de um lobo ibérico e um lobo guará, representando a aliança luso-brasileira nesse que é sem dúvida um dos melhores tributos lançados no Brasil e talvez no mundo levando-se em conta a qualidade das bandas e suas interpretações me obrigando a ser  ser fã do Moonspell.Mais uma vez eu digo: pena que não vai sair o físico.

                                                                                 G. Burkhardt




AGRESSOR – DEMISE OF LIFE

      Quando em 80 tive contato com o Agressor através da demo Destruição Metálica, logo aquele Thrashão com letras mais politizadas e um vocal meio hardcore, me pegou na veia. Porém na segunda demo Kill Or Die optaram por cantar em inglês. Aí peguei uma longa briga via correio, onde no envelope da primeira carta escrevi em letras garrafais: Speak Portugueses Or Die, numa alusão ao disco do S.O.D. que fazia sucesso na época. Entre discussões que duravam meses para serem rebatidas já que o sistema era o de carta, o tempo passou e em 2010 dei uma sacada no cd Victim of Yourself de 2006 e percebi que apesar de tantos anos a pegada furiosa continuava a mesma. Voltei a entrar em contato com Paulo,(baterista e fundador da banda), agora claro, pela internet e até rimos daquele tempo de discursões sobre idiomas no Metal. Mas essa introdução é apenas pra entendermos como é importante alguém ter uma história e mais do que isso se manter durante tantos anos com dignidade e força. Por que se é uma coisa que o Demise of Life lançado em 2014 tem, é força, com aquela pegada Agressor, que quem acompanha a banda desde os primordios sabe do que estou falando. O prazer foi maior quando vi em meio as tijoladas ,Morte Em Vida, Belo Morte e Terra Sem Lei, petardos atirados em português e de forma magistral  para mostrar que as letras inteligentes, críticas e altamente cotidianas do Agressor continuam intacta e que são facilmente captadas e interpretadas na nossa língua. Gosto de pensar, na minha peitica (expressão nordestina para persistência), mesmo podendo ser presunção minha, que o retorno dos nossos contatos em meio a fase de composição , tenha inspirado a banda à voltar a compor na nossa língua. Água mole em pedra dura...Mas não importa se é em português ou inglês, porque é Thrash de primeiríssima grandeza. Produção da própria banda ,prevalecendo peso e timbragem e arte do encarte  com letras que tratam de meio ambiente, política, corrupção e temas ligados principalmente a sociedade brasileira e que se transforma num belíssimo pôster, traz ainda mais vontade de ter esse cd físico.A formação conta com Paulo com um Vocal fuderoso e bateria furiosas (único remanescente original da banda), Alexandre  nas belíssimas guitarras solo & base, backing vocal, Gustavo Lima no baixo e Zaror nas ultras guitarras base. Ispique portchuguise or daí !

                                                                                   G. Burkhardt



IAMÍ – LUZ E SOMBRA

           É interessante observarmos que o Black Metal é o subgênero mais diversificado dentro de tantos no Metal e isso soa um tanto estranho já que é o que possui um público mais radical. Mesmo assim temos escuridão para todos os gostos com diversas formas de expressão dessa música negra como os sinfônicos, raws, Darks, atmosféricos e tantas vertentes mais. Para quem está familiarizado com investidas mais dungeonsynth, ou seja, aquelas paisagens atmosféricas a base de teclados, o Iamí segue muito nessa vertente, mas com a maioria das faixas mais ríspidas. 
       O Iamí já lançou a demo Crença Profana em 2013 e é o projeto do Paranaense de Maringá, Rômulo Machado, que tocou todos os instrumentos, escreveu as letras, fez o designe da logo, desenhou a capa numa tentativa de ter total controle da sua obra, já que como que explica o artista no realese que veio junto com o cd e que ajudou muito na compreensão e respeito à obra, já que para mim particularmente não é uma música que me conquista de cara, mas que conseguiu seu intento ao me fazer perceber que a intenção da obra é expressar a sua arte sem preocupação de ser o mais original ou ter que nadar a favor da maré. Ou seja: o Iamí é mais uma das vantagens da nossa independência com a morte das grandes gravadoras e o acesso à tecnologia de estúdios caseiros e que só nos libertou para nos expressarmos da maneira que quisermos afinal o conceito principal do Black Metal é a liberdade. 
            O Ep possui seis músicas: Crença Profana, Lamento, Rito Iniciático (para mim a melhor), Orvalho Crepúsculo (só teclado), Cura e Magia e Quietude (também a base de teclados). O cd vem em digipack, uma arte simples em preto e branco, mas de muito bom gosto. Apoio sempre um trabalho como esse, sério, com a filosofia dos espíritos livres.

                                                                       G. Burkhardt




CRUSHING AXES – UNDEAD WARRIOR

           Você está naufragando na net e de repente se depara com um link assim: “Novo trabalho do Crushing Axes para download”. Aí você baixa para conferir e saber se vale a pena para resenhar no zine e se surpreende com a qualidade da gravação, desenho de capa ducacete e som pesadão sem pressa, onde a tensão é mais importante do que a velocidade. 
       Vocalzão forte meio negro e descobre que com exceção da bateria/baixo, todo o trabalho instrumental é feito por um cara chamado Alexandre Rodrigues e que a banda/ projeto dele, já tem dez, é dez CDs lançados virtualmente! Aí você vê a quantidade de trabalhos que estão aí nos subterrâneos “perdidos” nessa dimensão virtual. 
           São seis músicas, como já falei, sem pressa, Death and Honour vem compaçada com o peso e trabalho de bateria muito bom, Road Warrior começa mais rápida e depois volta à lentidão, King Ground tem o melhor riff da obra e vocal mais gutural, o baixo se amostra em Altar Stone, por sinal o peso desse instrumento é um dos pontos fortes dessa obra, Painted People é a mais calma do Undead Warrior com belíssimas guitarras fazendo a melodia e Hear The Sacrifice se apresenta com aqueles riffs ganchudos. 
           Puro tesão Heavy Metal, vontade de fazer as coisas, mesmo com as dificuldades de mercado como a quantidade de lançamentos, o desinteresse de um novo perfil de bangers que não valorizam o físico, e outros obstáculos no mundo supérfluo e virtual em que vivemos hoje em dia, mas que não desestimulam empreitadas como essa. Ainda bem que tem gente teimosa e decidida a não deixar sua produção artística para si mesmo.

