HELL POISON PRIMITIVE TEMPESTILENCE ATOMIC BOMB
GLADIATOR OF DEATH EVRAH DESDOMINUS INFECTOS
HELLLIGHT OUTLANDERS DARKSYDE SHITFUN
RECOVA TUMULO EDI CATASTROPHIC ANTIMUSICAL
NÓS SOMOS UNDERGROUNDS !
Mas não somos pobrinhos. Arte underground não é sinônimo de coisa mal feita, é suja mas jamais anti-higiênica. É subterrânea por funcionar e atuar as margens do sistema. É contracultura e por isso mesmo mais sábia e inteligente que essa cultura massificada da superfície. Somos arte subterrânea, mas nossos tuneis devem ser ornados de respeito e inteligência suficientes para fazermos a coisa bem-feita. Só assim seremos respeitados e traremos mais gente para nossas trincheiras!
G. Burkhardt
Às vezes me pergunto, o que faz o homem achar belo uma música que o carrega de forma tão brutal para os abismos da tristeza e melancolia? A resposta deve ser essa: poesia! Pura poesia, mesmo lúgubre, mas de uma beleza que descortina a alma deixando-a um pouco nua, com aquela necessidade que temos de desabafar, chorar, como forma de alívio, mesmo não sabendo de que. Sim precisamos da Luz do Inferno, dessa sinfonia para nos guiar. É simples assim. É assim que eu defino todos os trabalhos dessa banda maravilhosa, que junto com o Mithological Cold Tower e Imago Mortis, talvez seja a tríade do Doom Metal brasileiro. São 08 faixas, na maioria com 9, 10, 12 minutos nos conduzindo de forma magistral para imagens quase cinematográficas. Destaques? Todas. Vocais hora limpos hora guturais de Fabio de Paula que também foi o produtor e que ainda tem o dom de criar solos ultra melódicos e ao mesmo tempo com muito felling, algo próximo dos solos chorados de David Gilmor. Como é características de um bom Funeral Doom, as músicas são longas, 12, 10 minutos na sua maioria. Exemplos do poder emocional da banda é o inicio de Dive in The Dark, Distance Light That Fades talvez seja a mais lentona e Time carrega um piano ao fundo com momentos, mesmo arrastados, onde a bateria manda ver nos dois bumbos. O disco encerra de forma belíssima com os teclados de Rafael Sade, na “curtíssima” (3’26 min.) End Of Pain. Quase choro, quando terminou o último acorde!
G. Burkhardt
HELL POISON / PRIMITIVE – VENENO PRIMITIVO – SPLIT
Lançamento da Profanarium Records e Deathreign Records que vem contribuindo muito para propagar o nosso underground e dos nosso Hermanos da América do Sul. Mais uma capa com arte inspiradíssima de Emerson Maia, formato envelope/pôster com todas as letras e numerado à mão. O formato Split é um bom momento de matar duas cobras e mostar apenas um pau, e no caso, essas duas cobras são com certeza filhas daquela serpente do edem, maldosas na sua essência, mas detentor de proclamar ideias de liberdade. Já isso vale muito a pena perder o paraíso e ver a vida como ela é, o real, Speed Metal como se fazia em 80. O HellPoison do Piauí, com aquela guitarra meia chocha, mas numa correria desenfreada, onde visualizamos imagens do nossos séculos falidos, tem um quê do velho Dorsal que eu respeitava, no jeito de Ramon Deathhammer vociferar. Muito foda. Diabolical Force, LeatherandChains e Elm Street Nightmare seguem a cartilha atual de que menos é mais. A faixa 04 começa com o Primitive, mas uma banda do incansável NattensOldskull. É foda o dom desse cara de fazer coisas tão simples e empolgantes, e melhor: no bom e velho português. Idioma que felizmente, está sendo cada vez mais adotado pelas bandas mais podreiras. Furia Maldita, Ódio eterno e O Martelo das Bruxas estão lá, encravadas nesse trabalho feito por duas mãos hábeis, uma do escaldante clima piauiense e a outra do sufocante ar poluído de São Paulo, mas que parecem saídas do mesmo inferno, da mesma farra de bebedeiras ao lado de satan! Hail !!!!
