terça-feira, 4 de abril de 2017

De volta aqui com mais um número do Acclamatur zine. E ainda estamos em tempos de comemoração de 30 anos e nesse resolvi homenagear um dos estados mais foderosos em termos de música pesada, o meu! Infelizmente todo dia que eu estava fechando uma sessão, aparecia alguma banda que eu deveria colocar aqui, mas não dava mais. Priorizei as que tinham lançamentos recentes, mas com uma dor no peito por ter que deixar de fora coisas como Krapula, Trovador, Falling in Disgrace, Storms, Gladiator of Death, Seeds of Destiny, Hate Embrace, Desalma, Alkymenia, Rudness, Projjeto macabro, Arquivo Morto, Lei do Kaoz, Shitfun, Pshic Acid, The Ax, Camus, Flashout, Decomposed God, Pandemmy, Confounded, Visão Mórbida, Great Flesh Mind, Infested Blood, Carrasco, Ímpios, Cadaveric Infection, Guerra Urbana e muitos outros. Alguns citados já estiveram nas páginas desse zine e com certeza voltarão logo mais. Mas o que importa é que se vejam contemplados e orgulhosos do quanto tão bem estão representados. Larguei também uma ilustração de capa com uma estrela de xerife do underground descendo enfiada numa bosta que boia no esgoto. E na parede tá pichado: regras do motim. Pois é, eu também tenho regra. Minha regra é quebrar tantas regras que estão por aí em nome do underground. Não queira trazer seus exercitos pra minhas terras, porque o que você quer plantar as minhas terras sao infertéis . Tá aqui!! Março de 2017 o Acclamatur zine nº 112 e não tô nem ai pro resto que tá descendo no meio da bosta!
E quem quiser adquirir o zine impresso v´ao instagram: @acclamatur_zine


                                                                       G. Burkhardt







ODDIUM – NIGHTMARE MANKIND’S


Uma das bandas mais brutais de Pernambuco .Uma entidade do estado que, com muitas dificuldades e trocas de integrantes , mantém intervalos monstruosos entre um trabalho e outro. Mas finalmente lança esse EP, gravado ano passado , pelo menos por enquanto, só compartilhado virtualmente. Infelizmente.
Cinco rojões sem preocupação de deixar seqüelas, aquele Thrash /Death ríspido, odioso, sentimento ajudado pela voz de Jorge Picasso , como na primeira, Exploited que já abre sem concessões, peso bruto. Impuity também chega solando , mas com uma passagem mais lenta para a guitarra de Robert Jr. e baixo fuderoso de Bruno Barbosa. A terceira é uma das minhas preferidas, por ser em português e também por ser um Thrashão arrancador de cabeça. É Tormento Eterno. Depois, Perfection, com sua variação rítmica, perfeita para a batera dinâmica de Eduardo Torment , que agora integra também outro torpedo de Recife, a crossover Realidade Encoberta. E tudo se encerra com Expression. Pelos títulos curtos do Oddium, percebemos a filosofia ríspida e direta que permeia a banda. Apesar de músicos muito técnicos, no fundo é só cacete mesmo, violência para quem quer violência, sem discursos tolos, apenas um ódio bruto! Foi foda o tanto que esperei esse trampo , mas o ódio que ele despertou em mim, valeu a pena a espera. 


                                                                 G. Burkhardt



FIRETOMB – PREACHER FROM HELL – PE

A ansiedade foi grande até ter esse ep em mãos, porque ano passado já tinha escutado a pré-produção e sabia que viria um grande trabalho na vertente que eu mais me empolgo em ouvir, o Thrash Metal. Estilo tradicionalíssimo, dificilmente ele vai surpreender no quesito originalidade ou inovação. As batidas ideais para roda estarão ali, as paradinhas para voltar numa velocidade estonteante, vão estar ali, os solos dilacerantes, vão estar ali. Mas não há espaço para a monotonia, porque o mais importante também vai estar ali: a energia revigorante que esses riffs, essas batidas trazem. Os riffs muito bem acessados por Randall Silva e Marcos Paulo, a bateria furiosa do monstro das baquetas pernambucanas, homem das 1000 bandas , ZK Aranha, o baixo ultra pesado e tocado com muita habilidade por Risaldo Silva e o vocal básico e eficiente de Lucas Moura felizmente estão todos ali. Então é só pegar a bolachinha, com belíssima capa, arte de Alcides Burn, encarte com as letras, produção perfeita, com muito peso e botar pra rodar sem medo, porque não tem como não querer se jogar numa roda sem pensar. Uma introdução instrumental, Back To The War é seguida da “lapada” PreacherFromHell. Depois, com o roncar do baixo, Until I Die, vem um pouco mais cadenciada descambando pra velocidade e de quebra longos solos dos dois guitarristas. KillThis Lie Again mantém a urgência. A última, com o título bem significativo para a proposta de estilo, Live orDead, viva ou morra, se jogue de cima de um palco ou morra em um show na insignificância de ficar de braços cruzados analisando uma banda.


