Ano comemorativo, 30 anos levando você ao inferno. Seja virtualmente ou fisicamente o Acclamatur zine vai dando as caras, apoiando quem merece ser apoiado, quem faz um som com sinceridade, com sangue nos olhos. Breve exposição percorrendo várias cidades com as artes que fazem o zine e outras relacionadas com bandas, distros e tudo o mais que faz a imagem do underground!
A seguir a fúria de SAKHET, THE UNHALIGÄST, MALKUTH, EPOCH OF HATE, BATTALION, HELLLIGHT, CONFOUNDED E MORTERIX.
SAKHET – A VOZ DE
SAKHET - RJ
A força primitiva feminina, embora pouco compreendida,
quando acessada, é de um poder desestruturador sem igual. Na voz e no comando
de Jana Lemos (baixo e vocal) essa quebra de estruturas se faz numa proposta
beirando ao Punk e claro, Motorhead, com letras mais negras, porém propondo a
quebra de tabus, algumas simplesmente uma ode a bebida como 666 Cervejas e a mais que empolgante Na Cerveja Eu Acredito, outras numa
temática negra invocando mitologias egípcias, já que o nome Sakhet vem da deusa da doença e
vingança.
Encarte com todas as letras , mas faltando só um pouco de informação,
como por exemplo, quem fez a arte da capa. A batera com Pedro Hertman nas 07
primeiras faixas e nas 08,09 e 10 ,lançadas em 2013 tem nas baquetas Gabriel
Bitcher Hunter (também fez mixagem e masterização) e guitarra com Carlos Outor.
E ainda no final tem uma faixa “surpresa” do Bathory, Born for Burn. Enfim
contra regras, contra igrejas, quase contra tudo. Som diretíssimo, basicão e
furioso como a Sakhet vindo para
destruir.
G.
Burkhardt
THE UNHALIGÄST – SECOND DOSE OF BLISTERING ROCK – RJ
Pouca coisa mudou no The Unhaligast, com exceção da saída de
Armando Exekutor que fazia uns vocais mais bagaceira diante do vocal de Sub
Umbra que se apresenta mais forte e encorpado. Aquela pegadinha suburbana, de boteco podre,
empoeirado e com cheiro de cerveja continua a mesma. Uma coisa meio
motorhediana com uma pegada mais hard, como por exemplo Bringing me All Hell que
tem uns riffs iniciais até meio Kiss, só que com clima mais macho! E a safadeza
aumenta com a poesia de A Saint by Day, Slutat Night. Pra completar o clima
alcoolico, The Midnight Blues, nada melhor que um blusão pra estimular a
bebedeira. Depois mais um hino de ode ao heavy metal, como Born to Be a
Headbanger do primeiro trampo, União
Headbanger é música para se cantar em coro no show com punhos ao ar, com um
trabalho bem legal de teclados de Doktor Abuzzer que aparece no encarte em uma
foto ameaçadora e tensa. Por sinal além do encarte com todas as letras, a parte
gráfica ficou primorosa, digipack abrindo em 03 partes, fotos com muito couro,
correntes e atitude headbanger. Detalhe: o ultimo som que se ouve no cd é de um
escape de moto. Rock ‘n’
Roll hombre! Apenas isso! Tim tim!
G.
Burkhardt
MALKUTH – EXTREME BIZARRE SEDUCTION – PE
A atitude do Malkuth em reeditar pouco a pouco seus
trabalhos é mais do que louvável , porque
seguramente a banda tem uma das obras mais respeitáveis do BM brasileiro
e para os mais novos é uma grande oportunidade de adquirir essas vibrações da
escuridão.O primeiro relançamento foi The Dance of The Satan’s Bitch (1998) e resenhado no Acclamatur ano
passado, já Extreme foi lançado em 2001 e ambos vieram com capa nova e uma
repaginada na parte gráfica, mas o conteúdo se manteve original, apenas remasterizado, com exceção
das bônus gravadas ao vivo em Natal em
2002. Deep Melancholy State: A Poetic Suicide in Name of Loucyfer e Devil
Bride. Our Erotic Dark Desires e um cover do Rotting Christ, Fear The Grand
Whore. É tão complexo quanto os
longos títulos de suas músicas, a criatividade e musicalidade da banda é de deixar
qualquer um de queixo caído. São explorados diversos climas, muito carrego,
pianos , teclados , bases sombrias , vocais maléficos como devem ser. É mais
uma obra gigante, bem estruturada e que explica porque a banda se mantém firme,
apesar de diversas trocas de integrantes, mas sempre com Sir Ashtaroth a frente desse buraco negro que é o Malkuth.
