sexta-feira, 17 de julho de 2015

Quando um minuto não contamina o outro.

"Não podemos deixar que um minuto contamine o outro'. Sábias palavras de um senhor de 90 anos de idade e que vive em plenitude. Não vou deixar que esses minutos, por não ter um desenho pronto para postar aqui, de ter me programado para só atualizar esse espaço no mês que vem, contamine o outro.Ainda mais tendo a honra e a confiança de receber uma obra ainda para ser lançada de um grande guerreiro do underground daqui: Belchior. Que ainda aproveitou e nos concedeu  a primeira entrevista dada a um veiculo de comunicação.O Acclamatur zine saiu na frente (sem contaminar os minutos).  . Não importa. vai sem desenho, vai sendo alimentado aos poucos. Ainda tem muita coisa vindo por aí. Me esperem que eu só sei correr um pouco.

G. Burkhardt 











FROZEN FROST - FROM HERE TO ETERNITY – PE

        Ao ser perguntado num programa de rádio o que as bandas hoje em dia precisam fazer para se destacarem em um mercado saturado e sem muitas novidades , já que praticamente tudo de inovador que se poderia fazer no Metal já foi feito, respondi que uma das coisas deveria ser autencidade no sentido de inserir elementos novos ou pequenos detalhes, as vezes ruídos, vozes , sem descambar para as misturebas infames ou world music. Apenas pequenos detalhes fazem uma obra se diferenciar e se destacar da outra. E é o que o Frozen Frost parece querer fazer. É um som que ainda surpreende, com uma pegada meio Celtic Frost nas suas experimentações, e com isso a banda acaba acertando no quesito variação, deixando o disco nada cansativo e curioso no sentido positivo. Primeiro ponto positivo é o uso do vocal feminino sem afetação, sem querer soar um Tarja da vida e se perder num emaranhado de gritos de gozo interrompido. O vocal de Anastácia Rodrigues é simples, mas por isso mesmo, por soar natural, se encaixa bem nos arranjos alternados entre declamações e puro canto. 


Apesar de começar, digamos, com uma certa urgência com The Lake of Fools, diria que o som está mais próximo de um Doom, principalmente na amarrada Panic , nos momentos tenebrosos de The End of World e Desolate, essa última arrepia, com o belíssimo poema “Motivo” de Cecília Meireles inserido de forma declamada. Logo depois, uma quase balada gótica que esmorece um pouco a instigação do disco, Froozen Feelings seguida de mais um Doom Celticfrostiano em Dangerous Mind. As experiências continuam com o piano de Arnoldo Guimarães e flautas do músico convidado Rafael Martins e os vocais da também convidada Andréa Cristina na estranha e muito foda Sadness and Lonelines. Também vale aqui destacar o músico Carlos Monster Souza que além da bateria também faz as seis cordas. E o belo lamento de Requiem to the Sun finaliza esse trabalho realmente cuidadoso, saído da mente de Argemiro Júnior, baixo e vocais, que compôs todas as músicas e demonstra preocupação em apresentar um trabalho realmente simples mas estiloso, felizmente amarrado as raízes da tradição e ao mesmo tempo com um pé numa proposta quase progressiva, ou seja: sem muitas amarras. E é isso que deixa o trabalho interessante.

                                                                  G. Burkhardt



BELCHIOR – BELCHIOR


Sempre digo que apesar de seus fieis  seguidores, na maioria das vezes tem posições até muito radicais e até tradicionais, esse é o estilo no Metal mais extremo, que mais se permite experimentar. Seja adicionando em meio a escuridão doses cavalares de Metal Tradicional, ou ambientações syntetizadas no melhor estilo progressivo de 70. Pois bem aqui temos uma obra que não teve medo de experimentar. Esse é um trabalho do músico Belchior DeMelo, recifense radicado a anos nos EUA. O discaço já começa com A Life With No Light : The Olden Days arregaçando principalmente nos vocais malditos e depois como numa tomada de folego o cara nos entrega uma viagem sonora regada a teclados e sons intuitivos que vai crescendo com a marcação da bateria e gritos, Kingdom Of The Midnight Arts. Algo próximo a uma marcha fúnebre. A próxima um grande cover do Mystifier , Beelzebuth . Onde Belchior intensifica a sua linha vocal totalmente desesperada, Assim como em Life With No Light : Unholy Ghost . Enthroned By Hell's Fire tem um quê de Celtic naquele climão denso de To Mega Therion. Cold Winds Are Calling Me, é a mais emocional do trabalho. Belíssima melodia das guitarras e aos gritos um lamento parece ser recitado. E no final dois bônus gravados em 2007, Orgy In The House Of Your God e I Despise Jesus Christ, mais cruas na sua gravação mas nem por isso menos delirante.Exemplo aa última citada, qué é de um desespero que só almas em fúria e revolta conseguem captar com tanta veracidade. Trabalho sincero de um músico que muito contribuiu para o underground  e ainda parece nos brindar dizendo; ainda estou muito vivo! Ou morto!Seja bem vindo aos escombros do Metal Pernambucano.