                                                         G. Burkhardt



PRIMORDIUM – TODTENBUCH

            Os mistérios e ocultismo da civilização egípcia sempre inspiraram bandas no Metal. Dio, Iron Maiden e mais fortemente o Death Metal do Nile até o Pernambucano HateEmbrace. Em Natal essa temática foi trazida a tona de forma magistral com o cd “Todtenbuck” da banda Primordium lançado em 2014. O cuidado com o trabalho vai além das músicas. A capa feita por Sandro Freitas se transforma num mini pôster com uma arte fantástica e ainda no verso contém todas as letras, além das faixas numeradas da forma que os egípcios representavam os números. Detalhes que favorecem e dão maior credibilidade para acompanharmos melhor a temática da banda. E musicalmente falando, que é o fator mais importante desse produto, o cd já começa com a música título instrumental com sons e instrumentos nos carregando logo para paisagens desérticas para emendar com um riffão carregado e maldoso de Curse Of Imhopet, veloz com uma paradinha no meio com um coro meio cinematográfico. Mummified mantém a aspereza e o clima com passagens quase Doom. Gates of Restau também muito brutal, Legion tem como destaque um violino de arrepiar tocado por Ariane Salgado, Transcending mantém o peso, Khumunu é instrumental trazendo além de percussão étnica e instrumentos atípicos, um belo dedilhado tranqüilo dentro de uma obra tão agressiva. Depois como uma praga destruidora Glory Of Rá acorda o ouvinte como para lembrar que aquilo é um disco de Death Metal e segue de forma épica com Pillars Of Eternity, Negativa Confession e Osíris fechando com uma das melhores bases do disco. 
        Grande vocal de Gerson Lima, Guitarras, Didgeridoo (instrumento de sopro dos aborígines australianos) de Lux Tenebrae, João Felipe Santiago nos teclados e Augusto Cesar na Batera. 
           Agente percebe logo quando uma obra é feita com muito cuidado e pesquisa, tratando de temas muito distantes da nossa realidade, mas sem trazer aquele incomodo de trabalhos feitos nas coxas e de forma amadora. Um trabalho foda, feito sobre um grande conceito.
                                                            
                                                             G. Burkhardt



METAL COMANDO – DEMO 1

          Sabe aquele Metal na sua essência de ser simplesmente Heavy Metal ? Nostálgico até a veia. Banda pra show com cerveja e punhos cerrados e coro em uníssono de “Metal, Metal, Metal !!!” Não é o tipo de letra que gosto, na verdade mesmo em 80 foram poucas as letras de ode ao Metal que eu gostava, raras exceções como “Guerreiros do Metal” do Korzus e outras que gosto mais por relembrar momentos de luta por espaço que como pioneiros enfrentamos em 80. Mas musicalmente as músicas empolgam na sua estética metálica como Ataque Heavy Metal que tem bases fortes e legais, Vítimas da Podridão fala de guerra e Hail Headbanger encerra a demo no clima de amor ao Metal. O aspecto que precisa ser melhorado é no vocal do grande guerreiro e batalhador do underground nordestino, Thiago Pires, que tem muita força e garra, mas precisa ser “domesticado” para cantar esse estilo. Complementam o exercito, TKildare Dekzaell – Guitarra/vocal, Magno Guimarães – Guitarra e Gleyson Barbosa –bateria. O baixo contou com Sérgio Monteiro como convidado. 
             A demo foi gravada ao vivo em estúdio em Campina Grande- PB e só fizeram 50 cópias para divulgação da banda. E já prometem uma Demo 2, já que a procura pelo som da banda está grande.

                                                                                  G. Burkhardt



BURNING TORMENT – DARKNESS REBORN – DEMO

           Mais uma avalanche de riffs e maldade de um estado que impressiona com a sua brutal produção. De Fortaleza berra com ódio o Burning Torment que lança sua demo em 2014. É um Deathão sem concessões com o vocal podrão de Luís Paulo dos urros ao esganiçado, baixo pesado e marcando presença de Alexandre, guitarras no talo de Ednardo e a bateria violenta de David que deixou a banda logo depois dessa gravação e talvez por brigas internas não consta nada no material gráfico. Não há misericórdia, não há teclados para amenizar a crueza. A produção deixou o som bem redondinho e pesadão, mantendo o nível em todas as 05 faixas.
 The Pain Is Coming, Feeding Hatred , Night Of Terror, God Is Dead e In Prase The Devil são despejadas sem dó nem piedade, deixando a certeza de que um full leight ira matar e massacrar os ouvidos menos experientes. Destaco In Praise The Evil que nos castiga com toda a brutalidade, mas tem uma melodia escondida entrecortada com vocais mais rasgados e riffs ganchudos que botam moral e termina como todo bom disco tem que terminar: com agente acionando novamente o play.

                                                            G. Burkhardt




BRUTAL MORTICÍNIO – OBSESSORES ESPÍRITOS DAS FLORESTAS AUSTRAIS

        Logo após uma introdução enigmática, que parece ser um ritual indígena, a sensação de poder que a banda emana em Não Darei A Outra Face, nos domina de imediato, o refrão muito bem vociferado por Tormento, também guitarrista, é ainda mais acentuado por ser em português e com uma letra foda, um conceito pagão inteligentemente escrito.
        A próxima, Eterno Sofrimento de Cuauthemoc é épica, mesmo com pouco mais de 5 minutos pelo clima proporcionado pelo instrumental e principalmente a letra. É de arrepiar a forma que falam de uma grande figura histórica da época da colonização massacrante dos espanhóis nas Américas. Evocando os Espíritos Obsessores das Florestas Austrais começa com um dedilhado para ir ao encontro de um peso lento e clima morto. Tão morto que chega a ser opressivo. Vingança Ancestral já leva na cadencia um clima meio gótico, com certeza a mais “acessível”, um leve descanso para espíritos esgotados prolongado com Anacrônico Tempo, Obsolescência da História, uma faixa curta instrumental. Aí a obra prima começa a caminhar para o final com dois bônus Densas Névoas das Profundezas e Estúpido e Podre Homem Podre Cristão.

