terça-feira, 10 de fevereiro de 2015


Somos homens – bomba


          Explodam e massacrem a África, mas não assassinem dez franceses. É essa a sensação de abandono que nossos irmãos africanos devem sentir em dias que a mídia se voltou contra os atentados dos radicais islâmicos contra a França e promoveu uma comoção mundial com apoio maciço dos líderes mundiais. Mas e a África? A África é pobre, lixo humano como já cantou um dia a banda Stress.O mesmo ocorre recentemente na mídia brasileira, onde a escassez de água no sudeste, principalmente São Paulo, parece ser o único assunto, fora os escândalos de corrupção, nos meios de comunicação. E o que  acham da escassez de água aqui do Nordeste? Como os africanos, a sensação de abandono à anos é a mesma. Portanto somos todos iguais. Terroristas, que brincam com a vida humana, apenas por interesses próprios.É o poder econômico ditando prioridades de forma sectária. E que se fodam, que explodam como explodiram os tantos lixos humanos. Aqui mesmo no espaço virtual, só basta uma frase, um opinião que vai contra os nossos interesses, para que partamos com dente serrados e metrancas e bombas amarradas na cintura, mesmo sabendo que as vezes a bomba vai nos dizimar também. Dizima nossa ética, dizima nossa noção de respeito para com o outro, dizima a liberdade que tanto cobramos. Estamos nos tornando terroristas, cada vez mais xiitas. Não queremos crucificar o demônio numa cruz invertida.                                                     
                                                                             Guga Burkhardt







CORPSIA – THE ORDEM FROM CHAOS – PR

     Mais uma vez o óbvio, o claro, o simples vence o complexo , o presunçoso e o boçal. Corpsia nada significa ao vasculharmos o dicionário, mas segundo a banda é um trocadilho com corpos, cadáveres, mortos. Desde  o desenho da capa feito por Renato Firmino ao som simples mas tenso, disseminado em apenas quatro faixas, sem dúvida deixa mais a sensação pesada de que a morte está mais palpável que a vida. Sente-se próxima na enigmática Intro com uma gravação de uma mensagem de uma rádio AM, de apenas duas frases que se repete por uns 80 anos e ninguém sabe de onde vem e para quem ou para onde vai, concluindo num solitário dedilhado entrecortado por um baixo meio morto. O resto do cadáver vem primeiro com a cadenciada Warfield, com peso e uma boa entonação que aparece em todo o trabalho do vocal de Gabriel Arns Stobe, também guitarrista. Hail um pouco mais rápida, mesmo tendo no meio,um momento lento, viajado, crescendo num quase Doom para voltar à velocidade. E infelizmente já termina com Order From Chaos com a pegada e proposta de um Thrash menos urgente, mais lento e com o peso na medida certa ampliado pela pressão do baixo que foi tocado por Arms. A bateria e divisão nas composições a cargo de Daniel Scalone.Nada revolucionário ou inovador, música pesada e apenas isso (ainda bem), mas a energia de  como deve ser a banda ao vivo, eles conseguiram registrar fielmente nessas faixas. É revigorante saber que ainda somos os mesmos !

                                                                                     G. Burkhardt



MORFOLK - ...UNTIL DEATH - SP

     O inicio de Shadows Of Fear  nos faz perguntar por quem os sinos dobram. Eu não sei, mas sei que o Death Metal do Morfolk foi feito para dobrar ,no sentido de quebra, todos os modismos que o som brutal se preocupa em colocar atualmente. É um Deathão direto raçudo, com uma pagada forte e empolgante. Conheci a banda numa coletânea com a música W.W.W. (World Wide War), gravada aqui nesse trabalho. Uma faixa que me chamou a atenção pela espontaneidade que a música passava. E não me decepcionaram com esse trabalho, pois é esse o sentimento que passam, atitude e sinceridade no que fazem. Pancadaria, tenso, um grande vocal de Walter Rômulo, guitarras pesadíssimas de Reinaldo “Tio” (solos) e Gabriel Grisolia, Ryan Roskowinski imprime peso no baixo e Daniel Sanchez espanca com categoria e uma incansável ira a sua pobre bateria. 
      São 08 grandes faixas, a primeira já citada no inicio desse texto, One Against All e Hate Beyond The Pain. Seguem depois duas faixas cantadas magistralmente em português, Desordem e Alienação, seguidas da já citada W.W.W. (World Wide War), depois Bloodlust e fecham com a mais fudida do cd, Reign Of Terror, um hino veloz e carregado de ódio sobre Elizabeth Bathory, figura já tão cantada e declamada, não poderia ter uma banda melhor do que Morfolk, tão decidida a eternizar mais uma vez a sua mórbida história. 
        Morfolk ...até a morte !
                                                                       G. Burkhardt