G. Burkhardt
Eu gostaria de falar agora da maldade humana. Do poder de três
criaturas de uma forma tão natural, transmitir essa maldade. Assusta e ao mesmo
tempo percebemos o quão perto dela estamos e como podemos concebê-la no seu
estado mais “puro’ apenas no intuito de compor música. O Tempestilence
conseguiu esse feito de uma forma tão simples e direta com apenas três arautos
e mais uma intro que dá nome a demo. Aquele Death Metal escuro veloz como em
Maligna e lentão e opressor na música Renaissance in Putrescence, triturador e
mais negro ainda como em Grinding Heart. Energia bruta, ira escondida que
aflora sem que percebamos, naqueles momentos que a adrenalina vai a mil. Death
Metal, meu amigo, como deve ser! Toscão, produção mediana, talvez por isso
mesmo a áurea de escuridão se acentue.
Os arautos dessa
demo são: Fabio Lupus- Guitarra e Vocal, Francisco Souza – Baixo e Cleirton
Ceara- tambores.
G. Burkhardt
O título entrega o clima oitentista da banda, aquela sujeira
motörhediana tendência atual, principalmente no Brasil e ainda mais no Rio de
Janeiro, onde essa tendência é quase uma febre. Então não tem o que dá errado.
Umas passagens bem Thrash como em Speed Metal 666, O Dia da Aniquilação, Livre
para Pensar e outras com uma pegada punk como na fudidissima (principalmente o
refrão) Jonestown. Letra muito bem feita sobre o assassino em massa, o pastor
da morte, Jim Jones que fez quase 1000 pessoas se suicidarem na Guiana
francesa. Tema também abordado pelo Manowar em Gayna no Sign of The Hammer. O
Power Trio é Marcos Calafaias- Baixo, Rafael Torres – Bateria e Renam Carvalho
– Voz e Guitarras. Desenho de capa de Ricardo Chagas e encarte com as
letras.Todas as faixas são em português com letras bem sacadas e vocal sujo e
nítido, provando mais uma vez que devemos adotar nosso idioma e que se fodam os
gringos, vão estudar as línguas do 3º mundo, porra !!!
G. Burkhardt
Esse Nattens Oldskull é um alucinado mesmo! Só nesse espaço do blog, é a terceira banda que resenho que tem as mãos dele e todas com a sua particularidade
sem ter muitas similidades no som. Apenas percebe-se uma leve assinatura da sua
personalidade sem transformar as bandas numa repetição e cópias delas mesmas.
Aqui o Tumulo vai no caminho escancarado de ser quase um Hellhammer/ Celtic. Da
introdutória e instrumental The Embrace of Lucifer’s Wings totalmente
Hellhammer, passando pela pegada Tom Warrior na Death by The Hammer, na rápida
e empolgante Morbid Rites e nos Huus ! de Eternal Frost, tudo soa exatamente
como o mestre e não estranhem porque de forma surpreendente tem um cover, vocês
imaginam de quem? Celtic Frost, Morbid Tales. Esse Nattens é um alucinado
mesmo! Foda !Huuu !
G. Burkhardt
Horda formada em 2000, voltaram à guerra na melhor tradição do
Black Metal de Hellcife, os caras bateram a poeira e das catacumbas do passado
exumaram 04 desesperados hinos originariamente gravados numa tape em 2002e
regravaram em agosto de 2015 no Darkside Studio, já que a precariedade que
captaram os sons na época não condizia com a força da banda. Acho , porém que
em alguns momentos ainda não tenham alcançado a qualidade sonora adequada para o
carrego natural do estilo e a qualidade sonora da banda. Mas o cd começa muito
bem com The All Idiotic Religions, seguida pela quase inteira cadenciada,Dawn
All Idiotice. Dominu Satani sem dúvida é a mais empolgante e caótica e encerrando
com The Face of Satan. Vocal por Lord Abaddom, guitarra por kronos, baixo por
Demoniac e batera por odium. Capa formato envelope e cd com rótulo. Que venha o
trabalho oficial, que eu sei a horda está confabulando pelos becos do Hellcife
antigo.