            O grupo optou pela crueza até na sua formação, pois  colocou teclados (tocados por Tormento) quase imperceptíveis, tanto que analisando no meu sonzinho Philco não percebi de cara, diante do peso e brutalidade desse grande power trio. Aqui o que se vê realmente são quatro cordas de Mielikki trazendo o grave em honra ao peso e os tambores de André Rodrigues aumentando a rispidez classuda desse trio que impressiona pela qualidade e sabedoria para produzir uma obra suficientemente má e que nos faz refletir para que tanto se com muito menos se chega a um Grande. Foderoso Black Metal!
                                                                         G. Burkhardt









Na década de 80, Punks e Bangers estavam se matando nas ruas. Embora não admitissem, no fundo, estavam brigando por música e não por questões ideológicas. E o pior é que muitas bandas na época, como o Crude SS e o Motörhead já fundiam os dois mundos nos seus sons. Por isso na época criamos essa coluna chamada união.





AÇÃO DO KAOZ – SPLIT – LEI DO KAOZ E AÇÃO LIBERTÁRIA


             Esse split reúne a Lei Do Kaoz de Pernambuco e o Ação Libertária do Rio Grande do Norte. Ambas têm fortes características crossover a primeira mais Thrash e a segunda mais Hardcore. Poderiam estar na coluna Pandemonium, mas a atitude mais punk é o que faz esse trabalho estar nessa coluna. Estão sempre envolvidos em movimentos das periferias de atitude faça você mesmo e participando de eventos para melhoria de comunidades das suas cidades.


Lei Do Kaoz






        Cada uma contribuiu com três músicas inéditas. A Lei do Kaoz abre os trabalhos com riffs totalmente Thrash em Ditadura Nunca Mais, seguida da irônica pancada Big Bosta, onde detona o programa que mais vulgariza a privacidade das pessoas e finaliza com a irada Anti Playboy. 

            Se as pancadas da LDK já empolgavamquando entra Até Quando? da Ação Libertária o trabalho explode de vez. É um Hardcore empolgadíssimo, é roda, roda e roda. Saltos do palco, mergulhos mortais. É só essa imagem que me vem à cabeça. Aí vem Todo Poder Cai que aumenta a energia com uma letra fantástica e melhor refrão de todos. E encerra, infelizmente muito rapidamente (no sentido de tempo) com Tripalium 2.0 que tem algo nos vocais da lendária e ainda na ativa, Armagedon de SP. 

Ação Libertária


           Grande reunião de duas bandas com sons bem originais e que encontraram uma sintonia perfeita para nos entregar um grande trabalho e um dos melhores splits de 2014. Prometeram lançá-lo na forma física e se depender de mim, sou o primeiro da fila.
                                                                                



                                                                                                                                                         G. Burkhardt






AORTA – ACORDE  – PE

  
     Som Punk, não pesadão, mas essencialmente  Punk. Vindo do bairro de Afogados- Recife. Com uma introdução muito legal que não tem nada dessas vinhetas chatas  ou sons eruditos, tem cara de música mesmo com gritos de “Acorde, acorde, acorde !!!” já iniciando com muito pique o cd e nos preparando para a  Luta Social(Tudo Para Todos) que ”abre” o trabalho, seguida de Auto-Estima, Preservei e mais um apanhado de 12 sons no total, alguns rápidos outros cadenciados mas sempre convidativos para o pogo.
 
            A banda tem como vocalista Pesado, que já foi frontman do hardcore Câmbio Negro, Caru Metal e Junior nas guitarras, Eduardo no baixo (que tem umas boas sacadas e dá um molho a mais na banda) e Neto na batera. Destacaria no disco O Sol Nasce e Ânsia e Medo (com participação de Davi da Nação Corrompida), ambas com cerca de 1 minuto e por terem uma pegada mais hardcore  chamando agente pra se matar na roda. 
         Nervoso e ao mesmo tempo divertido como deve ser um bom disco Punk.


                                                                      G. Burkhardt




Grande e muito bem escrita letra do Brutal Morticínio que trata da história do grande lider asteca Chauthémoc, último governador da cidade de Tenochtitlán e que ascendeu ao trono justamente quando a sua cidade estava sendo sitiada pelo invasores espanhois. A música faz parte do cd  Obsessores Espíritos das Florestas Austrais.













Abrimos esse espaço pelo valor histórico de certas gravações. Falaremos tanto das bandas novas, quanto das velhas conhecidas, pois nos sentimos atraídos pela autencidade que sempre marcou o som UNDERGROUND.”
Assim estava escrito no Acclamatur de 1986 e é assim que vamos conduzir o Subterraneus aqui no blog. Vamos considerar tanto as gravações boas quanto as gravações mais toscas ou mais simples de bandas que por falta de experiência ou por morarem longe de grandes centros, sem acessibilidade a bons equipamentos fazem o possível para registrarem o seu som com um único sentimento: FÚRIA! E FÚRIA é o que mais importa. Portanto, promos, lives, demos antigas, fúrias esquecidas no tempo e que valem serem resgatadas para mostrar autencidade e sinceridade ao Metal estarão aqui para os arqueólogos vasculhem nos registros arkashicos.





ATO-ATROZ – O TUMULTO E O VAZIO

    Vando Sujeira, o hombre por trás desse projeto tem um background punk, já que é baterista do Pröjjetö Macabrö e isso é claro ressoou nesse trabalho tanto na urgência da música, no conteúdo contestador das suas letras e na ideologia do “faça você mesmo”. Mesmo que esse você mesmo possa cair na tosqueira tanto de gravação (o que não é o caso, já que tudo está bem audivel e equilibrado), quanto do material gráfico. 
           A capa com uma ilustração legal chega ao ponto de atitude alternativa, que as informações da demo são escritas no verso à mão, de caneta. Mas como minha ideologia concorda que ao menos se inicie alguma coisa e que com o tempo o artista vai encontrando meios de burlar a falta de recurso, sem se vender e com criatividade vai melhorando seu material, isso se  ele realmente quer melhorar. Porque, muitas vezes a tosqueira é também uma proposta artística, que muitos em tempos de protools não entendem. Mais e a música? Puta que o pariu! É forte, a gravação a deixou pesada, é urgente como já falei. O vocal de Sandro ficou muito bom. Promovendo Guerra, O Prisioneiro, Única Certeza e O Tumulto e o Vazio são músicas principalmente pra se ouvir ao vivo. Um trabalho que adquiri às cegas pelo respeito que tenho ao Pröjjetö Macabrö e me descobri sorrindo diante de tanta determinação em fazer barulho. Inteligente e podre. Ou seja: perigosíssimo.