VISCERAL SLAUGHTER – CAEDEM – AP

    A Intro é de puro silêncio, total vazio. Explico: uma homenagem póstuma  ao guitarrista Heliton Costa  Coêlho da banda Anonymous Hate, já que todos os integrantes do Visceral Slaughter faziam parte dessa banda e decidiram acabar depois da morte do integrante e formaram essa máquina de Death tradicional, com velocidade acima da média, principalmente pela bateria cheia de blast beats impressionantes de Alberto Martínez. Com a introdução são 09 faixas, pesadas, com muita pressão, gravadas no Khaoz Studio no Amapá em 2013. O nível das pancadas estão acima da média, portanto nenhuma se destaca realmente por serem uma aula do estilo e mais uma vez nos ensinadas pela região norte do país.Um detalhe que gostaria de destacar é o baixão nervoso de Romeu Monteiro, que num momento rosna solitário acompanhado apenas pela bateria em Blood And Pain, é foda!  
Um outro destaque é o trabalho de arte da capa, muito foda , feita pelos artistas Rogerio Araújo e Fellipe Fonseca. Grande vocal de Victor Figueiredo e guitarras no talo de Fabrício Góes. Portanto tudo o que você vai encontrar aqui é a maldade típica do Metal da Morte.

                                                                      G. Burkhardt




GREAT FLESH MIND – DISFIGURED AND LACERATED – DEMO – PE

        O ano de 2015 começa com uma pedrada Death Pernambucana arremeçada sem piedade pela Great Flesh Mind, formada em 2012 em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife,sem sombra de dúvida com  a intenção de  reverenciar os grandes mestres do Metal Morte. 
     A maldade começa com uma introdução cheia de barulhos nervosos que nos instiga a imaginação e antecede Next Victim com marcações mais cadenciadas alternando partes mais rápidas. Disfigured And Lacerated, Last Adoress, Rot Insane e a faixa que dá nome a banda Great Flesh Mind seguem essa estética em todo o trabalho, de manter uma boa dose de velocidade e os momentos “lentos”, principalmente na última faixa citada que começa com um clima totalmente Sabathiano, influência talvez de Fabio Farias (guitarra e Backings vocals) e Milton Ferreira (bateria) que também são membros da banda de Doom Metal, Destiny Old Die, outro grande expoente do Metal pernambucano e já resenhado nesse podre informativo. O baixo e vocal fica por conta de Gilson Gonçalves. A produção deixou o som um pouco abafado e sentimos um pouco falta de mais pressão da bateria. Mas é um cavernoso trabalho de Death Metal, sem dúvida!

                                                                        G. Burkhardt



PANTÁCULO MÍSTICO – VELADO POR ENTIDADES
                   
           Pantáculo é uma formação geométrica, um desenho ou talismã onde são inseridas símbolos que em conjunto atraí ou emite energia mística. A banda está de volta em 2014 com esse excelente trabalho de Doom Metal seguindo a linha mais pagan, e esse é sem dúvida o clima dessa grande banda cearense com letras  que discorrem sobre misticismo. A Intro“Canalisando Energias nas Dimensões do Além” parece realmente nos preparar energeticamente para a tempestade lenta e sombria que virá pela frente com a segunda música “666+777 – A União do Treze” com sua áurea sobrenatural tratando de tema cabalista, com o vocal gutural de Lidio Barros perfeitamente audível e carregado de escuridão. A faixa título começa com um belíssimo piano, tratado majestosamente por Tork Highhill por todo o cd, voltando em poucos segundos para o Doomsão sempre clímatico e finalizando com “Magnitude Oculta”, com o baixo de Cícero Rui marcando mais presença ajudado pela bateria de Moises Souza. Nas guitarras, Leandro Rodrigues(base) e Compta Septen (solo) também se apresentam firmes com bases pesadas, porém senti falta de um solo daqueles de arrepiar típico do Doom Metal e que  é capaz de trazer a tona o nosso verdadeiro espírito. Um discaço! Material gráfico de primeira (digipack), uma arte de capa também muito boa e dentro do tradicional (infelizmente o artista não está citado no cd) e uma produção foda, com os instrumentos totalmente perceptíveis e pesados.Mais uma grande banda do grande cenário Doom brasileiro !

