Aqui estamos no final desse ano que esfria. Retornamos para o mundo físico, que já era nosso plano desde que criamos esse blog. O zine está aí nas ruas. Papel contestatório, arte marginal muito longe de ser uma revista. E é assim que queremos.
O prazer de grampear, xerocar, traçar desenhos, colar. é como a montagem de uma escultura. Pouco a pouco vai tomando forma.
O prazer de grampear, xerocar, traçar desenhos, colar. é como a montagem de uma escultura. Pouco a pouco vai tomando forma.
Sem pretensão de tiragens enormes. é pra chegar onde deve chegar. Para quem merece chegar. Espero que você seja um deles. É um zine feito por quem deve fazer um zine: um fã. É isso e só.O blog permanecerá como o espirito que ronda, mas de uma maneira diferente do que normalmente acontece, será ele que alimentará o físico.
G. Burkhardt
EM NOME DO MEDO- A BRAZILIAN TRIBUTE TO
MOONSPELL
Confesso que
sempre achei o vocalista do Moonspell, Fernando Ribeiro, um chato de galocha
com papos intelectualóides parecendo querer impressionar nas entrevistas e se
mostrar como alguém muito culto.Como não consigo separar o criador da criatura,
o resultado é que nunca dei muita atenção à banda. Por isso precisou de um time
de peso, de grandes bandas do Metal brasileiro para reatar minha atenção ao
Moonspell. E isso elas conseguiram com toda a certeza.
Força
mostrada logo de cara com duas faixas extraídas do Under Satana, onde o Malkut daqui de Pernambuco, conseguiu
dar uma crueza e maldade em Tenabrarum Oratorium
muito maiores do que a original e o Capricornian
com Opus Diabolicum , conseguiu
colocar melodia num vocal sujo onde a
“letra”na original é mais narrada.
O Pátria
não poderia ter escolhido tema melhor do que Wolfshade que ficou perfeita para seu peso e sua peversidade Black
Metal. É o mesmo caso do Soturnus
que tirou uma música do mesmo disco “Wolfheart” e sabiamente adequou para seu
estilo vocal hora esganiçado hora mais melódico. Agora, sem sombra de dúvidas o Malefactor produziu uma obra prima com
uma enjurrada de riffs
tradicionalíssimos e fez de Alma Mater
um dos momentos mais arrepiantes desse
tributo.
Do álbum Irreligion o As
Dramatic Homage trouxe toda sua áurea progressiva em Full Moon Madness, outro momento máximo do cd, principalmente ao
recitar parte da letra em portuguê. Já o Silent
Cry passa um pouco morno com uma versão nada a acrescentar de Opium.
O Hellight, uma das maiores
entidades do Doom Metal brasileiro, mais uma vez, assim como em outras
interpretações como já fizeram do Sabbath, Pink Floyd, Queen e até Neil Young, colocaram
sua personalidade de forma impressionante e com isso transformam tudo que
pegam em uma música pesadissima e melancólica como o Doom tem que ser. E mais
uma vez o Irreligion passa a ser bem representado. O Ravenland transformou a
moderninha e meia dançante Magdalene,
numa canção de clima gótico pesadão e ficou fantástica com as participações da percussionista oriental e tribal Bety Vinyl e da vocalista Naiça Mel que cantou em trazendo um clima bem oriental à música.
O Apocalyptchaos com Everything Invaders não muda muito na estrutura do original, apenas
acrescenta mais peso, bem mais. E mais uma vez o termômetro emocional sobe com
a versão de The Southern Deathstyle do
HateEmbrace também de Pernambuco que
no meio da música muda completamente o arranjo para uma percussão com clima
nordestino, algo que a banda já vem testando desde o seu último lançamento Sertão Saga.E funcionou muito bem
levando para a música um clima bem ritualístico.