G. Burkhardt
A brutalidade finalmente chegou em minhas mãos, a sensação foi a
mesma de quando recebi Devasting Millenary Lies, o trabalho anterior dessa
banda, que digo e repito sempre: é uma das melhores bandas brasileiras. Seu
Death/Black é de uma beleza, variedade e agressividade difícil de se encontrar.
A sonoridade, o estilo de compor e o clima continua o mesmo, até porque a
formação permanece a mesma do trabalho anterior, com Paolo Bruno no vocal e
guitarra, Willian Gonsalves nos vocais limpos e também guitarras, Rafael Faria
no baixo e Ney Paulino na batera. Vale destacar também a belíssima capa feita
mais uma vez pelo artista Paolo Bruno. Como já é tradição, eles sempre gravam
algo em português e a faixa que abre o cd é Certo e Convicto, de arrepiar. Seguem
na mesma pegada com Erase The God Within com belíssimos trampos de guitarras e
a música que tem toda razão para nomear o cd, Uncreation é muito foda com uma
pegada da bateria empolgante e uma grande melodia no meio da faixa, com
guitarras dobradas no melhor estilo do Metal tradicional. Depois Sacred Scrolls
of Holy Lies entra tranquila, quase acústica, para depois as guitarras
continuarem a dar uma aula de bom gosto. Cathedra é um pouco mais direta seguida
de uma pequena incursão acústica instrumental em Introspection. Um inicio com
clima meio gótico permeia Inner Elevation, outro grande momento do disco, com
um baixo majestoso preparando a maldade consciente do Desdominus em criar
climas etéreos no meio do caos, o que acontece no meio da música, com um
momento mais introspectivo para depois voltar a porradaria. Waves Collide é
mais lenta e também mais góticas com alguns momentos de vocais limpos. Beyond
of Allowed é a última pesada já que o cd encerra com Sublimation outra
instrumental acústica e bem viajada. Sem dúvida que experimentar o
Desdominus é como uma troca de energia
densa sublimada por uma inteligência sombria.
G. Burkhardt
Pernambuco é
conhecido pela brutalidade de suas bandas e não resta dúvida que após uma Intro
cheia de suspense e que nos remete para a capa, um porão enegrecido pela
maldade humana , uma avalanche de violência nos pega como uma foiçada nas
costas e Feridas Esculpidas cria todo o aparato para respeitarmos essa banda. E
o riff inicial de Pela Minha Cartase é viciante e a melodia por traz de toda
bagaceira, com a bateria espancada velozmente por Arthur Mendes, para não
deixar dúvidas que essa é uma banda de Brutal Death Metal. Segue a pancadaria
de Delirio de Negação , Genocídio, 1905 ( uma vinheta curtinha) seguida de Eu, O Conturbado e por aí vai com mais 04
criações totalmente doentias, onde a letra aparenta um diário de um psicopata,
possivelmente o personagem assassino que compõe a capa feita pela guitarrista
Luana Rodrigues, que faz jus ao peso acompanhada da outra guitarra de Bruno
Rodrigues e baixo com muita presença de Ruan Melo. Pernambuco realmente deve
ser conhecido pela brutalidade de suas bandas, porque quando resolvem levar a
coisa para a violência, desenterram as lutas e o sofrimentos dos velhos canaviais.