                                                                        G. Burkhardt



DEMONIAH – UNCONTROLLED – EP

O melhor do Demoniah é ser aquele som sem formulas definidas, é bobagem procurar um estilo único ou rótulo para esse ep. É próximo a que as bandas Stoners/ Doom fazem, peso atual e clima louco aqui e ali de 70. A própria A Wolf Wanting Fresh Meat já pende a isso, utilizando vozes e efeitos, recurso que Jeovani Moraes (vocal/Guitar), mentor do Demoniah, fez isso muito bem na sua antiga banda, Plague Inside, e que faz toda a diferença no clima geral do disco. A segunda, Enemy, também é lentona e no início com baixo fodamente roncador de Francisco Olay. A próxima é a faixa título, densa, climática e mais uma vez os “ruídos/barulhos” ajudam ainda mais a trazer à tona a sensação claustrofóbica da música. Sick Love aumenta a cadencia geral do disco, mas que não parece ‘contaminar” a próxima faixa, The Time Can Be Sold, que tem uns riffs bem fortes, porém mais lentos. A última,Blind Belief And Liars, essa sim acelera um pouco comparando com o ritmo geral do disco. Complementam a banda nessa gravação, Francisco Olay, no baixo e backings e Ricardo Lopes na bateria. A capa com uma foto bem no sense, ilumina mais a criatividade da banda, num dos melhores discos lançados aqui em Pernambuco. 

                                                        G. Burkhardt



ALCOHOLOCAUSTO – ALCOHOLIC THARSH METAL WAR


Tudo o que o Thrash Metal precisa, está contido nesse disco. A fúria está lá, a velocidade também, as paradinhas, os riffs. Mas o poderia ser mais um entre tantos trabalhos nesse estilo com uma formula já tão explorada, mas se destacou principalmente por transpirar um sentimento ou estado de espirito: A MALDADE! 

De ponta a ponta além da sensação de raiva, esse clima maldoso transparece naturalmente em todas as faixas. Para o Alcoholocausto lançar seu debu foi quase um parto, pois por problemas com a fábrica, esse disco ficou preso por meses e finalmente abortou em novembro do ano passado. São 10 pedradas, tijoladas na cara de quem vai para show e fica estático, filmando com o celular. A qualidade do trampo ganhou mais consistência com a produção de Pedro Santos. Peso exato, instrumentos totalmente equilibrados, onde se escuta absolutamente tudo. Como sempre não precisa destacar nenhuma faixa pelo alto nível de todas. Lógico que o refrão “we are Alcoholocausto” arrepia pra quem já entrou nas rodas em algum shows deles. Já é hit a muito tempo. O vocal Michael Myers, um dos responsáveis pelo clima de maldade, já deixou a banda, que atualmente conta com Guilherme Belva que já mostrou um bom serviço em várias apresentações. A capa, mais um belíssimo trampo de Emerson Maia e encarte muito bem cuidado com todas as letras. 

Não perdoou quem não ajudar a perpetuar essa maldade. Foda demais, um dos melhores de 2016!!! 

                                                                        Guga Burkhardt 



WIL2KILL – WILL TO KILL 

Um disco nervoso. Thrashmoderno, mas focado na cadencia equilibrada com a rapidez. O vocal de Wilfred, jornalista e escritor do livro Pesado. já é bem conhecido pela sua participação e registro na banda Cruor e tendo passado recentemente pelo Câmbio Negro HC, mantém aquela pegada rouca e assumidamente inspirada em Korg. Complementa a banda Eddie Cheever no baixo, Daniel E. Mello na batera e Hugo Medeiros na guitarra. São 03 faixas definitivamente instigantes, como na primeira que dá título à banda, a segunda Empire of Ignorance e a última Cause For Alarm. Embora os riffs durante todo o tempo são os destaques, nessa a guitarra de Hugo extrapola as convenções e nos brinda com uma pegada muito furiosa. Musicalmente um excelente cartão de visita para essa banda formada em 2015. Outro destaque é a bela capa, com uma imagem da fotografa Anna Clarice e designe de Alcides Burn. Produção primorosa de Mathias Canuto da banda Desalma no estúdio Bigorna and Pólvora. Foda !!!!! 