                                                                      G. Burkhardt




DESALMA – ESPIRITO DE PORCO

            Alguém que gosta de estragar o prazer e diversão de outra pessoa é chamado, principalmente no Nordeste de espírito de porco.
         A capa bem sacada, estilo xilogravura, com um porco de chifres bem satanizado é ao  mesmo tempo irônica e forte, como a filosofia dessa banda de Hellcife.
        Desalma  já é  “consagrada” e mesmo assim por opção artística, o que prova a sua autencidade ao underground, resolver fazer esse ep de forma totalmente caseira, desde o material gráfico da capa até o cd sem rótulo, Esse trabalho me foi entregue no dia em que tocaram no Ecco Sound Festival em Recife, talvez daí a urgência de trazer de qualquer forma um material novo.
A banda é extrema, onde a tônica é a pancadaria, passando pelo grind, harcore, Thrash, Metal moderno e tudo o que possa incomodar os ouvidos menos treinados. Um avant para sentirmos o que vem por aí em termos de sonoridade. São 03 faixas, C.U. que me desculpem o trocadilho, é dukaralho, Autodestruição e Espírito de Porco com a caceteada em total descontrole. E tudo em nossa língua ! E foda-se o resto !



                                                             G. Burkhardt















             O ano: 2009. O ambiente: as escuras quentes e esfumaçadas ruas do Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, mas que esconde crimes, tráfico de drogas, perversidades humanas construídas e cultivadas durante séculos como um mal antigo ancestral, mas contendo na sua essência a decadência do tempo renovando a natureza. 
        Em meio a esse ambiente surgiu a forma do Velho de coração primitivo saindo furtivamente das trevas e ao mesmo tempo se mantendo nela, resgatou antigas canções escritas pelo músico/poeta Thiago Caronte que se aproximou para trocar experiências sonoras com Tiago Splatter, baterista. Sendo convencido de que aquela entidade secular deveria esvaísse da escuridão par o mundo físico.               Para isso precisou agregar  Valéria Tenebra, Guitarrista e Raphael Chaos no baixo. Para produzir o artefato sonoro, Vida Longa Ao Primitivo , regado de 05 incômodos esporros insanos, onde a crueza doentia do instrumental se equilibrava de forma inexplicavel com as letras de uma beleza desesperadamente obscura, atraindo instantaneamente a atenção de ouvidos livres  por todo o país.
                E foi em dezembro desse mesmo ano na aglomeração de seres noturnos,no evento chamado Kulto Austral que os quatro se apresentaram pela primeira vez para as hordas. Logo foi percebido o diferencial do contexto do Velho, onde o único caminho, misantropicamente falando, era não repetir a mesma história, não deixando mais um ano esfriar como em um eterno coma induzido. 

        Mas mesmo com a aceitação da expressão negra artística muito forte, o ano de 2010 foi um tanto frio para todos,  já que o coma induzido pelo próprio Velho só os trouxe ao palco em 2011, agora como um trio com a saída de Tenebra e Chaos, esse último sendo substituido por Rafael Lopes no baixo.
         As histórias dessa energia antiga viva, continuou crescendo e se espalhando, surpreendendo até o trio que começou a ser obsidiado por espíritos querendo ouvir aquelas mensagens ao vivo. As apresentações rituais caoticamente organizadas pelo Velho tirava do marasmo as mentes daquelas almas livres.
              
         A tríade novamente começou a registrar as novas produções da arte negra contestatória para culminar no renascimento em 2013, no desenrolar cíclico do registro “Senhor de Tudo”. Embora parecesse que não deixariam uma trilha sem pegadas pela busca do poder real, chegaram sem dúvida perto dos portais da loucura, por isso mesmo muito próximos do Senhor de tudo. 

           O antigo cresceu, felizmente não a ponto de se aproximar muito do presente ou já definir o futuro, mas o ritual, as noites mágicas em cima e a frente dos palcos  em 2014, levou o Velho a uma viagem iniciatica pelos confins do Brasil, de Norte a Sul, Sudeste e Nordeste, a estrela do caos brilhou a ponto de gerar físicamente um registro acompanhado de outra entidade, Caverna, numa catarze de total troca de energia e Poder Real. Sob o Ciclo de Ouroboros é um registro desse momento em palco frente a um público onde  a troca de energia cíclica é necessária para manter e perpetuar as leis que o antigo plantou.














                                                                        G. Burkhardt






ACCLAMATUR é : Guga Burkhardt & Nina Burkhardt
Diagramação e Ilustração das capas, colunas Videre, União e Contos Mórbidos: Guga Burkhardt
Agradecemos à todas as pessoas que estão conosco todos esses anos, não é preciso citar nomes, elas presentem quem são.
Bandas nos procurem!!!!!!

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acclamatur@gmail.com

domingo, 28 de setembro de 2014

 Passos lentos



      Esse é o sexta atualização do blog. Continuamos à passos lentos, mas sábios. Lentos como um pesar de passos de um paquiderme, passos que podem se tornar mais destruidores do que passos mais rápidos que a mente. 
    Na verdade estamos indo, desde 1986, numa direção que não sabemos aonde isso vai nos levar. Mas garanto que já pisamos muito fundo em quem queríamos pisar e livramos muitos corpos que queríamos livrar. E deixamos muitas pegadas, muitos rastros. quem quiser seguir, que siga. Não fazemos exercitos, fazemos guerras !     