                                                                                         G. Burkhardt



EPILEPSY – ZUMBIS (ESCRAVOS DA SUBSTÂNCIA)

        A cada dia eu fico mais fã do Metal que estão fazendo na região norte. O que eu tenho recebido, principalmente na linha Thrash, são bandas sem concessões, com uma única intensão no seu som; pancadaria sem sutileza., violência bruta. O Epilepsy vem de Boa Vista - Roraima e essa demo contêm quatro faixas, uma intro... Do Inconsciente ao Medo, Adentrando a Insanidade, com uma linda guitarra chorando em meio ao dedilhado fazendo intencionalmente um contraste total com a malévola Desalmado seguida da rapidíssima Violência com riffs e uma bateria perfeita de Michel Magalhães, para o estilo, com uma entrada fuderosa de Adriano Abreu no vocal que também é  guitarrista, enfatizando a parte lírica que trata dos temas sempre realistas. Finalizando com a música que nomeia essa demo, o Epilepsy faz exatamente o que uma banda tem que fazer: empolgar-nos até ficarmos imaginando como deve ser foda uma banda dessas ao vivo. Complementam a ignorância sonora Leon Cândido no baixo e Simon Mahara na outra guitarra. O material gráfico vem com poucas informações em forma de envelope, mas a sonoridade que é o principal é recomendadíssima

                                                                                G. Burkhardt



MALIGNITUDE – SONS OF INFERNAL LAND      

            Maligno totalmente é o som provocado por essa horda, que transpira crueza misturado a ódio com muita classe. E a terra infernal que talvez eles citem no título, seja a escaldante Terezina – PI, cidade de origem do Malignitude. A banda é formada apenas por Pervertum e Nephastormm e os dois descarregam sem trégua uma enxurrada de hinos de guerra, maldosos, porém com algumas inserções de melodias que tornam o trabalho viciante e nada cansativo começando com “The Barbarian Song”. Mais uma vez pego um trabalho de Black Metal na linha que mais gosto: ruindade carregada de uma puta noção de melodia, coisa de quem provavelmente bebe ou já bebeu muito na fonte dos grandes mestres do Metal tradicional. O baixo na “And God Walks In My Ground”e “Night Of The Conquerors”é simplesmente foda, vai de cabo à rabo no braço fazendo o papel que o instrumento fazia nas bandas de 70 que era o de conduzir a melodia.Alias ele faz isso durante todo o cd e é o destaque do trabalho. Depois vem a quarta “The Gates O fMisery”, sem conseções, bruta! A próxima “Under A Blasing Sun” é uma pequena viajem instrumental, uma calmaria, durante a tempestade. “Sons Of Infernal Land”encerrao inferno que nós fomos jogados,com uma pegada durante o solo de guitarra, meio Motörhead,e terminando com a letra em português, mostrando a versatilidade do trabalho. Pervertum é o baixista, violonista, guitarrista, programador de bateria( que está muito bem encaixada) e design da arte do cd e Nephastormm gravou os vocaisfudidos. A banda existe desde 2008 dando uma parada em 2009 e retornando como projeto em 2013, já que os dois músicos estavam morando em estados diferentes.
Que o sol do Piauí continue destruindo o cérebro desses artistas para que continuem a criar produtos tão infernais como esse.
                                                                     G. Burkhardt