                                                                       G. Burkhardt



LEPRA – CARNIFICINA 

Grind sem conceções nove faixas que ao todo giram em torno de um pouco mais de 10 minutos. O Trio Italo (Vocal), Raphael (guitarra) e Marcelo (bateria) trazem a determinação precisa em fazer muito barulho aliado a letras violentas, onde algumas como Verme, Não Serei seu Servo e Horror Pátria abordam um lado mais político ou dos descaminhos e manipulaçãode nosso “lideres” e outras como Destruindo Tudo Onde Passa e Hoje tudo acaba vai mais pelo lado psicológico do ser humano. Desesperança e raiva é o que perneia todo esse trabalho. Destaque não tem como dá porque parece um rolo compressor que,quando você menos percebe ele já te triturou sem piedade. Grind meu amigo!!! 

                                                                    G. Burkhardt








Assim como muita coisa boa ocorreu em termos de produção musical das bandas, as produtoras estão se qualificando mais aqui no estado, uma das que se sobressaiu foi a Paganus que chegou em 2016 com 03 festivais memoravéis e esse ano vem com uma sequência de shows oferecendo para o público todas as vertentes da música pesada, de  festival Punk a  Black Metal. Vamos ouvi-los! 




A. Primeiro, como surgiu a produtora e qual a proposta, inovação ou o que vocês acham que vão poder somar aos eventos aqui na região?

Paganus: A produtora nasceu do interesse de Júlio César de oferecer ao Recife um novo modelo de organização de eventos focando no cenário nordestino. É composta de 4 membros o núcleo da Paganus, mas não temos hierarquia interna. As decisões são horizontalizadas. Contamos também com uma equipe técnica com larga experiência de produção, estrutura de luz e som, time de design e artworks, além do nosso Street Team. Quanto à proposta, a Paganus, nasce com o intuito de trazer a opção de entretenimento ao público headbanger nordestino, focando em eventos tendo o Recife ponto de partida para receber bandas de todo nordeste e o nordeste conhecesse o cenário recifense. Consideramos que o intercâmbio entre bandas nordestinas e principalmente entre os cenários no nordeste ainda é aquém do esperado. Esperamos sim poder contribuir positivamente nos eventos da região, pois a produtora dá uma criteriosa atenção a todos os pontos técnicos da realização dos eventos, pensando em oferecer o que de mais satisfatório esteja ao nosso alcance. Seja para o público, bandas e cenário.

A. Como gosto de falar com pessoas, gostaria que vocês apresentem aqui, a equipe central da Paganus

Paganus: A produtora nasceu como inspiração de Júlio Cesar como dito na pergunta inicial. Este, convocou um amigo que já havia trabalhado com ele numa empresa agenciamento de bandas (Rodrigo Feijó) e este, por último, recrutou seu amigo (Artur Vicente) por considerar que poderiam contribuir nos processos da curadoria interna. Recentemente, Sandro Lima aceitou o convite de Artur e adentrou ao grupo a fim de reforçar a curadoria e os processos internos de produção.



A. Qual o requisito para a escolha das bandas nos eventos?

Paganus: O primeiro critério está na análise da produção musical das bandas e de seus modos de divulgação. Acreditamos que as ferramentas para divulgação musical são diversas e o primeiro ponto a avaliar é se o conteúdo das bandas está disponível para audição prévia em meios digitais e se a banda já tem materiais lançados. Segundo, mas não menos importante, a produtora se utiliza do vínculo com figuras míticas do calendário do paganismo mundial. Considerando isso, promovemos eventos temáticos. O Honras ao Deus Baco, por exemplo, foi idealizado pensando em recrutar bandas de Heavy e Thrash Metal com temática diretamente vinculada ao consumo desregrado de álcool.