G. Burkhardt
SHITFUN – CATASTROPHIC ANTIMUSICAL / ACADEMIC
WORMS – OBLITERATION IMPREGNATES – SPLIT
Continua a saga das mulheres assassinadas e dessa vez contada ao
vivo no show que a Shitfun, de Petrolina –PE, cometeu em Rio Claro, no Metalpunk Attack 7
durante a turnê que a banda fez em São Paulo em 2014. A gravação tá muito boa,
prevalecendo o peso, com tudo bem audível, facilitado pelo fato da banda ter
apenas 02 integrantes Glésio na bateria e vocal e Marcos Alexandre na guitarra
e vocal. As podreiras ultra rápidas e empolgantes são as singelas, Ana
Nascimento, Claudia Leite, Helena Nogueira, Eliane Castro, Cleydiane Newell e
Victória Duarte.
Numa linha mais punk, noisecore, O Academic Worms ataca com
temas empolgantes como na Isso Não É de Deus e na mais cadenciados e curtos,
Morte ao Nazi Facismo. A terceira é a louca Nascer, Crescer e Morrer, cheia de
gravações de diálogos, choro de criança, barulho de assassinatos, passando um
filme na nossa mente e com uma pegada bem grind. Pra Que racismo 2 é muito
foda. E terminando, com uma pegada bem punk Rock, Todo Porre Eu Parei. Com uma
formação um pouco diferente hoje, a que gravou esse Split foi Rodrigo “Jacaré”
no vocal, Miró na guitarra, Milton no baixo e Sergim na batera.
Duas bandas com estilos diferentes e que seguem a ideologia da
anti-música, mas que fazem um som muito foda, independente das regras impostas
pelo sistema para definir o que é musica.
G. Burkhardt
OUTLANDERS – KRETACEOUS-
SP
O Outlanders soube construir perfeitamente aquela linha entre a
agressividade do Thrash à melodias das boas bandas do NWOBHM, ou seja: melodia
pegajosa aliada a agressividade reforçada pelo vocal, muito bom, rasgado na
medida certa, de Rafael B. Prado “Noctivago”. Big Flags anda Beer já começa empolgante, com riffs poderosos,
bateria marcada por dois bumbos e já definindo o caminho que iria tomar durante
toda a obra. A música título, Kretaceous, baixa muito de Rob Halford no vocal e sem dúvida
durante todo o trabalho, a fase Painkiller do Judas “assombra” todas as faixas.
A faixa que da nome a banda Já traz um vocal mais na linha do Thrash germânico
(vide Kreator) do inicio de 80. E fechando a obra, StormTraitor que retoma de
forma mais acentuada o traidor de cristo e que virou sacerdote das hordas
metálicas. Judas rules, mas com um detalhe: a banda é muito criativa, com
composições fodas, momentos majestosos das guitarras de Diego e Renam, cozinha
precisa de Danilo Muller e Diego Barros. Esse é o Heavy metal que me empolga.
G. Burkhardt
DARKSYDE – THE APOCALYPSE
BELL PART II: LEGACY OF SHADOWS – CE
A banda tomou para si a fúria necessário para se reconhecer
Thrash Metal. O disco anterior já cavalgam para isso , mas no vocal de Alex
Eyras faltava a agressividade necessária que Marcelo Falcão, o atual
vocalista, impõe com personalidade, com
um vocal forte e agressivo na medida certa. O som da banda, digamos deu uma
anobalizada e a banda foi quase totalmente reformulada, ficando apenas o guitarrista
Tales Groo (que gravou todas as guitarras) , membro fundador dessa grande banda que vem no batente desde
1991 e com o passar do tempo vai ficando mais pesada. O disco é recheado de
grandes temas, guitarras com solos grandiosos, bateria pesadíssima, algo
próximo do que o Kreator anda fazendo hoje em dia (vide a faixa Dust Devil). É
som de gente grande numa belíssima embalagem, mais uma vez criada pelos
artistas Adriano Batista ( que também participou da capa do trabalho
anterior), Allan Goldman e Marcos
Menys. Portanto tudo aqui é muito bem
cuidado e não me cabe aqui destacar nenhuma das faixas, só posso dizer que
todas elas, cada uma delas é imprescindível estar nesses trabalho , porque
seria um atentado ao Metal brasileiro não marcar essas obras com um registro
dessa qualidade. Já é um dos melhores de 2015 !