Seguindo com a pancadaria de Inner Demons
Rise (PE) tocando com maestria Finterra
e mantendo toda a agressividade do original. E quando tudo parecia definido, O Kataphero traz o que para mim éa música
do cd, mais densa, bonita e sem esprança, com clima de desamparo
principalmente quando entra o vocal feminino. E a banda optou em fazer a versão
sem que alguns integrantes tivessem sequer escutado a versão original, o que eu acho que contribuiu muito para a originalidade da faixa e talvez por isso Once it Was Ours ficou essa
obra prima.
Depois vem o
deathão pesadíssimo do Obskure que
tratou Night Eternal com a
brutalidade que eles tratam a maioria das músicas que se propõem tocar. E ficou
foda. E o Raiser com Lickanthrope fez, digamos assim , o seu
dever de casa.
Uma produção
da Heavy and Loud Press e The Burn Produções de Alcides Burn que também é
designer e também contribuiu para a capa, com uma belíssima e negra ilustração
onde a figura fantasmagórica está acompanha de um lobo ibérico e um lobo guará,
representando a aliança luso-brasileira nesse que é sem dúvida um dos melhores
tributos lançados no Brasil e talvez no mundo levando-se em conta a qualidade das
bandas e suas interpretações me obrigando a ser ser fã do Moonspell.Mais uma vez eu digo: pena
que não vai sair o físico.
G.
Burkhardt
Quando em 80 tive contato com o Agressor através da demo Destruição
Metálica, logo aquele Thrashão com letras mais politizadas e um vocal meio
hardcore, me pegou na veia. Porém na segunda demo Kill Or Die optaram por cantar em inglês. Aí peguei uma longa briga
via correio, onde no envelope da primeira carta escrevi em letras garrafais: Speak Portugueses Or Die, numa alusão ao
disco do S.O.D. que fazia sucesso na época. Entre discussões que duravam meses
para serem rebatidas já que o sistema era o de carta, o tempo passou e em 2010
dei uma sacada no cd Victim of Yourself
de 2006 e percebi que apesar de tantos anos a pegada furiosa continuava a
mesma. Voltei a entrar em contato com Paulo,(baterista e fundador da banda),
agora claro, pela internet e até rimos daquele tempo de discursões sobre
idiomas no Metal. Mas essa introdução é apenas pra entendermos como é
importante alguém ter uma história e mais do que isso se manter durante tantos
anos com dignidade e força. Por que se é uma coisa que o Demise of Life lançado em 2014 tem, é força, com aquela pegada Agressor, que quem acompanha a banda
desde os primordios sabe do que estou falando. O prazer foi maior quando vi em
meio as tijoladas ,Morte Em Vida, Belo
Morte e Terra Sem Lei, petardos atirados em português e de forma
magistral para mostrar que as letras
inteligentes, críticas e altamente cotidianas do Agressor continuam intacta e que são facilmente captadas e
interpretadas na nossa língua. Gosto de pensar, na minha peitica (expressão
nordestina para persistência), mesmo podendo ser presunção minha, que o retorno
dos nossos contatos em meio a fase de composição , tenha inspirado a banda à
voltar a compor na nossa língua. Água mole em pedra dura...Mas não importa se é
em português ou inglês, porque é Thrash de primeiríssima grandeza. Produção da própria
banda ,prevalecendo peso e timbragem e arte do encarte com letras que tratam de meio ambiente, política,
corrupção e temas ligados principalmente a sociedade brasileira e que se
transforma num belíssimo pôster, traz ainda mais vontade de ter esse cd físico.A
formação conta com Paulo com um Vocal fuderoso e bateria furiosas (único
remanescente original da banda), Alexandre
nas belíssimas guitarras solo & base, backing vocal, Gustavo Lima no
baixo e Zaror nas ultras guitarras base. Ispique portchuguise or daí !