 A. A estreia da produtora com o Samonios, foi um sucesso seguindo uma vibe mais Stoner/Doom. O segundo evento “Honra ao deus Baco” teve uma pegada mais Thrash.O terceiro evento seguiu uma veia mais pesada ainda, mais Death/Black. A idéia é essa, trabalhar harmonicamente com características parecidas das bandas para cada evento?


Paganus: Exatamente, Guga! Não negamos a possibilidade de mesclar os subgêneros, como visto no Paganus Festival, mas observamos que dessa ideia de vincular a estética de uma figura mítica à sonoridade das bandas é um conceito caro para nossas produções!

A. Existe pretensão de estender os eventos pra outras cidades do interior do estado?

Sim, mas nada planejado até o momento.

A. O Burburinho e o Estelita foram espaços já utilizados por vocês, apesar de já serem um espaço tradicional de shows aqui em Recife, para certos padrões de shows, não são adequados, porque um tem uma infra-estrutura meia precária e o segundo tem um pequeno problema que é o tamanho para trazer certas bandas que atrai um grande público. Vemos agora vocês buscando outras alternativas de espaço, inclusive trazendo uma sequencia foda de shows internacionais, Tsjuder, GBH, Moonspell..., fora as atrações nacionais, a ideia no futuro seria um festival open, já que eu acho que Pernambuco já nos deve isso a tempo?


Paganus: Excelente pergunta, Guga! Os eventos no Burburinho ocorreram conforme minimamente esperávamos. Você vê, por uma mudança estratégica, levamos o Paganus Festival ao Estelita. Recebemos algumas críticas negativas quanto à logística de acesso do Estelita. De certa maneira são pertinentes, mas consideramos que para o momento nos foi bastante relevante essa alteração. Acreditamos que as condições de acesso ao Estelita e Burburinho não são muito diferentes quando pesamos público, bandas e produção do evento na equação. Ainda no Paganus Festival, testamos nossa condição de realização de festival e como reagiríamos em condições adversas. Tivemos alguns problemas, mas acredito que conseguimos superá-los e proporcionar um bom evento. É importante que o público compreenda que a produtora tem o intuito de promover para público e bandas o que melhor estiver ao seu alcance, mas a cidade não tem um número significante de casas que aportem eventos para o público underground. Já quando se trata de Tsjuder, GBH e Moonspell, promovemos uma parceria com a Cronos Entertainment, produtora nascida aqui na terrinha, mas que enveredou para o sudeste e lá conquistou nome forte e cumpriu as expectativas geradas com o Maniacs Metal Meeting! Não descartamos um festival open air. Seria a realização de um grande sonho! Quem sabe? Hehehe.

A. O espaço ta aberto aqui para seus comentários:

Paganus: Guga, muito obrigado pela oportunidade de figurar na página desse histórico zine! Obrigado também por fazer parte do grupo de formadores de opinião/veiculadores que nos honramos de ter possibilitado eventos minimamente satisfatórios. A mensagem que queremos deixar é que há tempos acreditamos no cenário nordestino e temos bandas de qualidade que precisam dialogar num circuito de eventos locais. Deixamos também uma mensagem positiva aos demais produtores de eventos na cidade: não deixem de promover estrutura de qualidade e respeito as bandas locais. Ao público, temos um tratamento especial a vocês, mas apoiem as bandas nordestinas. Muitos querem ver bandas estrangeiras e aceitariam se deslocar para a casa de eventos que elas fossem, mas o mesmo não tomariam tal atitude para uma banda de menor expressão, mas de experiência e qualidade também relevante. Isso é um ponto a se dialogar, mas vamos tratar sobre isso entornando algum copo de cerveja.
Dessa parceria com a Cronos Entertainment, já podemos descartar a possibilidade de estourar o cartão de crédito com passagens aéreas para o Sudeste, haha!
Aguardem mais eventos, pessoal! O bardo aportou no Recife e há muito deseja contribuir para a cidade ser um pólo regional. Temos em planejamento um circuito de eventos figurando bandas estrangeiras e nordestinas e contamos com o apoio de todos e todas.