                                                                 G. Burkhardt




SOTURNUS – OF EVERYTHING THAT HURTS – PB


         A banda já havia lançado um belo trabalho anteriormente “When Flesh Becomes Spirits” de 2007, manteve a sua sonoridade sombria do Ghotic temperando a áurea Death/Doom nesse novo trabalho com muita classe e bom gosto, começando pelo belíssimo trabalho gráfico criado mais uma vez pelo renomado Gustavo Sazes, já que o disco anterior também teve a contribuição do mesmo. O disco começa com os riffs “rápidos” de I Wish I Knew e Rodrigo Barbosa , estreando nesse disco, mostrando uma diversidade enorme nos vocais, indo do rasgado, passando no mais profundo grave ,até ao limpo enfatizando o clima gótico, trazendo a riqueza necessária às composições da banda. Outro ponto alto é a quase balada gótica que dá título ao disco. Um começo acústico com vozes limpas com muita emoção descambando para umas distorções e vocais rasgados, sempre oscilando nesse clima. Puro sentimento essencial para um trabalho nesse estilo. Contando ainda com uma participação especial no solo do guitarrista da banda Wooden Bridge, também de  João Pessoa,  Rodrigo Guimarães.Por sinal os solos de Andrei Targino e Eduardo Borsedero também contribuem muito para dar brilho às canções, ambos bem identificados no encarte, em que momento solam. Uma informação interessante para percebermos o estilo de cada um. 
       A produção, muito boa, limpa,  ficou a cargo de outro músico paraibano Victor Hugo Targino na banda de Death melódico Thyresis.  Que também sola na faixa Empty Man.
         A bateria perfeita de Eduardo Vieira e o baixo preciso de Guilherme Augusto, membros originais da banda, complementam com chave de ouro esse testemunho sonoro de como podem ser belas as sombras.
                                                                      G. Burkhardt




ENCÉFALO – DIE TO KILL- CE

       AliveOrKill? É uma perfeita introdução, com múrmurios tétricos e agoniantes, para a entrada de um Death/Thrash Metal. Coeso na determinação da banda em  trazer podridão e sujeira,  que se nota logo de cara em Age of The Darkness até o fim com Night of The Dead. Não tem subterfugios , nem firulinhas extremas, nem preocupação em só demonstrar  técnica. Apesar de que a instrumental Battle of Blood a banda arregaça toda a sua competência nos seus instrumentos de guerra.O que escutaremos aqui é puro ódio pesado. Metal macho, macho mesmo! Arregacem os seus feromonios e se preparem para estonteantes rodas quando tocar Suicide Dreams emendando na mesma vibe com Apokalypse , onde a guitarra no começo parece uivar e lamentar em dor no meio da violência inerente da banda.
         As guitarras de Alex Maramaldo (também vocal, mas que saiu após essa gravação) e Lailton Souza por vezes correm desenfradas e cortantes em solos loucos como só a dupla King/Hanneman sabia fazer tão bem. 
        A primeira vez que ouvi o Encéfalo no trabalho anterior, Slaves of Pain, achei a entonação e os cacoetes do vocal de Alex próximo a Max Cavalera, o que não é demérito algum, porém nesse trabalho  ele trouxe ainda mais agressividade e identidade própria aos seus urro,  impondo um primitivismo na dose certa para o som da banda, infelizmente saindo após esse trabalho, deixando o cargo de vocalista com Henrique Monteiro (tb baixista).Além disso tudo, também é impossível não elogiar os bumbos e a pancadaria dos tambores de  Rodrigo Falconiere. Um grande , agressivo e respeitável trampo de Death/Thrash Metal.
                                                                             G. Burkhardt