G. Burkhardt
EDI / RECOVA – CONTRA GUERRA, CONTRA ESTADO – SPLIT
Recebi esse material em mãos em um show aqui em Pernambuco. O formato dessa demo é no melhor faça você mesmo. Capa xerocada tipo envelope e com pouca informação. Mas estamos falando de punk e a estética e proposta muitas vezes é essa, como os zines, uma mídia massivamente adotada pelos punks, muito antes do Metal e que não tem intensão de parecer bonitinho, mas sim de passar a sua mensagem. E as duas conseguem. Uma gravação caseira mas que não perdeu peso, as duas bandas alternam as 12 faixas e cada uma tem sua caracteristicas próprias, Digamos que a E.D.I. que é de Natal, tem um som mais agressivo, mais rápido e vocal bem forte, a Recova, de Recifel, chama atenção na segunda faixa, Olha Mais um Míssel, que estranhamente tem uma pegada meio regional, e que funciona bem.É um material bastante underground até mesmo para se obter mais informação. Mas bom do underground é isso. As vezes são essas peças raras que caem nas nossas mãos que tornam tudo mais interessante e único.
G. Burkhardt
Entrevistamo Glésio, baterista de uma das bandas mais barulhentas e anarquicas do Brasil, a Shitfun, que da uma lição de forma simples, da maneira grind de se viver sem está tão preocupado com a vida dos outros, como vem acontecendo cada vez mais no meio underground.
A.Vocês acham que esse “humor ácido” contido em sua música é
uma característica do estilo ou é um reflexo de suas personalidades. Ou seja: o
que veio primeiro o ovo ou a galinha?
Gésio Torres e Marcos Alexandre |
A- Qual estilo vocês realmente se encaixariam melhor?
G- Eu não gosto muito de rótulos, creio que isso de certa forma
limita não só a criatividade mas como a mente da pessoa, banda ou coisa
rotulada. Contudo, tocamos grindcore e é nessa cena que estamos inseridos. Mas
por tocar grindcore, não significa que só podemos tocar isso e nada mais
entende. Temos no nosso som influências do death metal, do punk, do hardcore,
do gore e claro do grind que é a peça motriz que canaliza e extravasa isso tudo
em forma de melodias encantadoras e charmosas pra caralho! Nós não temos essa
de “ah vamos tocar só para quem curte grind”, ou merdas do tipo. Tocamos com
punk, com metal, com alternativo, seja o que for. Respeito acima de tudo e
abaixo de nada sempre. Não seguimos diretrizes, não levantamos bandeiras nem
estamos ai para política ou o que quer que seja, como muitas bandas de grind
hoje em dia se intitulam. Se para muitos “grind is protest”, para nós pode ser
um milhão de coisas mais, e não apenas protesto. Cada pessoa tem sua forma de
protestar, quem pode nos julgar e dizer que nosso som não é de protesto,
dependendo do ângulo em que se encara essa palavra ou essa ação? Entende? Não
existe como limitar uma coisa apenas por que você acha que é assim. A maior
cena esta na cabeça de cada um de nós, isso sim é verdadeiro e nunca irá mudar.
A Shitfun surgiu no intuito de fazer som rápido, com letras que nem eram ligadas
a serial killer... Alexandre que teve essa idéia de falar de um cara que matava
mulheres, e cada som sendo a morte de cada uma delas. Todo o resto é apenas
falácia da oposição e intriga dos invejosos.
A- A Shitfun é uma das bandas que mais produzem material
físico entre promos , splits, 7” ,
como vocês conseguem ser tão produtivos em tempos de downloads ?