Não, não dá para citar uma faixa em especial, é grotesco e ao mesmo tempo suave,
é escuro e ao mesmo tempo libertador. É extremo e bizarramente sedutor.
G.Burkhardt
EPOCH OF HATE – SOCIEDADE DAS MENTES INSANAS- demo - PE
Foi, digamos assim, uma longa jornada para sair esse material. A banda retomou a ativa depois de 08 anos parada e no ano passado adentrou em estúdio para gravar essa demo. Infelizmente tiveram problemas com perdas de material já gravado e tiveram que adiar o lançamento previsto para o meio do ano, mas só saindo na última semana de 2015.E mesmo depois disso a banda nesse exato momento encerrou novamente suas atividade, ficando uma incognita sobre o seu futuro. Mas vamos ao som! Um Death Metal na linha mais tradicional, com letras em português, mesmo que na maioria das faixas, como em Templos de Mentiras, mesmo com o encarte na mão, não se entende absolutamente nada o que o vocal de Fabio Bradock pronuncia. Uma o outra frase se compreende. Mesmo assim é um bom vocal de Death Metal.
A Terceira faixa,( contando com a Intro), Sodomia,fala sobre o Marques de Sade, O Legado sobre Alester Crowler e a última, Álchool ( A Chave Para a Devassidão) já é autoexplicativa. Sem duvida sonzão no juizo, com uma gravação apesar de um pouco magra, mas deixou tudo bem perceptível e quem conhece a banda ao vivo, sabe do que ela é capaz. Complementam o EOH, as mentes insanas; Magno Zyklon (Tremores Abismais), Stewart Insano (Cordas Infernais) e Dêivid Perverso (tambores de Guerra). O cd vem em forma de envelope com encarte dentro e arte feita por esse que vos escreve e que através de um única ilustração, aborda todo o conteúdo lírico do cd.
E vamos torcer por outra volta da banda!
G. Burkhardt
BATTALION – TYRANT OF EVIL – EP
No final dos anos 70 e inicio dos anos 80, bandas como Iron Maiden, Iron Angel, Judas Priest eram consideradas pesadas, muito pesadas mesmo. Com o surgimento das vertentes mais agressivas, como o Thrash, Death Metal e outros, essas bandas, com o passar das décadas, passaram a ser consideradas até “leves”. E o que fazem as bandas de hoje que tocam simplesmente Heavy Metal, ou como gosto mais de chamar: Metal tradicional? Pela própria formação dos músicos, adicionam doses maciças de peso e agressividade, algumas beirando quase ao Thrash pelo uso de palhetadas. O Battalion faz mais ou menos essa lição, ficando com determinação e autoridade a bandeira do som que se fazia em 80. Aquele Metalzação fuderoso, sem muita firula, com muita raça e o mais importantes , sem aqueles vocalzinhos afeminados que cismaram de chamar de Power Metal e só me deixam a sensação de uma donzela mal comida com um fundo musical que não passa de uma caricatura dos primórdios do Manowar, Jag Panzer , guerreiros de verdade, essas sim podiam ser chamados de Metal Força. O ep de 07 faixas em questão traz na verdade apenas duas músicas novas, Tyrant of Evil e a do refrão mais empolgante, Hell Razor que destaca totalmente o vocalzão poderoso, imposto de forma totalmente agressiva de Fagundes (também baixista). As outras Battalion of Metal, Valley of the Dead, Fighting for Glory, Final Battle e Soldiers From Shadows foram extraídas da demo de 2007 e que mantém o mesmo nível, tanto de gravação, como de composição das duas primeiras faixas, produzidas agora em 2015. Fabiano Barbosa soca a bateria e Álvaro Santana descarrega grandes e empolgantes riffs. Nem só de Metal Extremo vive o homem. Recomendado para noites de cerveja e jaqueta jeans fedidamente largada em cima de uma jaqueta de couro.