ABOMINATION WIDE – HYPOCRITES MUST DIE

          Banda do Rio de Janeiro onde não faz concessões ao peso beirando ao Thrash e em alguns momentos até o Death no instrumental. A primeira faixa dessa demo de 2014, começa com um teclado fúnebre entrando depois riffs poderosos e pegajosos, “Kelly IsDead”fala sobre um crime que ocorreu no ano passado em um campo de paintball. A pancada continua com “Flight To The End (Warriors)”com bases mais amarradas e minimalistas, mas com uma bateria aceleradíssima. “Pedophilies Motherfunckers” já era uma “velha” conhecida já que a banda já havia me mandado esse som para divulgação e é a mais grudenta, com riffs diretos e empolgantes, a faixa mais variada do cd e até com uns momentos meio loucos, provocados por umas paradinhas e narração do baterista Elvis Yulevar Barreto, também contando com a participação do vocal deMarco Anvito da Hicsos. Aí vem a música título “Hypocrites Must Die”e a coisa descamba para a pura ignorância. Por fim soltaram para finalizar a faixa “SoldierFireAct”com toda certeza uma viagem insana de Paulo Rock Maia, vocal e guitarra e responsável pela produção dessa demo. Completam a banda Maurício Machado no baixo que não ficou escondido em meio a massa sonora. Como em algumas gravações atuais.
                                                
                                                                      G. Burkhardt



CADAVERISE- THE MOST HAUNTED CEMETERY SONGS
                
          Black/Crust/Punk a melhor definição para o som do piauiense Cadaverise, a demo lançada em 2014 . “ArmagedomIs Come” já tem essa pegada na bateria de Deathhammer, mas fica ainda mais foda quando entra o refrão mais lento e a guitarra de Chakal Butcher666 “serrando” insistentemente. “Vulcano Will Live Forever”uma ode ao Metal negro oitentista. Finalizando com “At War WithVenom”, que não requer maiores explicações do conteúdo lirico e com o vocal de Nephasthorm (Malignitude) e baixo de DeathThrash marcando de uma forma mais forte o trabalho. Produção mediana e Layout de Nephasthorm, em formato envelope earte muito simples de Hugo Thiago.Mais uma podreira feita com sangue e vontade vinda do Piauí.

                                                                                                G. Burkhardt




 BLACKNING – ORDE OF CHAOS


     Thy Will Be Done chega com tudo e já apresenta a proposta do Power trio Blackning de São Paulo, que é fazer um Thrash vigoroso. Cleber Orsioli, que saiu da Andralls, comanda a guitarra e vocaliza sem muito exagero, imposta a voz de forma firme, mesmo que na  gravação ficou um pouco atrás em relação aos instrumentos, Elvis Santos (ex- Poswar) espanca os tambores e Francisco Stanich (ex- Woslom) arranca as quatro cordas.
   A segunda, Terrorzone mantém o poderio com passagens rapidíssimas e bases matadoras, Unleash Your Hell é mais cadenciada, Against All continua a cadencia e com riffs fuderosos. Quando entra Death Row você até acha que a banda vai se manter nessa linha e aí a coisa dispara numa avalanche de riffs mais uma vez, velocíssimos, entrecortados de uma parte mais melódica para a entrada de um belíssimo solo de guitarra. E seguem com Silence Of The Defeat, Devouring The Week, Censored Seasons e Killing Or Being Killed. Finalizam com Children Of War, cover do Overdose,  que com uma pegada Thrash ficou muito foda. A produção e mixagem ficou a cargo Fabiano Penna e o cd ainda vem com um clipe muito bem produzido com a música Thy Be Done.
      A parte gráfica também é muito bem feita com encarte com as letras e desenho de capa muito foda do artista Marcus Zerma da Black Plague Design.
       Para aqueles que acham, como eu, que Thrash é pra ser tocado com raça.
                                                                    
                                                                  G. Burkhardt




CADAVERIC INFECTION- FUCK-OFF-GOD-ALIVE

      Se é de blasfêmia que vive o Black Metal, o Cadaveric Infection tem muitos anos de vida, porque nesse trabalho gravado totalmente ao vivo,nas músicas e no  intervalo entre elas, William Seth (vocal e guitarra), cospe , vomita, escancara suas convicções negras. E no meio de onze insultos a velocidade escancarada, com a ajuda da bateria de Lord Occult, se faz reinar. O único porém é que o meu gosto pelo que considero o instrumento mais importante para encorpar as músicas, deixa-las mais pesadas e fechar todos os possíveis espaços, o baixo, não se encontra nessa formação, é apenas guitarra e bateria, deixando aquele som demasiado seco e árido. Mas o mais importante é o registro ao vivo dessa banda respeitadissíma do Black Metal pernambucano, mostrando que ao vivo o poder emana. Isso sem falar da criativa arte do cd, em papel, com um formato de dvd, diferenciando o lançamento e mostrando o lado criativo da banda para fazer rodar seu material em tempos tão difíceis de downloads.
                                                                   