G- Cara, parece incrível, mas eu ainda acho que não produzimos
o tanto que poderíamos produzir hehe. Acho que a mágica mesmo ocorre na forma
como lidamos com nosso material, depois dele nos ser entregue todo pronto e
editado pelo nosso terceiro membro Magno Dias, um velho amigo que nos dá o
suporte das mixagens e masterizações desde nosso início e que irá fazer tudo
nosso até morrermos heheeh entende. Eu sempre tive muitos contatos no
underground desde os tempos das cartas sociais, dessa forma firmei amizades no
mundo todo, e os nossos lançamentos a gritante maioria é fruto dessa integração
com vários amigos em diversos locais do globo. A nossa primeira promo mesmo,
saiu em formato tape inicialmente no Japão, pelo selo Fuck the Industry, depois
saiu aqui no Brasil em tape também pelo selo do amigo Luiz Umberto da Purgatorius
Records, depois saiu em cdr editado em mil cópias, e depois fiz mais mil cópias
dessa primeira demo, totalizando ai 2 mil cópias. Deu para espalhar legal nosso
som por muitos lugares, as pessoas até hoje chegam até nós através desse
primeiro material, o que nos enche de alegria e emoção. Realmente essa geração
download veio para lascar com muita coisa, mas o pessoal que vive o underground
de verdade sempre irá correr atrás de comprar o material das bandas que curte,
isso nunca irá morrer.
A- Cite todos os seus lançamentos e formatos!
G- Putz que perguntinha essa heim hahhha, vou tentar fazer isso
o mais minuciosamente possível, vamos lá:
* Promo 2013 – versão tape no Japão e no Brasil. Versão cdr de 2 mil cópias;
* Zombified Humanity Vol 2 – compilação em cd onde entramos
com uns 10 sons eu creio;
* Shitfun/Mesrine – split tape live lançada na Bélgica pelo
selo Bringer Of Gore do amigo Marc Luyten;
* Shitfun/Lt.Dan – tape lançada nos estados unidos pelo selo
Third Eye Grind Records do amigo Jon;
* Shitfun – Killer Live Tape lançada na Serbia;
* Shitfun/Academic Worms/Obbito/Baixo Calão – 4way live tape
lançado pelo meu selo e pelo selo do Beto, vocal da baixo calão, a Marreteiro
Grinder;
* Shitfun/Sete Star Sept – split ‘7 ep, vinil lançado na
Bélgica pelo selo Bringer Of Gore
* Shitfun/Industrial Holocaust – split ‘7 ep, vinil lançado
na Bélgica pelo selo Bringer Of Gore
* 2 Minutos Para Expressar Nosso Ódio – cd compilação,
entramos com um som;
* Shitfun/Bixera – split cd lançado pelo selo brasileiro Rotten
Foetus e Deranged For Leftovers;
* Shitfun/Academic Worms – split cd lançado por vários
selos;
* Shitfun/Pulmonary Fibrosis – split ‘3 ep, vinil lançado
pelo meu selo Old Grindered Days Records;
* Shitfun/Crotchrot – split cd lançado pelo selo Cemitério
records;
Com certeza eu devo ter esquecido algum item hehe.
A-Ufa ! Putz! Kkkkkkk
A- Vocês vinham de formações mais Death e estilos digamos
mais metalizados, que tipo de Metal vocês ouvem atualmente?
G- Cara eu escuto tudo de metal, porém tenho preferências por
estilos mais rápidos e brutais. Gosto muito do thrash oitentista e de raiz
saca, tipo Exodus na época do Bonded By Blood, Kreator antigo, Slayer antigo, Sodom
antigo... Na praia do death metal eu aprecio muito a safra sueca como Dismember,
Nihilist, Grave e coisas assim nesse naipe. Também curto algo de heavy (bem
pouco) tradicional como Black Sabbath, Accept, Saxon, muito pouco de Dio, Running
Wild também eu curto pacas e por ai vai. Gosto muito de ouvir Caverna, Velho,
RCE, Escarnium, Pútrido Sêmen, bandas de gore e grind em geral eu aprecio muito
de verdade. Eu não sou muito chegado em metal mais moderninho saca, cheio de
notinhas, de quebradinhas. Eu gosto da pegada suja, tosca mesmo. Não troco meu
Unleashed e Autopsy de fim de tarde por Krisiun nenhum da vida, por exemplo.