                                               G. Burkhardt









  DUNKELL REITER – UNHOLY GRAVE – MG

Com uma musiquinha com um clima meio fantasmagórico, saída provavelmente de uma caixinha de música, o cd começa disparando de repente aquele nosso velho amigo Thrash. Sem devaneios ou invencionices, a primeira faixa, Unholy Grave, apresenta o que de melhor a banda tem a oferecer: pegada e felling perfeitos para o estilo. Be Thrash Or Die começa à La Slayer (com direto a agudo) seguida damúsica, que para mim, representa a essência da banda. Eternal Nightmare totalmente Kreator do Endless Pain, metalzão alemão, fudida, fudida mesmo, com Jonatha Reiter espancando a bateria e as guitarras de Rivelly Assassin (também um grande vocal) e Rafael Reiter detonado com precisão. Evil Never Dies segue uma linha mais “cadenciada” se comparadas com as outras faixas e com o refrão mais contagiante do cd. Soldiers Of hell vem em seguida violenta como as outras e Evil (Possessed Evil Fate) aumenta essa sensação de brutalidade. Com um dedilhado a 7ª música começa mais trabalhada, onde a audição do baixo muito bem colocado de Roberto Otrebor se faz mais presente e ainda por serinstrumental mostra um lado fuderossissimo e mais melódico da banda com solos de alto nívelterminandotambém num dedilhado,causando ainda mais impacto para a matadora Assassin. Tudo perfeito, da produção muito boa da própria banda e Fucker (*?) à parte gráfica com encarte, muitas fotos e uma fantástica arte de capa da artista tatuadora Carina Alok, sem sombra de dúvida que além das bandas, até os nossos artistas visuais estão cada dia melhores e já alcançando um nível internacional.
Se alguém um dia inventar de modificar o Thrash vai ter muito trabalho para passar por cima do meu velho cadáver!
                                                                                             G. Burkhardt




MADDÖG – POSSESSED BY FUEL- Demo – SP

Se o som é podre, com resquicios de vagabundagem, imoralidade e marginalidade, está a um passo de ser aprovado por mim. Stooges, Alice Cooper, Tom Waits, Alex Harvey, punks geral, sempre usaram dessa artilharia para incomodar e ao mesmo tempo se divertir, porque sinceramente, tem bandas que se levam tão a sério que se tornaram burocratas trabalhando para elas mesmo. A demo propaga 4 faixas doentias, com o vocal de Erick Maddög (também guitarra e bateria) soando um pouco Tom Warriror, com guitarras infernalmente simples que as vezes parecem querer soar fora de tom e desafiadoras, numa época em que todo mundo é músico e a música do Maddög intencionalmente caminha para o lado contrário. Essa é a veia punk/anarquista. Erick vem acompanhado de Execrutör, guitarra e baixo, que também toca em várias bandas e é seu comparsa também no Flagelador. Podreira, sujeira, sem-vergonhice extrema. E eu gosto !
                                                                             
                                                                                              G. Burkhardt




REALIDADE ENCOBERTA – MOMENTOS ANTES DO CAOS – PE

       Depois do instigante EP “        “, esperava ansiosamente pelo priomeiro fullleght do Realidade Encoberta. A banda é uma das mais tradicionais da época de ouro do movimento punk em Recife, eu mesmo acompanhei lá pelos idos de 80, através de coversas com o finado Nado, criador da banda, as primeiras idéias do que seria o RE. Pensava-se atéusar dois baixos sem guitarra para tornar a proposta mais original. Bem, tudo isso é história e histórico é esse lançamento que bota muito som de moleque no bolso. Primeiro, se a proposta é de letras que falam e criticam o nosso cotidiano é lógico que tem que ser em português, a pegada crossover que a banda sempre teve se mantém firme e mais forte ainda, até mesmo porque na formação atual tem membros de bandas Thrash aqui de Recife, (Firetomb, Cruor e ex-membro do Oddium). A pegada da batera do monstro ZK Aranha é sempre empolgante, a entonação e dicção do vocal de Carlos Underground está perfeita, o baixão com paradinhas bem hardcore de Marcelo Magal está com um peso colossal e as guitarras de Paulo André e Túlio Falcão vomitam riffs e mais riffs de uma beleza brutal impressionante. Letras bem escritas sem soarem panfletarias. Ainda de presente a faixa Cabeças da Miséria com os vocais de Henrique Poço, aquele mesmo ex- Anthares, que também é Pernambucano e Jorge Buldog o bicho atrás do vocal do Oddium.
          Destaque? É difícil.Tudo soa coerente, novamente instigante, bem gravado, capa muito simples mas muito bonita feita por Hugo Veikon da site  Arena Metal e baterista do Falling In Disgrace também de Pernambuco. Ou seja: criado, feito, acompanhado, admirado, apoiado e respeitado por pessoas que fazem a cena Pernambucana e isso me traz uma sensação miserável de pernambucanidade.
                                                                                                    
                                                                                            G. Burkhardt




ALBOR – UNKNOWN – DEMO – NATAL – RN

          A quantidade de trabalhos despejados hoje, só no mercado nordestino, tem também seu lado negativo: muitos trabalhos terminam passando desapercebido. Cheguei mesmo a visualizar a belíssima capa do “Unknown” (feita por Wellington e Tiago Prado) e pelo correria do dia a dia só agora pude conferir a maravilha de Doom Metal que os caras fazem. Se você é fão do Candlemass de inicio, caia de cara. É incrível como algumas pessoas tem o dom de reformular o que já foi reformulado diversas vezes e conseguir tornar a coisa empolgante. Empolgante mesmo, porque é de arrepiar, faixa a faixa são despejados aulas de bom gosto e competência, com uma intro e mais 5 viagens, não muito arrastada, mas sem pressa, porque devagar também se vai longe. A sensação é de que aquelas músicas já eramclássicos do Doom em 90, mas aí é que impera a beleza, principalmente em TwilightApocalyptic, essa sim um clássico incontestável e com um refrão fuderosissimo que gruda na sua cérebro como um câncer. O vocal de Wellington é perfeito, limpo à lá Messiah do Candlemass, e com muito alcance e pronuncia segura. Foda mesmo. 
             Um outro detalhe para aumentar o climão são os teclados de Tiago, por vezes lembrando até timbres do grande UriahHeep como no solo da música título, Unknown. Complementam os hinos as guitarras criativas de Gladstone e Rodrigo o baixo de Josivan e a batera de Mude. Gravação perfeita feita em março e abril de 2013 no TritonoStuidio em Natal.
                É Doom com tom épico para trazer tristeza mas com uma vontade de guerras !
                                                                                            