Pagan Spirits, Vermgod, Tsjuder e Patria - Estelita - Recife - 25 de março de 2017


Vermgod
Foi uma negra noite, aquele sábado dia 25/03/2017. O Estelita, um espaço que fica entre o Centro de Recife e Boa Viagem. De fácil acesso na ida, mas mesmo um pouco dificil na volta para quem vai no sentido centro, não impediu que além do público local, migrassem  outras hostes que vieram de recantos como Campina Grande e João Pessoa (PB), Natal (RN), Garanhuns (PE), garantindo com isso que  o evento tivesse  uma grande lotação. E a noite foi literalmente infernal! As produtoras reunidas, Paganus e Cronos, tiveram a sacada de colocar uma atração do interior do estado, O Pagan Spirits, outra da Paraíba, o Vermgod , uma das mais conceituadas bandas nacionais da atualidade, a Pátria e a norueguesa Tsjuder. E o que nos restou disso?
Patria

A celebração  mais negra que Recife já presenciou na vida. O Pagan Spirit foi foda, escuridão precisa, mostrando uma banda afiadíssima para qualquer evento. O Vermgod, trouxe um peso e uma essência maligna, ornada com verdadeiros hinos ao Metal Negro, me surpreendeu, não porque eu esperasse menos deles, mas assistir pela primeira e perceber claramente aquela  atmosfera doentia,  carimbou o passaporte deles para a próxima edição do Acclamatur zine. A terceira banda foi o Tsjuder. Velho, como é bom aquelas pegadas meio punks que algumas bandas BM colocam no seu molho de influências. Som raçudo , antes de tudo, direto , quase basicão, mas com a energia escura que só uma típica banda da Noruega consegue transmitir. É meio inexplicável aquilo.Energia caótica tomou conta de vez no Estelita e aterrou definitivamente com a subida do mal chamado Patria. Independente do motivo, mas mereciam  como aconteceu,ser a última banda a tocar,l como headlines, porque é pau a pau com os internacionais, sim. São monstros atuais na já tão carregada cena BM mundial.

 E o que eles entregaram para a platéia foi uma descarregada de força primitiva chamando pra guerra. A postura, o visual, mas principalmente a brutalidade sonora perfeitamente dirigida para a acordar da besta, estavam lá para encerrar uma noite de consagração. Foi mórbido, foi tenso e foi perigosamente  negro! Como se a besta ou o caos pudessem ser compreendidos! Parabéns sempre ao público e aos produtores pela qualidade de som, atenção e respeito à todos!!!!!   

                                                     Guga Burkhardt 








CAMPO MINADO – EXTINÇÃO – PE


A faixa de abertura, que nomeia o cd, já demonstra a caceteada que vamos encontrar durante todo o cd. O Hardcore atirado pelo Campo Minado, nos brinda com uma performance além da média, principalmente do baixo de D’Ângelo, marcante em todas as músicas, amarrado como uma parede de concreto, com a ajuda da bateria de Marcelo que se impõe pela violência, como no refrão de Reza o Terço. Vocal bem agressivo e com ótima dicção de Adriano, e bases e riffs instigados de Markelly. Tudo isso ornado com muita, mas muita violência não só na música mais nas letras que oscilam entre as típicas de protesto e algumas mais pessoais sobre a revolta humana. E parece que a raiva vai aumentando quando chega na quarta faixa, Persistir com variações de ritmo muito fodas e sem perder o folego os caras emendam com Apátrida, uma letra atualíssima sobre a falta da real direita e esquerda política em prol de interesses pessoais. Enfim o cd fecha com Lixo, uma música que pode apresentar muito bem o que se passa em todo o Extinção: letras diretas, músicas diretas e ao mesmo tempo com partes também intricadas. 10 faixas perigosas como se estivéssemos andando num Campo Minado !


                                                                  G. Burkhardt





SAGA HC – MAIS CONSCIENTE, MAS AGRESSIVO 

Cheguei a perguntar aos membros do Saga HC, banda de Prazeres, Jaboatão, se o nome Saga tinha alguma relação pela “complexidade” do seu hardcore. Porque o que se nota não é apenas a urgência do estilo, mas bases muito fodas e cacoetes até metálicos em composições cheia de mudanças. Mas o pau é o que rola mesmo, num cd embalagem envelope, com ótima gravação, no entanto com pouca informação técnica ou letras, como também sem informação de quem fez a bela arte.Mas musicalmente não se sente falta de nada, como nas faixas Mais Consciente, Mas Agressivo, Na Pressão, Por Onde Você Anda, essa quero fazer uma ressalva pela qualidade da composição, começando com uns riffs meio tranquilões para acionar riffs instigadores de rodas e refrão pegajoso mesmo. Foda demais!!! E continuam com Orgulho Ferido, alternado entre cadencia e velocidade. Fúria e Ilusão Social são duas com a cara bem hardcore/punk, porém com a última ganhando tons metálicos com um peso cadenciado das bases de Andre e Kleber. Por fim Mude Seu Rumo e Reset que fecham de forma perfeita um grande disco, principalmente para quem gosta também de crossover ou Thrash porque o clima como já falei lá em cima é de roda!!! Vocal preciso de Beto com uma dicção perfeita, ainda mais com a velocidade que ele canta e cozinha animal com Marcelo no baixo e Paulinho na batera. Se fosse um disco mais longo, seria realmente uma saga, mas hardcore não permite isso, ainda bem, porque são nos discos mais objetivos onde encontramos perolas e não linguiça! 