Sem desmerecer de forma alguma a banda e quem curte sacou, é algo bem pessoal
mesmo.
A- Porque essa opção de ter uma formação apenas com guitarra e
bateria, vocês não acham que com um baixo a música ficaria mais encorpada, mais
pesada?
G- A opção de tocarmos sem baixo é por que desde o inicio a
idéia sempre foi sermos apenas nós dois mesmos saca. Não foi por que não
conseguimos ninguém pra esse posto. A Shitfun na verdade surgiu de uma
tentativa frustrada de fazer o Boneache com bateria real, já que lá eu só usava
bateria programada (Boneache é um projeto de grindnoisegore que tenho desde
2010 eu creio, ou 2011, ixi nem sei mais), mas como o som tomou outro rumo,
achamos melhor por outro nome e assim estamos aí até hoje sob essa alcunha
feliz e de merda haha. Eu acho o som da gente bem encorpado tanto ao vivo como em estúdio. Se bem que em
estúdio sempre usamos baixo. O que muitos guitarristas não se ligam, quando não
se tem um baixo na banda, é que deixando a guitarra no mesmo timbre de como se
tivesse um baixo, fica um buraco e as pessoas sacam isso de cara. O som fica
muito estridente, chega a irritar os ouvidos. Creio que a grande sacada da
Shitfun é que Alexandre usa uma afinação muito baixa, e deixa o amp bem
grave. Isso deixa o som da guitarra dele
num peso monstruoso. Sem falar que esse anormal usa também o amp do baixo ao
vivo, e como a guitarra dele só tem 04 cordas e ele toca como se tivesse
tocando baixo, fica algo assim bem demente mesmo hehehe. Eu vejo que muitas
pessoas são um pouco relutantes ainda com nosso som, quando vêem que somos
apenas dois na formação, sem baixo... Muitas vezes isso pode ser algo bem
traumático mesmo hahhaha no nosso caso o trauma advém de outra forma haha. E só
para fechar, nós nunca pensamos, em momento algum, em colocar alguém para tocar
baixo ao vivo por que simplesmente não sentimos falta dele. Como eu disse a
timbragem de Alexandre cobre os possíveis buracos deixados pela falta do baixo.
Quem já nos viu ao vivo sabe do que to falando.
Cartaz da última turnê no RS |
G- Para o futuro estamos criando e decompondo para o nosso
primeiro trabalho solo, um full lenght, já temos selo e tudo para ser lançado
aqui no Brasil mesmo. Esse cd ira conter mais ou menos umas 25 musicas novas
(já temos 18 compostas e só esperando terminarmos as outras para podermos
gravar tudo bem biitinho) e será lançado em formato digipack de luxo, virá com
um pôster da banda, adesivo e estamos vendo se rola um patch também para
acompanhar o lançamento. Também temos um cd para sair nos Estados Unidos, aliás
esse cd já era pra estar pronto, mas enfim o cara não pôde lançar antes e tals,
mas pelo que ele me disse até dezembro de 2015 o cd sai por lá e receberemos
nossas cópias aqui. Tem também um outro vinil ‘7 para sair pelo nosso selo
belga Bringer Of Gore, um 4way cd na Alemanha com as bandas Gore (Brasil),
Putrefuck (Espanha/México), e outra que esqueci o nome hehe, pelo selo Uterus
Productions. Vai sair também um split ‘5 ep vinil com a banda amiga Plague
Rages, pelos elo americano Gozer, esse vinil será quadrado e limitadíssimo em
50 cópias. Também para 2016 temos uma tour pelo nordeste a ser feita junto com
as bandas amigas Rotten Cadaveric Execration (salvador) e Feces On Display (SP),
esse role será feito em duas semanas, onde iremos tocar em diversas cidades do
nosso frio nordeste hehe. No mais, creio que são esses os projetos da banda
para o ano que vem, sem falar em vários splits com várias bandas amigas como
Harmony Fault, Dead Fetus Collection, Necrocefalo e outras que não consigo me
lembrar agora. Ah e para esse role pelo nordeste, iremos fazer um 3way cd com
as 03 bandas envolvidas, para promover o esquema e fazer a coisa fluir de forma
prazerosa e barulhenta. Pode ser que eu tenha esquecido algum lançamento, ou
algum split com alguma banda amiga, mas é isso aí, na minha idade a coisa anda
difícil para lembrar de certas tranqueiras.