G. Burkhardt
Confounded é uma das bandas pernambucanas que mais se apresentam em palco, inclusive recentemente foi convidado para tocar no Abril Pro Rock, sendo uma das bandas mais aclamadas no festival. Se preparando para lançar o seu primeiro full, vamos aqui conhecer mais um pouco dessa que tem se mostrado uma das bandas de Death Metal mais inventivas e furiosas do momento.
A- Primeiro o de praxe: contem um pouco sobre o inicio da banda.
R: Começamos no final de 2012, início de 2013, a maioria de nós já tínhamos bandas antes só que estávamos todos parados e afim de fazer um som porrada como a gente gosta de fazer, fomos nos falando e decidimos formar a Confounded, que inicialmente era formada por Paulo Silva no vocal, Diogo Chaves na guitarra, eu Marcelo Godoy na guitarra, Fábio Montarroios no baixo e Beto Nascimento na bateria.
A- Vcs acabaram de relançar o Ep Parasite com uma faixa bônus, mas realmente o que aconteceu com a banda na época (2013) após esse lançamento?
R: Na realidade relançamos o EP "The Parasite" porque tínhamos muitos pedidos de pessoas interessadas nele, dai decidimos colocar uma faixa bônus para deixar o EP mais atrativo pra quem for adquirir, em 2013 fizemos pouca divulgação desse nosso EP, e como tem bastante gente querendo voltamos a produzir ele físico.
A- Ano passado, Vocês fizeram vários shows, inclusive em várias cidades, com isso deve ter aumentado o interesse pela banda, foi esse o motivo dos lançamentos físicos recentes?
R: Foi sim, tocamos demais, principalmente no interior de PE, rodamos muitas cidades, e é muito foda tocar no interior porque o pessoal que curti música extrema é carente de shows, e sempre que vamos tocar levamos nosso material físico, e os bangers compram mesmo, apoiam a cena, não que na capital não apoiem, mas no interior é diferente.
A- Mudou algo na parte lírica da banda após a entrada de Leo Montana?
R: Sim! Geralmente Léo fala sobre situações que podemos vivenciar, temas associados a drogas, violência, sexo, temas mais humanos, não acreditamos em céu ou inferno, a vida deve valer a pena ser vivida, e entendemos que pra fazer valer, você precisa se satisfazer, nos caminhos que vc anda em busca dessa satisfação sempre haverão situações de adversidade, e sobre as adversidades e satisfações, conflitos e desinteresses, bem como os interesses que agora fala a Confounded.
A- Percebo que a guitarra de Marcelo, agora única guitarra na banda, está ainda mais criativa, pesadíssima , com riffs, digamos até de vanguarda. O que dá uma identidade própria a banda. Existe uma mudança intencional, por agora ser a única guitarra, na maneira dele tocar?
R: Nas musicas mais novas as composições estão saindo mais pesadas propositalmente, queremos fazer mais peso e mais velocidade, porque as influências de todos na banda variam demais, vai do Cannibal Corpse ao Queen, e eu Marcelo, curto muito bandas de slamming, brutal, heavy, dai tiro minhas misturas loucas que na maioria das vezes dá certo.
A- A meta agora é um full, quantas músicas já estão prontas e qual o direcionamento que vcs vão tomar?
R: Sim, estamos em pré produção do nosso full álbum, já temos 5 musicas prontas, pretendemos gravar de 8 à 10 musicas, estamos procurando alguns selos/gravadores para nos apoiar, a partir desse full pretendemos entrar nos circuito de grandes festivais, sabemos que são pretenções altas mas acreditamos no que fazemos.
A- Breve mais novidades sobre a Confounded!!!!