G. Burkhardt
IAMÍ – LUZ E SOMBRA
É interessante observarmos que o Black Metal é o subgênero
mais diversificado dentro de tantos no Metal e isso soa um tanto estranho já
que é o que possui um público mais radical. Mesmo assim temos escuridão para
todos os gostos com diversas formas de expressão dessa música negra como os
sinfônicos, raws, Darks, atmosféricos e tantas vertentes mais. Para quem está
familiarizado com investidas mais dungeonsynth, ou seja, aquelas paisagens
atmosféricas a base de teclados, o Iamí
segue muito nessa vertente, mas com a maioria das faixas mais ríspidas.
O Iamí já lançou a demo Crença Profana em
2013 e é o projeto do Paranaense de Maringá, Rômulo Machado, que tocou todos os
instrumentos, escreveu as letras, fez o designe da logo, desenhou a capa numa
tentativa de ter total controle da sua obra, já que como que explica o artista
no realese que veio junto com o cd e que ajudou muito na compreensão e respeito
à obra, já que para mim particularmente não é uma música que me conquista de
cara, mas que conseguiu seu intento ao me fazer perceber que a intenção da obra
é expressar a sua arte sem preocupação de ser o mais original ou ter que nadar
a favor da maré. Ou seja: o Iamí é
mais uma das vantagens da nossa independência com a morte das grandes
gravadoras e o acesso à tecnologia de estúdios caseiros e que só nos libertou
para nos expressarmos da maneira que quisermos afinal o conceito principal do
Black Metal é a liberdade.
O Ep possui seis músicas: Crença Profana, Lamento, Rito Iniciático (para mim a melhor), Orvalho Crepúsculo (só teclado), Cura e Magia e Quietude (também a base
de teclados). O cd vem em digipack, uma arte simples em preto e branco, mas de
muito bom gosto. Apoio sempre um trabalho como esse, sério, com a filosofia dos
espíritos livres.
G.
Burkhardt
CRUSHING AXES – UNDEAD WARRIOR
Você está naufragando na net e de repente se depara com um
link assim: “Novo trabalho do Crushing Axes para download”. Aí você baixa para
conferir e saber se vale a pena para resenhar no zine e se surpreende com a
qualidade da gravação, desenho de capa ducacete e som pesadão sem pressa, onde
a tensão é mais importante do que a velocidade.
Vocalzão forte meio negro e
descobre que com exceção da bateria/baixo, todo o trabalho instrumental é feito
por um cara chamado Alexandre Rodrigues e que a banda/ projeto dele, já tem
dez, é dez CDs lançados virtualmente! Aí você vê a quantidade de trabalhos que
estão aí nos subterrâneos “perdidos” nessa dimensão virtual.
São seis músicas,
como já falei, sem pressa, Death and Honour
vem compaçada com o peso e trabalho de bateria muito bom, Road Warrior começa mais rápida e depois
volta à lentidão, King Ground tem o
melhor riff da obra e vocal mais gutural, o baixo se amostra em Altar Stone, por sinal o peso desse instrumento
é um dos pontos fortes dessa obra, Painted
People é a mais calma do Undead Warrior
com belíssimas guitarras fazendo a melodia e Hear The Sacrifice se apresenta
com aqueles riffs ganchudos.
Puro tesão Heavy Metal, vontade de fazer as coisas,
mesmo com as dificuldades de mercado como a quantidade de lançamentos, o
desinteresse de um novo perfil de bangers que não valorizam o físico, e outros
obstáculos no mundo supérfluo e virtual em que vivemos hoje em dia, mas que não
desestimulam empreitadas como essa. Ainda bem que tem gente teimosa e decidida
a não deixar sua produção artística para si mesmo.