                                                                                          G. Burkhardt




MAUA- CONSCIENCE
                                        
          Não sei porque temos aquela insistência de rotular algo inrotulavel. Já vi chamarem o Maua de Tecnical Death Metal... ? Será ? É técnico pra caralho, mas cheio de manha, cheio de detalhes que cairia mais para um som experimental pesadíssimo e muito inspirado e que nos livra de rótulos e que nos leva a simplesmente querer prestar atenção no peso e nos detalhes que surgem a cada música. A demo começa com Bitch uma faixa cheia de quebradeiras, vocal gutural, rasgado e até quase declamado no final da faixa, recurso que repete em vários momentos do cd. A próxima Probably The End já entra na cacetada, mas com uma guitarra bem experimental e grandes riffs, onde o peso impera em meio a um groover animal. Com um dedilhado entra The Awake In The Beginning Of The End seguida mais uma vez de riffs potentíssimo, cadencia onde a bateria dá um show a parte de variação e peso o mesmo acontecendo com Nothing Is Like Same com uma pagada quase Thrash principalmente por “culpa” da bateria e sem descanso, mas dando uma treguazinha no inicio com outro dedilhado e um baixo viajando junto, Relief talvez seja a música que melhor define o Maua, com uma introdução quase progressiva , um momento com umas batidas mais modernas e muita criatividade e até uma bela melodia em meio a insanidade. É ouvi, parar, para depois se matar no meio do show.

                                                              G. Burkhardt



UNHALIGÄST – (WE ARE) THE UNHOLY GHOSTS

           Primeiro eu ficava pensado onde porra esses caras encontraram esse nome impronunciável. Ao me deparar com o maldito título do cd é que caiu a ficha e finalmente passei a decorar e compreender o nome da banda. Pois é, os fantasmas profanos apareceram com seu Metal totalmente inresponsável, principalmente por conta da guitarra sem vergonha, já apresentada por Armando Executor “The Gravedancer” e seus slides embriagados no MadDög,. O vocal dele é carente daquela agressividade típica de hoje, muito diferente do vocal que ele apresenta no Flagelador, sua banda principal (?), despojado, seria a melhor palavra para defini-lo .O som no geral tem um aquela garra e simplicidade de 80 misturado com algo de 70, principalmente quando entra um órgão escroto e mal intencionado, masturbado por Bruno Lima. A formação é power trio completada por Sub Umbra “No Class” no baixo e Bitch Hünter “The Speedfreak” na batera e que também faz guitarra solo em “Warrior Of The Night” e “The Hell Child”.
            Pegando carona no som do finalzinho de 70 e começo de 80, é claro que a maior influência no som da banda tinha que ser o Motörhead, basta ver o nome entre aspas dos integrantes para perceber isso. Mas não para no velho Motor, tem muito Stooges na safadeza, malicia desenfreada onde o clima é meter o pau na madeira e curtir entre correntes, couro e muita cerveja fétida. Alguma proposta nova? Não, mas como é bom ser irresponsável nos dias de hoje!