                                                                                    
                                                                                          G. Burkhardt





ANTICHRIST HOLLIGANS – WE WILL PISS IN YOUR GRAVE - SC

         A força saída da abertura com a instrumental Erta Ale já prepara o clima poderoso desse trabalho. Satanic Whore imprime os gritos de Tom Araya para uma avalanche de grandes riffs e aquela batida nos chamando para o banguer. Black Masses In Paradise com todos os ticks do Thrash alemão, principalmente no vocal a lá Schimier, com certeza um dos vocalistas mais “copiados” do Metal.Heavy Metal Attack desacelera um pouco sem perder a crueza para apenas alguns minutos depois Infernal Chaos nos joga em rodas involuntárias. Pesadona e maligna é a Nuclear Beer Drinkers e o metalzão germânico volta a falar mais alto com um clima à Eternal Pain na fuderossíssima Kill Christ In Your Heart. E para quempensa em baixar a guarda, We Are Antichrist Hooligans entra como uma pedrada no seu pé de ouvido e a pancada é tão forte que arrepia o seus pelos que encobrem sua alma de banger. A próxima Metal Punk expõe a proposta estética/musical da banda e mais uma vez, com The Name Of War, o espírito germânico volta a assolar de forma primorosa lembrando os velhos tempos de obras como Infernal Overkill para depois fechar o trabalho com a 12º obra prima Toxic Invasion.Gravado em 2011 e só lançado agora em 2014 com uma produção perfeita, capa em preto e branco, desenhada com muita propriedade pelo próprio vocalista e encarte muito legal, mesmo não tendo as letras. 
              As “criaturas” que resolveram nos oferecer esse tratado de Thrash, se auto intitulam da seguinte forma: Cataströfe Nuklear (atomik thoat and radioative blasphemier), Satanir Metal Impaler (sonik destruktion), Evil Invoker (extreme torment) e Kranium (hellish mayhem). Agora tirando o primeiro, não me perguntem o que cada um toca. Mas é por tanta ironia, raiva, agressividade, diversão, como uma sincera declaração de “amor” ao Thrash é que fizeram uma das mais fudidas obras do estilo lançado no Brasil. Simplesmente esporrante.
                                                                               G. Burkhardt





SKOMBRUS – CRACK MASSACRE – DEMO – SC

                Sincero e esmagadoramente direto, a começar com as letras. Soco Na Cara já diz tudo, nada de meias conversas, historinhas de dragão ou guerras em continentes tão distantes geograficamente quanto da nossa realidade. Aqui o assunto tratado por LuisMadrunner (bateria), Robson SkombruS (guitarra), Rodrigo Silva (vocal e guitarra) e Ronaldo Pereira (baixo) é violência, consumo de crack, porradaria em geral. Assuntos retos e direto como o Thrash Metal instigado praticado pela banda. As outras duas faixas são Crack Massacre e Olho Por Olho. Gravado, mixado e masterizadono estúdio Porroks e produzido pela banda. Arte de Robson Echeli.Pela demo já imaginamos a lição de violência ao vivo.
                                                                                   
                                                     G. Burkhardt





R.I.P. SOLDIER – THE TRUE SOLDIERS NEVER DIE – PE

         O R.I.P. Soldier foi uma banda Pernambucana que gravou esse trabalho no final de 2009 a Janeiro de 2010, mas por motivos diversos acabou e não colocou essa obra no mercado. Esse ano, através de um selo russo, essa injustiça foi sanada. E com essa atitude nós saímos ganhando, porque esse trio pernambucano sacava muito de como levar o Thrash Metal as últimas conseqüência, executando com muita garra todas as leis que tornam o estilo tão apreciado, imutavel e ao mesmo tempo renovador. O cd vem num formato digipack, a gravação muito boa e 10 pedradas do mais puro sentimento de raiva e vigor. Começando com uma introdução lenta e dedilhada para enfrentarmos uma guerra de armamentos velossissímos conduzidos porThiago no baixo e vocal, Nicholla Radamés nas guitarras (atualmente no BeastConjurator) e Davison na bateria. Bombardeio após bombardeio, vamos sendo conduzidos e seduzidos pelos contos de guerra, que pelo nome da banda e títulos das músicas , é o tema central da banda.Agora, todo disco tem detalhes mínimos (palavras, ruídos, efeitos..) que complementam e enriquecem a obra, no caso de The TrueSoldierNever Die é o grito, uma única palavra, no ínicio de The WhoresNever Back, “FUDEU!”, que enche o trabalho de veracidade e maloqueragem brasileiríssima onde nps identificamos de imediato.Esse trabalho está fadado a se tornartornaritem de colecionador, pois foram lançados apenas 100 cópias pelo selo Russo GS Productions. Portanto corram atrás do seu que o meu eu já garanti. FUDEU !!!!!
                                                                             
                                                                                          G. Burkhardt




NECROHUNTER – HUNTER’S CURSE – PB

            Depois de extravios do nosso "competente" serviço de correios, chega finalmente na minha mão “Hunter’s Curse. E como tudo que é bom, o sofrimento pela espera se mostrou compensador, porque apesar de já ter ficado impressionado com a banda num show em Campina Grande em 2013, a qualidade do cd me deixou empolgado e com a certeza do alto nível atingido pelas nossas bandas nordestinas. Gravação perfeitas, músicas compostas com maestria. Death Brasileiro com leves pitadas em alguns riffs de Thrash assim como também em algumas pegadas da bateria como emI Sacrifice e AbhorIs Earth. E a bateria de André Felipe já tinha chamado a minha atenção ao vivo com todo o seu peso e criatividade enriquecendo ainda mais as variações das músicas. O vocal de Mauro Medeiros é Death puro e ainda empunha uma das guitarras acompanhado por Petrus Carvalho. O baixo pesado ficou a cargo de MarcéuBrito.Capa afiadíssima com uma arte foda e de muito bom gosto feita por Adi França, mostrando que a estética oldschool não precisa ser sinal de tosqueira infantil. O encarte também ficou muito bom, porque além de todas as letras tem um desenho também muito foda dos integrantes devidamente sanguinolentos. Não tem nenhuma faixa para destacar aqui nesse cd, porque tudo se nivela por cima. Doze faixas compostas (tudo por Mauro Necrohunter) e tocadas para ficar gravado na sua mente com aquele mixto de violencias e classe sem precisar apelar para extremismos e com uma noção melódica que poucos conseguem unir de forma tão coesa com tanta brutalidade.
                  Cacem esse cd com toda a fúria de suas almas.
                                                                                           