Abrimos esse espaço pelo valor histórico de certas gravações. Falaremos tanto das bandas novas, quanto das velhas conhecidas, pois nos sentimos atraídos pela autencidade que sempre marcou o som UNDERGROUND.”
Assim estava escrito no Acclamatur de 1986 e é assim que vamos conduzir o Subterraneus aqui no blog. Vamos considerar tanto as gravações boas quanto as gravações mais toscas ou mais simples de bandas que por falta de experiência ou por morarem longe de grandes centros, sem acessibilidade a bons equipamentos fazem o possível para registrarem o seu som com um único sentimento: FÚRIA! E FÚRIA é o que mais importa. Portanto, promos, lives, demos antigas, fúrias esquecidas no tempo e que valem serem resgatadas para mostrar autencidade e sinceridade ao Metal estarão aqui para os arqueólogos vasculhem nos registros arkashicos
MORTERIX –
RED WITCH – (DEMO ENSAIO)
A velha demo ensaio esta voltando aos poucos. Ainda bem! No
dia 27 de setembro de 2014, Morterix entrou com sua típica fúria e gravou essa
demo, onde a primeira característica são as músicas rápidas e curtas, todas com
menos de 2 minutos, reforçando o lado Punk da banda já percebido no cd “The Roots of Ignorance” , resenhado nassas
páginas do Acclamatur zine nº 108. A proposta lírica agora é bem mais negra,
com títulos como Baphomet’s Penis, Red Witch, Dying In Heaven... O clima é total
oitentão. Curto e certeiro. Tocaram nesse dia Fabricio na batera, Lucas na no
baixo e Rodrigo na voz e guitarra. A gravação ficou ligeiramente abafada, mas todos
os instrumentos bem audíveis e equilibrados. Infelizmente passa rápido, porque
a a banda é irada, mas mesmo assim deixa uma sensação infernalmente aflita.
G. Burkhardt
Diante de um fúnebre ano de 1996, em São Paulo,uma luz, parecendo emergi
do inferno, não pela sua aspereza, mas pela sensação de amplidão desértica que
seu som emanava. Uma luz que emanava uma música de sentimentos distantes, o
Funeral Doom da Hellight surgia. Império de contos musicados com maestria por
Fabio de Paula acompanhado Luis Comitre no baixo, e Robson Silva na marcação.
Debutaram com
a demo Fear of Evil com três sifonias tétricas e belas ao mesmo tempo. Após 08 anos, com Rafael Sade nos teclados em
memória de velhos espíritos, fecundaram o primeiro trabalho completo, completo
de lentidão enegrecida por ecos influenciadores de Bathory e Black Sabbath.
Definindo sua áurea, somente em 2008,
lançaram o cd intitulado, Funeral Doom, como para definir seu estilo e sua
intenção melancólica. Dos velhos espíritos restaram Fabio e Robson , Alexandre
Vida no baixo e Eric nos teclados trouxeram novos sopros abafados.
Num intervalo de tempo menor,
como uma Luz de Consciência vinda do Inferno, em 2011, com Fabio assumindo além
da guitarra e vocal, também as teclas e bateria programada, sobrando apenas
Alexandre Vida no baixo surgiu outro
trabalho primoroso, onde, com apenas seis faixas épicas o grupo mostrou que
existe evolução e não apenas involuções
ao inferno. No mesmo ano, realmente como uma luz que sopra através da
escuridão, lançam The Light That Brought Darkness , uma ode às bandas e músicos sagrados ou
amaldiçoados, com regravações primorosas e até corajosas, se tratando de
interpretar gênios com Ronnie James Dio , Freddy Mercury.... a banda conseguiu incrivelmente imprimir a sua marca com um
clima denso do seu funeral doom em músicas fadadas a serem imutáveis como
Heaven and Hell , The Show Must Go on, Confortable Numb. Sendo depois, em 2012,
inserido junto com o segundo trabalho, Funeral Doom e lançada pela gravadora russa,
Solitude Prods.Assim como o
trabalho anterior.

G. Burkhardt
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