G. Burkhardt
PRIMORDIUM – TODTENBUCH
Os mistérios e ocultismo da civilização egípcia sempre
inspiraram bandas no Metal. Dio, Iron Maiden e mais fortemente o Death Metal do
Nile até o Pernambucano HateEmbrace. Em Natal essa temática foi trazida a tona
de forma magistral com o cd “Todtenbuck” da banda Primordium lançado em 2014. O cuidado com o trabalho vai além das
músicas. A capa feita por Sandro Freitas se transforma num mini pôster com uma
arte fantástica e ainda no verso contém todas as letras, além das faixas numeradas
da forma que os egípcios representavam os números. Detalhes que favorecem e dão
maior credibilidade para acompanharmos melhor a temática da banda. E
musicalmente falando, que é o fator mais importante desse produto, o cd já
começa com a música título instrumental com sons e instrumentos nos carregando
logo para paisagens desérticas para emendar com um riffão carregado e maldoso
de Curse Of Imhopet, veloz com uma
paradinha no meio com um coro meio cinematográfico. Mummified mantém a aspereza e o clima com passagens quase Doom. Gates of Restau também muito brutal, Legion tem como destaque um violino de
arrepiar tocado por Ariane Salgado, Transcending
mantém o peso, Khumunu é instrumental
trazendo além de percussão étnica e instrumentos atípicos, um belo dedilhado
tranqüilo dentro de uma obra tão agressiva. Depois como uma praga destruidora Glory Of Rá acorda o ouvinte como para
lembrar que aquilo é um disco de Death Metal e segue de forma épica com Pillars Of Eternity, Negativa Confession e Osíris fechando com uma das melhores
bases do disco.
Grande vocal de Gerson Lima, Guitarras, Didgeridoo (instrumento
de sopro dos aborígines australianos) de Lux Tenebrae, João Felipe Santiago nos
teclados e Augusto Cesar na Batera.
Agente percebe logo quando uma obra é feita
com muito cuidado e pesquisa, tratando de temas muito distantes da nossa
realidade, mas sem trazer aquele incomodo de trabalhos feitos nas coxas e de
forma amadora. Um trabalho foda, feito sobre um grande conceito.
G. Burkhardt
METAL COMANDO – DEMO 1
Sabe aquele Metal na sua essência de ser simplesmente Heavy
Metal ? Nostálgico até a veia. Banda pra show com cerveja e punhos cerrados e
coro em uníssono de “Metal, Metal, Metal !!!” Não é o tipo de letra que gosto,
na verdade mesmo em 80 foram poucas as letras de ode ao Metal que eu gostava,
raras exceções como “Guerreiros do Metal” do Korzus e outras que gosto mais por
relembrar momentos de luta por espaço que como pioneiros enfrentamos em 80. Mas
musicalmente as músicas empolgam na sua estética metálica como Ataque Heavy Metal que tem bases fortes
e legais, Vítimas da Podridão fala de
guerra e Hail Headbanger encerra a
demo no clima de amor ao Metal. O aspecto que precisa ser melhorado é no vocal
do grande guerreiro e batalhador do underground nordestino, Thiago Pires, que
tem muita força e garra, mas precisa ser “domesticado” para cantar esse estilo.
Complementam o exercito, TKildare Dekzaell – Guitarra/vocal, Magno Guimarães –
Guitarra e Gleyson Barbosa –bateria. O baixo contou com Sérgio Monteiro como
convidado.
A demo foi gravada ao vivo em estúdio em Campina Grande- PB e só
fizeram 50 cópias para divulgação da banda. E já prometem uma Demo 2, já que a
procura pelo som da banda está grande.
G. Burkhardt
BURNING TORMENT – DARKNESS REBORN – DEMO
Mais uma avalanche de riffs e maldade de um estado que impressiona com
a sua brutal produção. De Fortaleza berra com ódio o Burning Torment que lança sua demo em 2014. É um Deathão sem
concessões com o vocal podrão de Luís Paulo dos urros ao esganiçado, baixo
pesado e marcando presença de Alexandre, guitarras no talo de Ednardo e a
bateria violenta de David que deixou a banda logo depois dessa gravação e
talvez por brigas internas não consta nada no material gráfico. Não há
misericórdia, não há teclados para amenizar a crueza. A produção deixou o som
bem redondinho e pesadão, mantendo o nível em todas as 05 faixas.