                                                                                                  G. Burkhardt




SUFFOCATION OF SOUL – THE FIRST ATTACK – BA

                O título provavelmente faz uma relação por esse ser o debut do Suffocation Of Soul, apesar deque a demo Demoniac Empire e o EP The Last Way Of Madness não pouparam artilharia e se aquilo não foi um sinal de ataque... Nesse excelente trabalho de 2014, a banda vai desde o Thrashão de Urban Cancer, com um refrão maravilhoso (característica forte da banda), Dead World e The First Attack, para na quarta faixa nos transportar para os anos 80 com um cover empolgante do Taurus colocando momentos a NWOBHM e toda aquela pegada melódica que havia nas bandas da época, carimbando de vez esse lado da banda com a música Heavy Artillery, mais old impossível. A pancadaria volta para nos trazer a esse século com H.T (UnholyInvasion) a mais cacete de todo o cd. A banda mostra muito cuidado e segurança nos instrumentos com Tarcísio e Maurício nas guitarras, André no baixo e Marlon na batera na faixa de mais de 10 minutos totalmente instrumental e fechando o cd as instigantes Prelúdio Nuclear War e The Last Way Of Madness que já apareceram no Ep.
Assisti a banda ao vivo recentemente e fiquei impressionado ao constatar que o SOS é tudo e ainda mais, pelo poder da adrenalina que eles ativam num show ao vivo. Muita competência, criatividade e garra dessa banda de Porções-BA. Esperamos que o inimigo seja forte e não recue tão fácil para que não cessem esses ataques sempre benvindos no nosso underground.
                                                                                               
                                                                                G. Burkhardt





            É muito bom ver que estamos não só crescendo na qualidade musical das nossas bandas, mas também estamos descobrindo grandes ilustradores aqui no Brasil, no mesmo nível de Ed Repka, Andrei Bouzikov , brasileiros como Giovanna Guimarães e a mineira Carina Alok, essa última além de ilustradora também é tatuadora e guitarrista e como de costume as entrevistas aqui nesse espaço não se resumem apenas à bandas, mas também pessoas que fazem movimentar a cena e que com seu talento e profissionalismo contribuem para fortalecer e enriquecer artisticamente o underground brasileiro.


-Qual a sua formação na área de artes visuais?

-Sou formada em Design Gráfico pela Universidade FUMEC.

-Sei que você até flertou  com uma carreira relacionada aos quadrinhos. Como foi isso e porque você não deu continuidade a esse projeto?

-Alguns anos atrás, um agente de talentos responsável por representar grande parte dos desenhistas  brasileiros que trabalham no mercado americano de quadrinhos, avaliou meu portifólio e se interessou pelo meu traço. Então eu fiz alguns testes para tentar ser quadrinista. Mas foram apenas testes. Nada demais. Eu não cheguei a ilustrar profissionalmente para  nenhuma editora de quadrinho. Desisti logo no início.  Na verdade, eu não estava muito interessada em me integrar nesse mercado na época em que me surgiu a oportunidade. Eu estava mais interessada a me dedicar à música, pois minha banda tinha assinado um contrato com uma gravadora no mesmo ano.


-Quais são suas maiores influências como ilustradora?

-Frank Frazetta , John Buscema, Alex Ross, Luis Royo, John Romita, Frank Miller, Will Eisner, Albert Uderzo, Robert Crumb, Harvey Kurtzman, Milo Manara, etc.

 -03 anos



-Ao tatuar, você  se preocupa em criar um estilo próprio e em qual estilo de tatuagem você acha que se sai melhor?

-Sim, eu procuro criar um estilo próprio para tatuar. Acredito que atualmente eu esteja me saindo melhor no black & gray. Mas eu também gosto muito do estilo neo traditional e estou estudando e praticando bastante para evoluir mais nele.



-Conheci o seu trabalho como ilustradora pela capa “Unholy Grave” da banda mineira Dunkell Reiter, sei que não foi a primeira vez que você fez trabalhos para bandas, quais outras bandas você já produziu artes?

-Eu desenhei uma capa para a extinta banda de black metal Perpetual Dusk. Fiz duas capas´para o Eternal Torture, uma banda de death metal que também não existe mais. Para o Dunkell Reiter, além do "Unholy Grave", eu fiz também a capa do "Death and Pain". Desenhei a capa do "Sangue ou Glória" para o Exorddium. E fiz também duas capas para o Tianastácia, a única banda para qual eu ilustrei, que não é de metal.


-Que técnicas você utilizou na ilustração para a Dunkell Reiter?

Eu fiz um esboço a mão livre e dpois finalizei no photoshop, colocando cores, sombra e luz.

-Você também é guitarristas e toca ou tocava na AgaureZ.  Como está a banda no momento e quais seus projetos na área musical?

O Agaurez retornou em 2013, após sua separação em 2008. Atualmente estamos trabalhando em novas músicas e em breve lançaremos um EP.

-E sobre o estúdio de tatoo, o Original Dragão? Onde fica, como funciona, quantos trabalham nele? Fale-nos um pouco sobre o espaço.


O Original Dragão Tattoo Studio fica em Belo Horizonte, numa loja de dois andares, na região da Savassi. Somos 3 tatuadores.


 -Além do Facebook, existem outros espaços na mídia onde você divulga os seus trabalhos? Se existe, informe os endereços ou links.