CHEMICAL DISASTER – MORE SCRAPS OF OUR WOUND - SP

     De cara é inerente a propriedade dessa banda Santista de transformar qualquer coisa em pancadaria com um  Thrash beirando o Death, já que esse é um lançamento de 2015, além de reunir as demos "Promo-Tape '97" e "Promo Disaster '07" e músicas que ficaram de fora de trabalhos anteriores, também contém vários covers: Vulcano, Venom ,Judas , Motorhead . Esses últimos ganharam versões realmente estupidas, não no sentido pejorativo, mas no sentido de agressividade mesmo. Rapid Fire e Sex and Outrage ficaram com uma pegada totalmente thrash. O trabalho contém 16 faixas, sendo as 02 primeiras gravadas em 2014, portanto novíssimas, a partir da terceira temos sobras, mas nem por isso menos fodas, dos álbuns "Scraps of a Being" e "ThirdWound" e das demos já citadas acima. A formação, até esse trabalho, que conta com Luiz Carlos Louzada (vokills), Fernando Nonath e Ricardo Lima (guitars), Juca Lopes (drums) e Diaz (bass).
É uma banda pesadíssima sem dúvida, mesmo passando por diversas formações, tendo o guitar Fernando Nonath como membro fixo em todas as gravações e mesmo gravando com a alternância de Luiz Carlos Lousada e Valdemar Novaes nos vocais em épocas distintas, a identidade da banda se mantém coesa e nos dando a impressão de uma obsessiva vontade de espancar nossas almas. Peso, muito peso!
                                                                        G. Burkhardt


















Não, não é aquele rapaz latino americano sem dinheiro no bolso e que por isso mesmo costuma desaparecer (mais do que está desaparecido na mídia) para fugir das suas dívidas. Belchior se trata do mais novo projeto do pernambucano Belchior DeMelo, a anos radicado no Brasil, e que sempre foi um músico muito atuante na cena pernambucana.Mesmo morando nos EUA o trabalho está sendo lançado primeiro aqui no Brasil. Vamos saber suas histórias, seus projetos e qual perspectiva ele nos traz com esse novíssimo trabalho!



A. Fale sobre e quais bandas você participou aqui no Brasil , antes de viajar para o exterior 

Belchior: No Brasil (especificamente em Recife) , fui baterista da INFECTED e da ELIZABETHAN WALPURGA, fui também um dos fundadores e guitarrista da DARKNESS EMPEROR. A INFECTED foi e ainda é bastante elogiada no underground, gravamos duas demos no inicio dos anos 90 que são consideradas por muitos como clássicos do Death Metal brasileiro. Com a ELIZABETHAN WALPURGA o processo foi um pouco diferente, pois tinhamos dois monstros nas guitarras (Breno e o Eric) e o nosso maior objetivo era o de não fazer uma musica pra guitarristas e sim para verdadeiros headbangers. Usamos todas as nossas influencias nesse processo e gravamos o CD- Demo "Desire" que assim como as demos da INFECTED, se tornaram clássicos do underground brasileiro. "Desire" foi a mais honesta mistura de nossas influencias do heavy metal anos 80 com a forca e energia do Black Metal.Na DARKNESS EMPEROR minha passagem foi rápida pois já estava tocando com duas bandas e precisei ser realista e deixar a vaga para alguém que pudesse se dedicar 100% a eles.



A.Você já compunha nessa época?


Belchior: Não, esta é a primeira vez que escrevo e gravo sozinho todas as musicas e letras, foi também minha estreia como produtor e todo o processo esta servindo como aprendizado a ser usado em meus futuros albuns. O melhor lance quando se grava tudo sozinho é a liberdade de expressão. Nao tenho que fazer nada pra agradar ninguem e não preciso aceitar o que não gosto.



A. Recentemente fizeram uma pesquisa no facebook perguntando qual a melhor banda de Metal em Pernambuco. Sua antiga banda, a Elizabethan Walpurga foi muito bem votada. Você ficou sabendo e o que você pensa sobre isso?. 


Belchior: Nao fiquei sabendo dessa votacão, embora, quase todos os dias recebo mensagens me perguntando sobre a banda (Elizabethan Walpurga), e confesso que fico muito feliz em saber que conseguimos marcar tantas pessoas com nossa musica.



A. A quantos anos você mora fora do brasil e como é a cena aí nos EUA? 


Belchior: Fazem exatamente 15 anos que estou nos Estados Unidos. Sobre a cena aqui, ela não existe ou pelo menos não é uma coisa real e viva como no Brasil. Aqui em Boston o Hardcore é o que rola mais forte. Existem muitas bandas de Metal porem sem união alguma. Já fui em muitos shows locais aqui com um publico de 10 pessoas. E não é por falta de grana, muitos shows são ate gratuitos só que o publico é fraco. Pra voce ter uma ideia muitas bandas que vão se apresentar no Brasil não tocam aqui sozinhas. Aqui elas tem que fazer as turnes acompanhadas de mais 2 ou 3 bandas de grande porte pra não dar prejuízo. Lojas de CDs especializadas em metal aqui só existe uma chamada Armaggedon, ainda assim é muito mais Hardcore que Metal. E no topo de tudo isso existem as modinhas, nesse momento a moda é tocar musica no estilo Black Sabbath então voce só vai fazer turne ou gravar se seguir essa linha, claro que nem tudo é assim, mais infelizmente a grande maioria (pelo menos aqui em Boston) funciona dessa forma.