The Pain Is Coming, Feeding Hatred , Night Of
Terror, God Is Dead e In Prase The Devil são despejadas sem dó nem piedade,
deixando a certeza de que um full leight ira matar e massacrar os ouvidos menos
experientes. Destaco In Praise The Evil
que nos castiga com toda a brutalidade, mas tem uma melodia escondida
entrecortada com vocais mais rasgados e riffs ganchudos que botam moral e
termina como todo bom disco tem que terminar: com agente acionando novamente o
play.
Logo após uma introdução enigmática, que parece ser um
ritual indígena, a sensação de poder que a banda emana em Não Darei A Outra Face, nos domina de imediato, o refrão muito bem
vociferado por Tormento, também guitarrista, é ainda mais acentuado por ser em
português e com uma letra foda, um conceito pagão inteligentemente
escrito.
A próxima, Eterno
Sofrimento de Cuauthemoc é épica, mesmo com pouco mais de 5 minutos pelo
clima proporcionado pelo instrumental e principalmente a letra. É de arrepiar a
forma que falam de uma grande figura histórica da época da colonização
massacrante dos espanhóis nas Américas. Evocando
os Espíritos Obsessores das Florestas Austrais começa com um dedilhado para
ir ao encontro de um peso lento e clima morto. Tão morto que chega a ser
opressivo. Vingança Ancestral
já leva na cadencia um clima meio gótico, com certeza a mais “acessível”, um
leve descanso para espíritos esgotados prolongado com Anacrônico Tempo, Obsolescência da História, uma faixa curta
instrumental. Aí a obra prima começa a caminhar para o final com dois bônus Densas Névoas das Profundezas e Estúpido e Podre Homem Podre Cristão.
O grupo optou pela crueza até na sua formação, pois colocou teclados (tocados por Tormento) quase imperceptíveis, tanto que analisando no meu sonzinho Philco não percebi de cara, diante do peso e brutalidade desse grande power trio. Aqui o que se vê realmente são quatro cordas de Mielikki trazendo o grave em honra
ao peso e os tambores de André Rodrigues aumentando a rispidez classuda desse
trio que impressiona pela qualidade e sabedoria para produzir uma obra suficientemente
má e que nos faz refletir para que tanto se com muito menos se chega a um Grande.
Foderoso Black Metal!
G. Burkhardt
Esse split reúne a Lei Do Kaoz de Pernambuco e o Ação Libertária do Rio Grande do Norte. Ambas têm fortes características crossover a primeira mais Thrash e a segunda mais Hardcore. Poderiam estar na coluna Pandemonium, mas a atitude mais punk é o que faz esse trabalho estar nessa coluna. Estão sempre envolvidos em movimentos das periferias de atitude faça você mesmo e participando de eventos para melhoria de comunidades das suas cidades.
Lei Do Kaoz |
Cada uma contribuiu com três músicas inéditas. A Lei do Kaoz abre os trabalhos com riffs totalmente Thrash em Ditadura Nunca Mais, seguida da irônica pancada Big Bosta, onde detona o programa que mais vulgariza a privacidade das pessoas e finaliza com a irada Anti Playboy.
Se as pancadas da LDK já empolgavam, quando entra Até Quando? da Ação Libertária o trabalho explode de vez. É um Hardcore empolgadíssimo, é roda, roda e roda. Saltos do palco, mergulhos mortais. É só essa imagem que me vem à cabeça. Aí vem Todo Poder Cai que aumenta a energia com uma letra fantástica e melhor refrão de todos. E encerra, infelizmente muito rapidamente (no sentido de tempo) com Tripalium 2.0 que tem algo nos vocais da lendária e ainda na ativa, Armagedon de SP.
Ação Libertária |
G. Burkhardt
AORTA – ACORDE – PE
Som Punk, não
pesadão, mas essencialmente Punk. Vindo
do bairro de Afogados- Recife. Com uma introdução muito legal que não tem nada
dessas vinhetas chatas ou sons eruditos,
tem cara de música mesmo com gritos de “Acorde, acorde, acorde !!!” já
iniciando com muito pique o cd e nos preparando para a Luta
Social(Tudo Para Todos) que ”abre” o
trabalho, seguida de Auto-Estima, Preservei
e mais um apanhado de 12 sons no total, alguns rápidos outros cadenciados mas sempre convidativos para o
pogo.