                                                                           G. Burkhardt



KORZUS - LEGION

      A primeira coisa que me chamou atenção nesse novo trabalho do Korzus, foi a batera esplendidamente variada de Rodrigo Oliveira. São bumbões entrecortados por viradas inteligentes e que conseguiu se destacar muito, mesmo em meios aos riffs inspiradíssimos de Heron Threch e Antonio Araújo, o que já é uma tarefa árdua para um baterista de Thrash Metal. Um exemplo disso é na faixa Six Second e no inicio de Die Alone, com viradas em meio ao dedilhado da guitarra. 
    O Korzus sempre foi uma banda que namorou as várias tendências do Thrash, da tradicional vertente americana ao sacal pula – pula, com isso deixando sua discografia um tanto irregular, mas nem por isso o impedindo de produzir grandes clássicos. Como a tendência atual do Thrash é a velha escola, o Korzus desde o último trabalho, nos oferece (ainda bem) uma aula bem próxima dessa escola, em todos os sentidos. Porque, não é apenas uma repetição de fórmulas o que vemos no discaço, é sim guitarras ultra inspiradas, composições cheias de detalhes e o principal: peso, muita agressividade e pegada. Desde a primeira faixa Lifeline com uma bela introdução, a velocidade de Purgatory, com um refrão foda até a cadenciada no melhor estilo americano de Devils Head, terminando de forma primorosa com o dedilhado de Legion, mostrando que as guitarras no Korzus são um conceito à parte, se cercando de muita personalidade e adentrando num clima mais cadenciado e com uma melodia fudida. Marcello Pompeu mostra que experiência é tudo e seu vocal é mais do que suficiente para representar o lirismo do Korzus.
          Gravado no estúdio Mr. Som em São Paulo e com a produção como sempre impecável de Heros Trench e Marcello Pompeu
            Quando nos idos de 1984 escutei Guerreiros do Metal e Príncipe da Escuridão, percebi que ali estava uma banda que sabia o que fazer e aonde chegar. E o Korzus chegou!

                                                                        G. Burkhard








A Vocífera é uma banda de Hellcife formada apenas por garotas e que faz um Death/Thrash vigoroso.Passando atualmente por uma fase de mudanças e prestes a lançar seu primeiro trabalho completo. Conversamos com Marcella Tiné, baterista e uma das idealizadoras da banda.



Relate um pouco a história da banda, o começo, a formação...
                           
Marcella: A banda teve início comigo, Erika (guitarra) e Lidi (guitarra). Tocávamos juntas em outro projeto e tínhamos o desejo de fazer música mais pesada, pois nós três curtíamos metal. Começamos a dedilhar algumas notas e dar forma a banda, sempre procurando uma vocalista e baixista. Conhecemos Angela, por intermédio de outra amiga e seguimos ensaiando e buscando uma garota para o baixo. Uns meses depois, Amanda chegou pra completar a cozinha da banda.
Hoje a formação está um pouco diferente, no baixo temos Eveline e em breve anunciaremos a nova vocalista.


Qual a influência musical de cada membro da banda ?

1ª formação: Lidi, Marcela,Ângela,Erka e Amanda
Marcella: Todas nós temos influência de vários estilos dentro da música pesada, não só do death e thrash, mas também do hard, heavy, grind, black, stoner, doom e por ai vai. Posso citar como influência comum a todas as integrantes bandas como black sabbath, iron maiden, slayer, obituary, possessed, benediction, kreator, destruction, napalm death, death, venom, hellhammer,
carcass e tantas outras bandas que dá pra escrever uma página inteira!

O que vocês abordam na parte lírica ?

Marcella: Nossas letras falam sobre pirações humanas, vivencias e retratam o mundo em que vivemos: medo, rancor, ódio, ganancia, paixão, obsessão, fetiches, lombras... São letras que tocam pesado no cerebelo e que no fundo todo mundo tem um pouco de cada coisa dessas dentro de si.


Mesmo que isso não seja  mais tanta novidade, ser uma banda formada só por mulheres, no começo  ajudou ou atrapalhou em termos de exposição?


Marcella: Uma banda formada só por mulheres ainda chama atenção, mas acreditamos que esse fato não é algo primordial pra ter reconhecimento se você não fizer uma boa música, apenas o fato de ser uma banda com mulheres integrantes é algo que não se sustenta por si só, então nem ajudou, nem atrapalhou. Não divulgamos a Vocífera como "banda de death/thrash feminina". A Vocífera é uma banda de death/thrash e ponto. Queremos ser reconhecidas por nossa música somente e não pelo nosso gênero. Música não tem sexo e deveria ser encarada como tal. Acho engraçado é que nunca fazem esse tipo de pergunta pra bandas que são formadas por homens.

Não perguntam porque 99% das bandas de Metal , eram formadas por homem. E o que dizer de hoje com bandas brutais formada totalmente por mulheres? É normal que ainda cause curiosidade na mídia, mesmo a especializada. Por isso a pergunta sobre o que atrapalhou ou ajudou em termos de exposição no inicio da Vocífera, porque vejo bandas injustamente criticadas, por puro preconceito de gênero, não acha?