A. Você formou ou participou de outras bandas no exterior? 



Belchior: Sim aqui nos EUA eu participei da FOREVER'S FALLEN GRACE, SKULL HAMMER, IRON HEAD, 80 PROOF, SECRET SOCIETY e atualmente estou tocando com o Kevin Curran (STEEL ASSASSIN) numa banda no estilo MOTORHEAD/SAXON mais ainda esta no inicio e não temos nada concreto gravado, apenas ensaios e ideias para futuras musicas. Um fato engraçado aconteceu comigo em 2002, trabalhava numa loja de carros como vendedor e fui abordado por um cabeludo querendo comprar um carro grande para usar em uma turne pelos Estados Unidos e Canada. No meio de nossa conversa descobri que a banda estava precisando de baterista e apos ter falado que já toquei Death Metal no Brasil marquei um teste naquele mesmo fim de semana. No sábado pela manha dirigi mais ou menos uma hora ate chegar no meu destino que seria uma cidade do estado de Rhode Island (estado vizinho a Massachusetts onde moro), chegando no meu destino desci no porão da casa e vi essa bateria monstruosa e um paredão de Marshalls foi naquele momento que senti que a banda era maior do que o que eu imaginava e finalmente perguntei como eles se chamavam ... VITAL REMAINS .... cara fiquei sem acreditar, tava na casa da mãe do Tony (Lazaro), eu ele e o Dave Suzuki prestes a iniciar o ensaio. Fiquei me sentindo confortável mesmo sabendo que não tocava por tanto tempo pois conhecia o album "Let Us Pray" muito bem e o som não era tão rápido. Me dei mal, eles botaram no cd player o album novo ainda sem a mixagem final .... uma porradaria de quebrar tudo que seria batizada "Dechristianize". Apos escutar o album inteiro fui sincero com eles e falei que eu seria uma perda de tempo pois precisaria de muito ensaio para voltar a minha forma, dai ficamos escutando o album e bebendo e tocando VENOM e CELTIC FROST. Esse foi o exato momento que me fez voltar a ensaiar e tocar, e reacendeu uma forca que estava perdida dentro de mim. Claro, eu não toquei com o VITAL REMAINS, porem , tive o prazer de ver o Dave Suzuki tocando batera (uma destruicão, por sinal ele que gravou a batera do album inteiro) e também o de tomar umas conversando com uma galera que eu cresci curtindo.



A. Os músicos e bangers americanos conhecem bem o Metal brasileiro, ou sempre morrem na mesma praia, Sepultura, Angra e Sarcofágo?


Belchior: Os músicos americanos que eu ja toquei não são muito ligados ao que ta rolando ao redor deles, eles conhecem bem o SEPULTURA e muitos sacam um pouco dos RATOS DE PORÃO pois eles fizeram algumas turnes aqui. O SARCOFAGO apenas uma meia dúzia de caras que já ouviram falar mais não conhecem a musica. Uma banda que eu encontrei um pequeno publico aqui foi a HEADHUNTER DC pois apareceram (Não sei como) um monte de copias do CD "God's Spreading Cancer" e muita gente que conheco pegou  esse CD aqui. O ANGRA pra te ser sincero eu não me relaciono com ninguém que eu saiba que curte a banda ou mesmo o estilo de musica que eles representam.



A. Ouvindo o cd, me parece que você lidou com vários climas, pois tem músicas completamente carregadas e alucinadas principalmente no vocal como em A Life With No Light The Olden Days e Beelzebuth e algumas mais introspectivas, apesar de conter áureas negras como Kingdom Of The Midnight Art. Que vários sentimentos você lidou para compor e executar sozinho esse material?

Belchior: Esse CD foi gravado durante o inverno de 2014 (para ser mais exato, entre o final de Dezembro e inicio de Fevereiro), cada musica tem um sentimento diferente e não me preocupei em soar como nenhuma outra banda, claro que eu tenho minhas influencias mais acredito que elas serviram pra formar o musico que sou hoje e nao procurei copiar o que ja foi feito pelos artistas que gosto. 