A banda tem como vocalista Pesado, que já foi frontman do hardcore Câmbio
Negro, Caru Metal e Junior nas guitarras, Eduardo no baixo (que tem umas boas
sacadas e dá um molho a mais na banda) e Neto na batera. Destacaria no disco O Sol Nasce e Ânsia e Medo (com participação de Davi da Nação Corrompida), ambas
com cerca de 1 minuto e por terem uma pegada mais hardcore chamando agente pra se matar na roda.
Nervoso
e ao mesmo tempo divertido como deve ser um bom disco Punk.
G. Burkhardt
Assim estava escrito no Acclamatur de 1986 e é assim que vamos conduzir o Subterraneus aqui no blog. Vamos considerar tanto as gravações boas quanto as gravações mais toscas ou mais simples de bandas que por falta de experiência ou por morarem longe de grandes centros, sem acessibilidade a bons equipamentos fazem o possível para registrarem o seu som com um único sentimento: FÚRIA! E FÚRIA é o que mais importa. Portanto, promos, lives, demos antigas, fúrias esquecidas no tempo e que valem serem resgatadas para mostrar autencidade e sinceridade ao Metal estarão aqui para os arqueólogos vasculhem nos registros arkashicos.
ATO-ATROZ – O TUMULTO
E O VAZIO
Vando Sujeira, o hombre por trás desse projeto tem um
background punk, já que é baterista do Pröjjetö Macabrö e isso é claro ressoou
nesse trabalho tanto na urgência da música, no conteúdo contestador das suas
letras e na ideologia do “faça você mesmo”. Mesmo que esse você mesmo possa cair
na tosqueira tanto de gravação (o que não é o caso, já que tudo está bem audivel e equilibrado), quanto do material gráfico.
A capa com uma
ilustração legal chega ao ponto de atitude alternativa, que as informações da demo são
escritas no verso à mão, de caneta. Mas como minha ideologia concorda que ao
menos se inicie alguma coisa e que com o tempo o artista vai encontrando meios de
burlar a falta de recurso, sem se vender e com criatividade vai melhorando seu
material, isso se ele realmente quer melhorar. Porque, muitas
vezes a tosqueira é também uma proposta artística, que muitos em tempos de
protools não entendem. Mais e a música? Puta que o pariu! É forte, a gravação a
deixou pesada, é urgente como já falei. O vocal de Sandro ficou muito bom.
Promovendo Guerra, O Prisioneiro, Única Certeza e O Tumulto e o Vazio são
músicas principalmente pra se ouvir ao vivo. Um trabalho que adquiri às cegas
pelo respeito que tenho ao Pröjjetö Macabrö e me descobri sorrindo diante de
tanta determinação em fazer barulho. Inteligente e podre. Ou seja:
perigosíssimo.
G. Burkhardt
DESALMA – ESPIRITO DE
PORCO
Alguém que gosta de estragar o prazer e diversão de outra pessoa é
chamado, principalmente no Nordeste de espírito de porco.
A capa bem sacada,
estilo xilogravura, com um porco de chifres bem satanizado é ao mesmo tempo irônica e forte, como a filosofia
dessa banda de Hellcife.
Desalma já é “consagrada” e mesmo assim por opção artística,
o que prova a sua autencidade ao underground, resolver fazer esse ep de forma
totalmente caseira, desde o material gráfico da capa até o cd sem rótulo, Esse
trabalho me foi entregue no dia em que tocaram no Ecco Sound Festival em
Recife, talvez daí a urgência de trazer de qualquer forma um material novo.
A banda é extrema, onde a tônica é a pancadaria, passando pelo grind,
harcore, Thrash, Metal moderno e tudo o que possa incomodar os ouvidos menos
treinados. Um avant para sentirmos o que vem por aí em termos de sonoridade.