-Sim, meus trabalhos podem ser encontrados nesses links:
http://www.originaldragao.com.br/
http://originaldragao.blogspot.com.br/
http://alokartz.blogspot.com.br/
Estúdio de Tatuagem de BH
www.originaldragao.com.br

-Se quiser deixar alguma mensagem, contatos, esporros...  fique a vontade !


-Quero deixar os links para quem quiser conferir o som do AgaureZ e acompanhar as novidades da banda!
https://www.facebook.com/agaurez
https://soundcloud.com/user7057073

E quero te agradecer pela oportunidade de participar da sua zine! Valeu demais!! lml







  Nessa seção é apresentado e discutido elementos estéticos musicais ou de conteúdo que se aproxima da filosofia de liberdade e anarquia que esse espaço as vezes contém. Portanto os vídeos aqui inseridos não seguem propriamente uma lógica cronológica de lançamento, nem obrigatoriamente estará preso somente a questões musicais. e mesmo que nos seus originais as imagens foram confeccionadas com cor, aqui recorreremos ao preto e branco que são as cores do mundo do Acclamatur.  


        A MIASTHENIA, não poderia nos trazer imagens de outra forma:quase em preto e branco, registradas nos submundos naturais do nosso planeta, as cavernas do Parque Estadual Terra Ronca, Goiás, equivalente físico das infra regiões relatadas na parte lírica da banda.    
   Com a vocalista/tecladista Hécate substituindo com vocalizações perversas, a sensualidade adotada pela maioria dos vocais femininos, aumentada por uma performance realmente macabra. A música faz parte do cd “Legados do Inframundo”, lançado esse ano. O vídeo foi produzido por Caio Duarte (BroadBand Studio) em abril e dezembro de 2013. Completam a formação dessa banda de Brasília, Thormianak (guitarras/baixo) e V. Digger (bateria). Na coluna Scripturas está a letra de Entronizados na Morte para acompanharem com o audio do vídeo. Assistam, leiam e mantenham a Coluna ereta !










                         
     
     Num tempo negro de Sepulturas, Sarcófagos e Holocaustos, uma ameaçadora figura de um Chakal, para uns um divulgador de terror, para outros uma figura mítica da justiça nos tempos das grandes pirâmides, estava se materializando na forma de cinco elementos: Willian Wiz, Destroyer, Mark e Sgôto encabeçavam uma das melhores consagrações da música brutal expelida com a maldade de uma criatura por vezes vista como perversa.
             O fato é que 1985 mostrou que nem sempre um Belo Horizonte é sinal de brandas nuvens. Em meio à tempestade causada pelo surgimento de monstros criadores de músicas que iriam mudar para sempre o cenário mundial, uma outra consagração à criatividade surgiu e em pouco mais de um ano já com uma figura esquelética encabeçando a voz do Chakal, apareceram na coletânea de hinos mineiros chamada Warfare Noise
        Vladimir Korg levou o instinto animal do Chakal para outro patamar por sua interpretação magistral, como os antigos ícones do Progressivo anos 70. E de forma abominável mostraram para o mundo que Minas seria capaz de gerar muito mais aberrações que já havia surgido.
         
         Em 1987 surge "Abominable Anno Domini", uma obra tocada por Mark e Necromancer nas guitarras, Destroyer no baixo, William Wiz na bateria e Vladimir Korg nos vocais.  E em meio a muitas aparições cada vez mais a banda precisava, como no ano seguinte, mostrar que não ficava satisfeita em estar “Vivendo com porcos”. Lança uma pequena e questionadora obra de apenas duas faixas, mas que mostrava o quanto esse Chakal , assim como o terrorista, podia nos assustar com sua facilidade em se adaptar sem perder a sua maldade.
         
           Mas mesmo com o terreno conquistado pelo Chakal, em 1989 uma Névoa quase mística aproximou-se demasiado de Korg, levando-o para um outro sombrio projeto musical. Mais uma vez o cão se esgueirou e atacou na hora certa sem perder o reflexo, mostrando que o “Homem é o seu próprio chacal”, que se não se mantém reto nos seus próprio ideais, pode se auto devorar. Porém a extinção do Chakal estava muito longe do real e o poder de recuperação da criatura encarnou em Marcelo L. nas quatro cordas e vocal. Reassumem em 1990 o poderio do terror estendido pelo sucesso e reconhecimentos alcançados, até na Europa.
       
        Como um animal, que ferido e acuado se torna mais perigoso, em apenas um ano matando toda a expectativa de fim da banda, e com a arregimentação de mais seguidores,eles provam que nem sempre“A morte é um negócio solitário” e continuam matadores nas suas composições.
       Porém a alcateia prepara uma surpresa, uma entoca de 11 longos anos nos fez esquecer um pouco aquele clima de medo, mas retornaram não apenas com um título ameaçador falando de “Terra Morta”, mas também com a formação considerada clássica do 1º disco e uma música que também inseria momentos de puras imagens cinematográficas, uma trilha sonora inspirada no terror de George Romero.

        Já em 2004 passando do terror psicológico para o propriamente físico, nos açoitaram com a brutalidade e perversidade que só um “Demônio Rei” poderia inspirar em seu poderio Thrash, nos moldes que só um Chakal poderia apresentar. A alcatéia continuaria esquiva e depois de furtivas aparições, voltaram em 2013 decididos a destruir o que ainda não conseguiram no auge desses 27 anos de puro terrorismo. Exigindo justiça e o reconhecimento de que nunca devemos dar as costas para um animal tão furtivo, porque no momento que parece haver segurança e paz, como numa Minas na década de 80, o terror pode se esgueirar e cravar seus dentes com um único intuito de “Destruir, destrui e destruir”. E assim estaremos fadados a conviver com o terror que espreita por trás de um arbusto, uma duna, um assassino querendo desenterrar nossos ossos, que assim como a entidade egípcia, pode estar apenas em busca de justiça.

                                                                      G. Burkhardt




ACCLAMATUR é : Guga Burkhardt & Nina Burkhardt
Diagramação e Ilustração das capas, colunas Videre, União e Contos Mórbidos: Guga Burkhardt
Agradecemos à todas as pessoas que estão conosco todos esses anos, não é preciso citar nomes, elas presentem quem são.
Bandas nos procurem!!!!!!

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