"A Life With No Light : The Olden Days" foi escrita em uma noite (musica e letra) e gravada durante uma tempestade de neve que comecou numa sexta-feira e durou ate fim do Sábado, a melancolia daquele momento misturados com o frio ajudaram a musicar a soar dessa maneira, tão insana e cheia de maldade.



"Kingdom Of The Midnight Arts" foi criada apos um sonho em que me vi como espectador em um ritual satanico e tentei traduzir esse sonho da maneira mais fiel possível. 



"Beelzebuth" eh uma musica da grande MYSTIFIER e eu escolhi esse cover por alguns motivos, queria tocar uma musica de uma banda do nordeste, queria tocar uma musica do MYSTIFIER pois sempre achei uma das maiores bandas do Brasil.(Aqui nos EUA e na Europa eles são respeitados como um grande banda underground, e com todo merecimento) e também fazer um cover que eu conseguisse moldar ao meu proprio estilo.



"A Life With No Light : Unholy Ghost" foi feita numa noite muito fria e silenciosa. Acabei ela muito tarde e como moro num apartamento precisei gravar os vocais no outro dia (finalizo uma musica de cada vez, assim sei que cada uma tem sua energia propria), também foi muito influenciada pelo frio e desolacão do inverno em uma fase muito estranha de descobrimento de minhas limitacões como musico e produtor.



"Enthroned By Hell's Fire" foi o começo do que eu chamo de "fase do ódio", escrevi essa musica usando todas as lembrancas negativas de ser criado em uma família religiosa. Gravei inicialmente no teclado e aos poucos fui construindo as partes das guitarras , bateria e por ultimo os vocais.




" ... Cold Winds Are Calling Me... " Exigiu muito de mim, não só como musico mais também como produtor. Foram gravadas 3 guitarras bases, outras 2 guitarras com arranjos e mais uma adicional limpa, 4 gravacões de vocais e o uso de um Hamond B3, e claro, baixo e bateria. Essa musica foi inspirada pelo BLACK SABBATH, MERCYFUL FATE , CIRITH UNGOL, DEEP PURPLE E URIAH HEEP.

As outras duas musicas no final são bonus de uma demo que gravei em 2007 "Orgy In The House Of Your God" e "I Despise Jesus Christ" , também são muito importantes pra mim, pois são as primeiras musicas da banda BELCHIOR, porem não traduzem o trabalho que estou desenvolvendo hoje.

Todas as musicas foram feitas sem limitacões de nenhuma forma, minha unica intencão nesse CD foi a de passar pra o publico que aprecia o som oculto underground um trabalho verdadeiro e livre de modismos.


A. Existe a possibilidade de você tocar esse material ao vivo?

Belchior: Não, o trabalho é muito pessoal e completamente voltado para o sentimento único de cada musica. Não faço musica com intuito de tocar ao vivo, pra ser sincero isso nunca passou pela minha cabeça e não tenho nenhum interesse em mudar isso. Minha preocupação maior é a de continuar a compor e gravar continuando assim a evolução de tudo que tenho planejado para minha banda.


A. Valeu cara, pela entrevista em primeira mão ao Acclamatur zine e deixe aqui as suas últimas considerações e contatos para quem quiser, aqui no Brasil, adquirir o material do Belchior, tanto o cd , quanto o merchandising.

Belchior:Queria agradecer a você Guga e Acclamatur pelo espaço, ajuda e confiança no meu trabalho e por tudo que você já fez e faz pelo nosso underground nordestino e brasileiro. Queria também agradecer ao Savio "Hellhammer" Diomedes, que sempre acreditou na minha musica do inicio ate hoje e foi a pessoa responsável para a realização desse álbum. Alcides Burn da The Burn Production, Hugo e Leo do Arena Metal PE e finalizando, Hail!!!!!!!! Para todos os meus irmãos de Recife, do Nordeste e do Brasil que nunca deixaram o verdadeiro metal negro morrer.

“... E no fogo se revelara a liberdade...”


Contatos com:
BELCHIOR
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Distribuição do CD no Brasil:
ORDO DRACONIAN BLACK LABEL
ordodraconianblacklabel@gmail.com
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Merchandising no Brasil:
https://www.facebook.com/TheBurnProductions





ACCLAMATUR é : Guga Burkhardt & Nina Burkhardt
Diagramação e Ilustração das capas, colunas Videre, União e Contos Mórbidos: Guga Burkhardt
Agradecemos à todas as pessoas que estão conosco todos esses anos, não é preciso citar nomes, elas presentem quem são.
Bandas nos procurem!!!!!!

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