                                                                                G. Burkhardt














SEPULCHRAL WHORE - PROMO MMXVI

Formada por ex-membros de bandas já consagradas de Pernambuco, O Sepuchral Whore, com essa promo, chega dispostos a praticar um Death maldoso e ríspido, apresentando dois foguetes, Necromancer Rites e In Slumber They Succumb com pequenas variações, mergulhando por vezes no Doom, mas na maior parte das músicas, o negócio é lapada mesmo. Vamos aguardar ansiosos a estreia em ep dessa mais nova entidade de Hellcife. Esse é o link para conhecer esses sons: https://sepulchralwhore.bandcamp.com/releases

Forma o trio truculento, Nyarlathotep IV (guitar), C. Le Sorcier (drums) e Necrospinal (bass & vocals). Tenso! 


                                                                          G. Burkhardt 




UNDER THE GRAY SKY – IN LIMIT OF SOUL 

Mais um trio novo, porém agora o negócio é mais tétrico, mais desesperador, pois se trata de uma banda de Funeral Doom que conta com Axel no vocal carvenoso e guitars, Marcia Raquel nos teclados e vocal limpo e Dany Daena na bateria. Lançaram de forma virtual, apenas uma faixa, In Limit Of Soul, como single para apresentar a banda. Tudo o que de melhor agrega o estilo, a tristeza de uma beleza desesperadora, a sensação de solidão, todos os sentimentos que o estilo transmite estão impregnados no Under The Gray Sky. Vocais bem colocados, teclados e pesos da bateria na medida certa. Agora é só esperar o ep prometido e se puder assisti-los ao vivo. Eu já tive essa oportunidade e aprovei a competência de prender e hipnotizar a plateia. O que não é fácil numa cidade onde impera a brutalidade rápida com é costume nas bandas de Hellcife. 

                                                                  G. Burkhardt 





Hellnegade é uma banda do município de Santa Cruz do Capibaribe, forte  polo têxtil do estado. Pronta para lançar o primeiro trabalho, tiramos um tempo para um papo rápido.


A. Primeiro, o começo de tudo! Como se formou a banda, a escolha do nome, a proposta do som?

H-Tudo começou quando o vocal (Jonatas) e o baterista (Rayner) decidiram montar uma banda de death. A ideia era um power trio, eles conheciam o baixista (Lucas Ribeiro), O chamaram, ele gostou do projeto e falou que conhecia outro guitarrista que também gostava de som pesado.Os caras conversaram e decidiram me chamar (Lucas Ramos) e desde então estamos aqui.Emrelação ao nome, passamos alguns dias pensando em um, até que Jonatas, que estava ouvindo o "Warcursed" a musica "Renegadesfromhell", decidiu misturar os nomes dando origem ao Hellnegade.

A. Já tive oportunidade de ver a banda ao vivo e pergunto: qual momento ao vivo, que show você acham e perceberam ser um momento importante para a banda?

H-Cara, todas as nossas apresentações contribuíram de alguma forma e cada uma tem sua importância.Mas foi a partir do Hammer Metal Que realmente sentimos que a banda realmente iria para frente. Lá sentimos o publico gostando do nosso som de verdade pela primeira vez e o Capibaribe in Rock sentimos a mesma coisa e isso nos fez querer meter a cara no metal e colocar a banda pra frente e tentar atingir a galera de maneira feroz para que todos percebam nosso som e nossa mensagem.



A. Como estão os planos para lançar material esse ano?

H-Sim, esperamos lançar uma EP até o inicio de Abril.

A. O que você acha que está faltando para bandas do interior do estado, tocarem mais na capital?

H-As bandas do interior necessitam de um fortalecimento regional feito através delas mesmas, a partir de parcerias para eventos, tours entre suas cidades e etc.
Esperamos futuramente fazer alguma pequena tour pelo nordeste e com certeza tocar na capital.