São 03 faixas, C.U. que me desculpem o trocadilho, é dukaralho, Autodestruição
e Espírito de Porco com a caceteada em total descontrole. E tudo em nossa
língua ! E foda-se o resto !
G. Burkhardt
O ano: 2009. O ambiente: as escuras quentes e esfumaçadas
ruas do Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, mas que esconde crimes, tráfico de
drogas, perversidades humanas construídas e cultivadas durante séculos como um
mal antigo ancestral, mas contendo na sua essência a decadência do tempo
renovando a natureza.
Em meio a esse ambiente surgiu a forma do Velho de coração
primitivo saindo furtivamente das trevas e ao mesmo tempo se mantendo nela,
resgatou antigas canções escritas pelo músico/poeta Thiago Caronte que se
aproximou para trocar experiências sonoras com Tiago Splatter, baterista. Sendo
convencido de que aquela entidade secular deveria esvaísse da escuridão par o
mundo físico. Para isso precisou agregar Valéria Tenebra, Guitarrista e Raphael Chaos
no baixo. Para produzir o artefato sonoro, Vida Longa Ao Primitivo , regado de 05 incômodos esporros insanos, onde a crueza
doentia do instrumental se equilibrava de forma inexplicavel com as letras de
uma beleza desesperadamente obscura, atraindo instantaneamente a atenção de
ouvidos livres por todo o país.
E foi em dezembro
desse mesmo ano na aglomeração de seres noturnos,no evento chamado Kulto Austral que os quatro se apresentaram pela primeira vez para as hordas. Logo
foi percebido o diferencial do contexto do Velho, onde o único caminho,
misantropicamente falando, era não repetir a mesma história, não deixando mais
um ano esfriar como em um eterno coma induzido.
Mas mesmo com a aceitação da
expressão negra artística muito forte, o ano de 2010 foi um tanto frio para
todos, já que o coma induzido pelo
próprio Velho só os trouxe ao palco em 2011, agora como um trio com a saída de
Tenebra e Chaos, esse último sendo substituido por Rafael Lopes no baixo.
As histórias dessa energia
antiga viva, continuou crescendo e se espalhando, surpreendendo até o trio que
começou a ser obsidiado por espíritos querendo ouvir aquelas mensagens ao vivo.
As apresentações rituais caoticamente organizadas pelo Velho tirava do marasmo
as mentes daquelas almas livres.
A tríade novamente começou a registrar as novas
produções da arte negra contestatória para culminar no renascimento em 2013, no
desenrolar cíclico do registro “Senhor de Tudo”. Embora parecesse que não
deixariam uma trilha sem pegadas pela busca do poder real, chegaram sem dúvida
perto dos portais da loucura, por isso mesmo muito próximos do Senhor de tudo.
O antigo cresceu, felizmente não a ponto de se aproximar muito do presente ou
já definir o futuro, mas o ritual, as noites mágicas em cima e a frente dos
palcos em 2014, levou o Velho a uma
viagem iniciatica pelos confins do Brasil, de Norte a Sul, Sudeste e Nordeste,
a estrela do caos brilhou a ponto de gerar físicamente um registro acompanhado
de outra entidade, Caverna, numa catarze de total troca de energia e Poder
Real. Sob o Ciclo de Ouroboros é um registro desse
momento em palco frente a um público onde
a troca de energia cíclica é necessária para manter e perpetuar as leis
que o antigo plantou.
G. Burkhardt
ACCLAMATUR é : Guga Burkhardt & Nina Burkhardt
Diagramação e Ilustração das capas, colunas Videre, União e Contos Mórbidos: Guga Burkhardt
Agradecemos à todas as pessoas que estão conosco todos esses anos, não é preciso citar nomes, elas presentem quem são.
Bandas nos procurem!!!!!!
www.facebook/acclamatur
acclamatur@gmail.com
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