A- Muito boa a entrevista e como é de praxe, deixe aqui a sua mensagem final!
G- Guga, valeu mesmo pelo espaço em seu zine e pela
consideração de nos entrevistar e saber um pouco do que pensamos e do que rola
na banda. Zines impressos hoje em dia é algo bem raro e só quem edita uma coisa
assim sabe a importância que isso tem em nossas vidas e no underground de uma
forma geral. Só para fechar, gostaria de dizer que deveriamos pensar na união
como algo mais completo, mais libertador e mais livre dos vícios que o poder
plantou entre nós. Chega de divisões pessoal. Por que uma pessoa que curte
Black não pode andar com quem curte grind? Por que um metal não pode ter
amizade por um punk? Isso são divisões que só nos afastam uns dos outros e de nós
mesmos, e dessa forma o poder filho da puta nos fode, rindo de nossa desunião e
de nossa ignorância. Muito obrigado pela oportunidade e estamos ai cara. Grind on!
A
Caixa postal 428 - Acf Amorim - Petrolina/PE
CEP: 56.302-972
Brasil
m.alexandredm@hotmail.com
shitfungrindcore.bandcamp.com
shitfungrindcore.bandcamp.com
facebook.com/shitfunband/
Abrimos esse espaço pelo valor histórico de certas gravações. Falaremos tanto das bandas novas, quanto das velhas conhecidas, pois nos sentimos atraídos pela autencidade que sempre marcou o som UNDERGROUND.”
Assim estava escrito no Acclamatur de 1986 e é assim que vamos conduzir o Subterraneus aqui no blog. Vamos considerar tanto as gravações boas quanto as gravações mais toscas ou mais simples de bandas que por falta de experiência ou por morarem longe de grandes centros, sem acessibilidade a bons equipamentos fazem o possível para registrarem o seu som com um único sentimento: FÚRIA! E FÚRIA é o que mais importa. Portanto, promos, lives, demos antigas, fúrias esquecidas no tempo e que valem serem resgatadas para mostrar autencidade e sinceridade ao Metal estarão aqui para os arqueólogos vasculhem nos registros arkashicos
Thrash
Black Metal ducaralho. Passei recentemente um show inteiro batendo cabeça ao
som dessa banda. Muita força o som deles ao vivo. Logo após esse evento, o
Helloween na cidade do Cabo de Santo Agostinho eles lançaram essa demo bem tosca,
com uma gravação ao vivo no estúdio. É muito aguda, com ruídos, e por ter
poucos graves ficou muito seca. Mas dá perfeitamente para sacar que a banda é
boa e a proposta é um som raçudo mesmo. Som de guerra como um bom Black Metal
deve ser. O matéria gráfico é apenas uma impressão com a foto da capa e contra
– capa, apenas os nomes das músicas. Inserida dentro de um envelope de plástico.
Mas nessa coluna , o que vale mais é o registro histórico e tá aqui registrado
e a banda merece ser procurada, como também merece uma produção de verdade, até
mesmo porque não é uma banda nova, já
tem bastante tempo de estrada. Os integrantes são Max- (Vocalista)
Rafael-(Guitarrista) Felipe-(Baterista) Stinot (baixo). O underground agradece mais esse registro.
G. Burkhardt
ACCLAMATUR é : Guga Burkhardt & Nina Burkhardt
Diagramação e Ilustração das capas, colunas Videre, União e Contos Mórbidos: Guga Burkhardt
Agradecemos à todas as pessoas que estão conosco todos esses anos, não é preciso citar nomes, elas presentem quem são.
Bandas nos procurem!!!!!!
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