A. Deixa aqui sua mensagem ou seu grito hostil...
H-“O grito Hellnegade é um gutural de descrença e maldição terrestre, ódio e sede de rispidez, chapação e embriaguez...”














           Tentaram gritar para o sol, mas o sol não respondeu, as nuvens logo escureceram o dia, o vento morno, típico da região, soprou com uma tão intensa força, que era  como se quisesse prenunciar algo perene e perigoso, saído das quentes dimensões infernais, naquele ano de 1993:  Malkuth.  
            Sir Ashtaroth e Nightfall reuniram um aglomerado de seres dispostos a trazer a materialidade e controle psíquico sobre a música. Inserir e trabalhar os quatro elementos da natureza transformados e passados através da música. Intuito alcançado um ano depois, quando lançaram ao mundo a demo, Orgies in the Temple of christ com uma proposta além do que se fazia naquelas paragens na época, numa cidade como Recife. Balançaram o tradicionalismo da região com um grande poderio de blasfêmias consolidadas em 1995 quando retomaram os estudos da árvore cabalística em Gloria a Vitória, outra demo fundamental para o Metal Negro. Depois de demarcado o terreno, selarem seus nomes nos livros. Ficaram durante o ano de 1996 quase fechados e se recompondo para em 1997 definirem-se com o clássico Under The lenght of the Black Candle. Um trabalho ainda mais negro, ainda mais sincero e carregado de maturidade e conhecimento obscuro.

Porém, o melhor estava por vir em 1998, quando executaram uma música tão perversamente negra que colocaram as prostitutas de satan para dançar com uma obra completa, Light of The Dance of the Satan's Bitch, variedade e complexidade mexendo visivelmente com a psique para alcançarem o equilíbrio na matéria, o topo da árvore sephirótica. Porém ainda era 1998 e muito estava por vim. A força em Extreme Bizarre Seduction de 2001 provou que a roda sempre gira e mesmo com constantes mudanças de componentes, o círculo quando não se quebra, perpetua toda a magia e força contida na banda.  Apenas um ano depois, Destroying the Symbols of Lies, arranca espíritos adormecidos de nossos corpos e numa seqüência de ano após ano, em 2003 conseguem expulsar mais um clássico: Fourth Empire.

Num intervalo maior, em 2006 com uma formação estabilizada com Nighhtfall (vocal), Sir Ashtaroth (guitarra), Nefando (baixo) e Protheus (bateria) e baseada no lendário livro Necronomicon, expulsam para o mundo físico o Nekro Kult Khaos, na tentativa de apresentar musicalmente as alucinações do provável autor desses escritos, o poeta árabe, Abdul Alhazred, que segundo o mito, compôs, em Damasco (730 D.C) esse livro da perdição. E talvez pelo peso contido nos textos, o intervalo para um próximo trabalho, precisou ser ainda maior, a entidade materializada, Malkuth, pareceu não cansar da sua guerra, apesar de que, mais uma vez alguns guerreiros ficarem para trás e outro, o Nephando (vocal-Baixo), assumir a batalha no ano de 2011 ao lançar o Strongest. 

Desde então, estão longe dos estúdios, preparando novos hinos. Ninguém sabe exatamente em que esfera, ou como ou o que virá. A batalha nunca cessou em cima dos palcos, nas noites pesadas e sombrias, onde cada aparição, cada acorde ou urro da Malkuth se transformou num grande ritual hipnoticamente místico. Mesmo com o giro de elementos, a carga e essência parece sempre mantida por Sr. Astaroth. E para avisar que ainda estão bem vivos e que ainda conversam e se inspiram na morte, contando com Agares( Bass),  Mantsgard (Vocals) e Vetis (Drums) lançaram um live em 2016, nomeado de A Noite de Necromancia.
A espiritualidade segue e prepara um acordo com o mundo físico. No momento Sir Ashtaroth junto com H. Destroyer (drums) e Agares (backing vocals & bass guitar) são a versão Malkuth de 2017. A espera é tensa do regresso de novos hinos , onde a psique dos seguidores deve ser assaltada com a fúria e a carga acumulada em mais de vinte anos de agressão. Provando mais uma vez que o equilíbrio é real!





                                                 G. Burkhardt












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