Marcella: Completamente. Algumas pessoas se preocupam mais em rotular a banda do que parar pra ouvir, sem estar carregado de um pré-conceito.
Engraçado que esse tipo de coisa não rola em outras cenas, como no MPB, Samba, Hip Hop, Forró, etc. Ninguém faz esse alarde se a banda tem vocal feminino, ou se é só formada por mulher.
Temos que nos ligar mais na música, na mensagem das letras e menos no gênero sexual.


Certamente!


 Como está o processo de gravação do full-lenght com a saída da vocalista Ângela e qual o motivo dessa saída tão de repente?

Formação atual: Marcela, Eveline, Lidi e Erka
Marcella: Estamos na fase de mixagem do instrumental, não paramos de trabalhar com a saída da Angela que se deu por divergência de postura e prioridades. No momento estamos fazendo testes com algumas pessoas e muito em breve será anunciada a nova integrante e assim concluiremos o álbum, o plano é lançá-lo ainda no primeiro semestre.







Em Petrolina, empunhando a camisa do Acclamatur
A banda se apresentou bastante em 2013 e 2014, inclusive acho que foi a banda pernambucana que mais tocou nesse período, com toda a experiência de palco e comparando com a demo, o que vocês acham que virá diferente no som da Vocífera?

Marcella: Acho que amadurecemos musicalmente nesse tempo. Sonoramente o novo álbum está mais coeso, pesado e as letras mais profundas. Estamos trabalhando nele há quase 1 ano, pois muita coisa aconteceu e acabou atrasando o lançamento, mas isso foi bom, pois nos deu tempo de lapidar melhor tudo, analisar, ajustar o que era necessário, refazer coisas. Esse novo trabalho terá um tom conceitual e estamos curtindo o resultado.






Dentro das atuais dificuldades de espaços descentes para shows, principalmente aqui em Recife, na sua opinião, qual a saída para que Recife volte a ter espaços razoáveis pras bandas se apresentarem?

Marcella: Recife tem muitos espaços legais pra se fazer evento, a questão é que na maioria das vezes só se opta pelo Recife Antigo, que é um local sem muitas opções hoje. Uma solução básica seria fazer shows em outros bairros da região metropolitana, por exemplo. Há diversos espaços, com diversos níveis preços. Até alguns eventos já acontecem em Camaragibe, Cordeiro, Jaboatão Centro, etc.
Mas na cena temos diversos problemas que vão além disso, por exemplo, a falta de participação efetiva do público nos shows undergrounds, o que resulta sempre em possíveis prejuízos pra quem produz, então é  um risco fazer um evento num “espaço melhor” (consequentemente mais caro).
O underground é um organismo vivo e ele precisa ser alimentado por todos que nele vivem: público, produção, bandas. Esperar que a apenas a produção resolva este problema gera esse desequilíbrio.


Você falou que o trabalho novo será conceitual, fale-nos a respeito do conteúdo e o tema que será abordado nele.

Marcella: Neste novo álbum criamos as letras em cima de temáticas mais humanas, coisas como fetiches, vingança, ódio, loucuras, medos... O título e arte da capa foram pensadas também para casar com isso e assim ter o conceito completo. Assim que sair, vocês verão.


Já tem título?

Marcella: Já temos o título, capa pronta, quase todas as músicas mixadas, mas por enquanto vou deixar no suspense o nome! (hahahaha)

Valeu Marcela e aguardamos ansiosos por esse trabalho. Fique a vontade para colocar algo mais para os admiradores da Vocífera.

Marcella: Eu que agradeço o espaço para falar sobre a Vocífera, é legal termos de volta um canal tão massa pra divugação do underground pernambucano.
Aos admiradores só tenho a agradecer muito o apoio de sempre e que tenham só um pouquinho mais de paciência que em breve o CD novo será lançado e voltaremos aos palcos. Stay brutal!














     
       
        Era de se esperar que num meio tão tradicional de religiosidade mineira algo tão sombrio e desafiador surgisse algo ainda primitivo, mas com uma energia tão negra que era inimaginável que estaria saindo de um bando de guris. Talvez guris obsidiados pelas negras hostes que ainda estavam se definindo pelo velho continente, naqueles idos tempos de 1984. Max, Igor, Paulo e Jairo gravaram com toda bestialidade devastadora o que ainda iria se definir como Death Metal Brasileiro. O Bestial Devastation. Foi nesse momento cavada a sepultura para a arte dos falsos, pois nada no Brasil existia de tão brutal e obscuro musicalmente. 

             Entre Necromances, Anticristos e Guerreiros da morte, o lirismo satânico e a música ainda tosca e com os viciantes riffs do Metal alemão, o Sepultura invadiu todo o país. Em 1986 a palavra da vez era morbidez, clima muito bem definido por Mr. Warrior, um dos gurus do Sepultura. Por isso Morbid Visions veio como uma vidência do futuro, um trabalho completo sem resignação, querendo plantar a sensação de terror nas tradições não só mineiras, mas no mundo. E conseguiram chamar a atenção nos outros continentes, aqueles tambores violentando a tranqüilidade de uma tarde de domingo, aqueles vocais vomitando nas missas matinais, e aqueles riffs crucificando os hinos religiosos, chamou a atenção do mundo. 

Numa época impossível de fazer turnês fora do país, o Sepultura se concentrou em tocar mais no eixo Minas-Rio-São Paulo, até que a repentina saída do guitarrista Jairo, arregimentou Andreas, e em 1987 saíram em turnê pelo Nordeste já se preparando para lançar o Schizofrenia, terceiro compendio de violência sonora que agora, por influência das seis novas cordas, mostra um trabalho mais técnico e mais Thrash que os anteriores e com mais influência ainda dos ataques alemãs. Provado o esquizofrênico nível de criatividade e brutalidade, os quatro partiram para a America e descarregaram um trabalho mais escuro, pesado, como tinha que ser pesado a sensação de sete palmos de terra nos enterrando numa Sepultura. Estouraram de vez, chegaram aonde nenhuma banda de terceiro mundo chegou com Beneth The Remains. Excursões vieram, invadiram a Europa e começaram a ditar regras de estética brutal.

  Hipnotizaram Massas Lobotomizadas e Escravas do Sofrimento que estavam Esfomeadas Embaixo dos Restos de um Futuro Primitivo, para conduzi-las a verdadeira e questionadora arte. 






      Um novo ascender viria em 1992, a obra Arise continuou a ascendência para o patamar das lendas do Metal Pesado, em cada recanto, em cada buraco, em cada deserto desse planeta, o Sepultura chegou. Foram expandindo a sua influência e acompanhando as vibrações dos sons que emergia de outras mentes criativas do planeta. 
         Caos A.D. desacelera em alguns momentos, industrializa o primitivismo que ainda margeava a banda, minimalizou os riffs, mas ainda assustava o peso impresso pelos quatro. Até que incoerentemente, segundo dizem, Max parece querer buscar as suas raízes


em tambores afros, cantos indígenas, se afastando da pureza e velocidade do Thrash/Death criado pela banda, viajando em balanços, instrumentos e músicos que descaracterizavam a áurea negra que tantos anos envolveu a banda e se lançou num emaranhado de músicas que viria criar o estilo de metal mais odiado pelos metalers, o nu metal. Daí uma serie de problemas pessoais, de escândalos, intrigas familiares levou a bancarrota a banda, com a verdadeira mente criativa da banda, Max Cavalera, deixando ou sendo expulso do Sepultura. O restante convocou outro vocalista e adentrou num limbo criativo que já dura 15 anos. E essa história só vale ser contada antes das Raízes da destruição serem plantadas. E que aquela antiga Sepultura sirva de um marco para sabermos o quão perenes somos e que se adentramos no nosso próprio túmulo temos que aprender a conviver ou matar os nossos próprios fantasmas.


                                                                           G. Burkhardt

ACCLAMATUR é : Guga Burkhardt & Nina Burkhardt
Diagramação e Ilustração das capas, colunas Videre, União e Contos Mórbidos: Guga Burkhardt
Agradecemos à todas as pessoas que estão conosco todos esses anos, não é preciso citar nomes, elas presentem quem são.
Bandas nos procurem!!!!!!

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