sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

HELL POISON            PRIMITIVE          TEMPESTILENCE              ATOMIC BOMB    

  GLADIATOR OF DEATH        EVRAH        DESDOMINUS       INFECTOS      
      
HELLLIGHT         OUTLANDERS       DARKSYDE                  SHITFUN 

 RECOVA        TUMULO       EDI           CATASTROPHIC ANTIMUSICAL



NÓS SOMOS UNDERGROUNDS !

Mas não somos pobrinhos. Arte underground não é sinônimo de coisa mal feita, é suja mas jamais anti-higiênica. É subterrânea por funcionar e atuar as margens do sistema. É contracultura e por isso mesmo mais sábia e inteligente que essa cultura massificada da superfície. Somos arte subterrânea, mas nossos tuneis devem ser ornados de respeito e inteligência suficientes para fazermos a coisa bem-feita. Só assim seremos respeitados e traremos mais gente para nossas trincheiras! 

G. Burkhardt


        








HELLLIGHT – JORNEY THROUGH THE ENDLESS STORMS - SP

       Às vezes me pergunto, o que faz o homem achar belo uma música que o carrega de forma tão brutal para os abismos da tristeza e melancolia? A resposta deve ser essa: poesia! Pura poesia, mesmo lúgubre, mas de uma beleza que descortina a alma deixando-a um pouco nua, com aquela necessidade que temos de desabafar, chorar, como forma de alívio, mesmo não sabendo de que. Sim precisamos da Luz do Inferno, dessa sinfonia para nos guiar. É simples assim. É assim que eu defino todos os trabalhos dessa banda maravilhosa, que junto com o Mithological Cold Tower e Imago Mortis, talvez seja a tríade do Doom Metal brasileiro.  São 08 faixas, na maioria com 9, 10, 12 minutos nos conduzindo de forma magistral para imagens quase cinematográficas. Destaques? Todas. Vocais hora limpos hora guturais de Fabio de Paula que também foi o produtor e que ainda tem o dom de criar solos ultra melódicos e ao mesmo tempo com muito felling, algo próximo dos solos chorados de David Gilmor. Como é características de um bom Funeral Doom, as músicas são longas, 12, 10 minutos na sua maioria.  Exemplos do poder emocional da banda é o inicio de Dive in The Dark,  Distance Light That Fades talvez seja a mais lentona e Time carrega um piano ao fundo com momentos, mesmo arrastados, onde a bateria manda ver nos dois bumbos. O disco encerra de forma belíssima com os teclados de Rafael Sade, na “curtíssima” (3’26 min.) End Of Pain. Quase choro, quando terminou o último acorde!
                 
                                                                    G. Burkhardt




HELL POISON / PRIMITIVE – VENENO PRIMITIVO – SPLIT

        Lançamento da Profanarium Records e Deathreign Records que vem contribuindo muito para propagar o nosso underground e dos nosso Hermanos da América do Sul. Mais uma capa com arte inspiradíssima de Emerson Maia, formato envelope/pôster com todas as letras e numerado à mão. O formato Split é um bom momento de matar duas cobras e mostar apenas um pau, e no caso, essas duas cobras são com certeza filhas daquela serpente do edem, maldosas na sua essência, mas detentor de proclamar ideias de liberdade. Já isso vale muito a pena perder o paraíso e ver a vida como ela é, o real, Speed Metal como se fazia em 80. O HellPoison do Piauí, com aquela guitarra meia chocha, mas numa correria desenfreada, onde visualizamos imagens do nossos séculos  falidos, tem um quê do velho Dorsal que eu respeitava, no jeito de Ramon Deathhammer vociferar. Muito foda. Diabolical Force, LeatherandChains e Elm Street Nightmare seguem a cartilha atual de que menos é mais. A faixa 04 começa com o Primitive, mas uma banda do incansável NattensOldskull. É foda o dom desse cara de fazer coisas tão simples e empolgantes, e melhor: no bom e velho português. Idioma que felizmente, está sendo cada vez mais adotado pelas bandas mais podreiras. Furia Maldita, Ódio eterno e O Martelo das Bruxas estão lá, encravadas nesse trabalho feito por duas mãos hábeis, uma do escaldante clima piauiense e a outra do sufocante ar poluído de São Paulo, mas que parecem saídas do mesmo inferno, da mesma farra de bebedeiras ao lado de satan! Hail !!!!
G. Burkhardt




TEMPESTILENCE – SUPREME DENIEL OF GOD- SP

        Eu gostaria de falar agora da maldade humana. Do poder de três criaturas de uma forma tão natural, transmitir essa maldade. Assusta e ao mesmo tempo percebemos o quão perto dela estamos e como podemos concebê-la no seu estado mais “puro’ apenas no intuito de compor música. O Tempestilence conseguiu esse feito de uma forma tão simples e direta com apenas três arautos e mais uma intro que dá nome a demo. Aquele Death Metal escuro veloz como em Maligna e lentão e opressor na música Renaissance in Putrescence, triturador e mais negro ainda como em Grinding Heart. Energia bruta, ira escondida que aflora sem que percebamos, naqueles momentos que a adrenalina vai a mil. Death Metal, meu amigo, como deve ser! Toscão, produção mediana, talvez por isso mesmo a áurea de escuridão se acentue.
         Os arautos dessa demo são: Fabio Lupus- Guitarra e Vocal, Francisco Souza – Baixo e Cleirton Ceara- tambores.

                                                      G. Burkhardt




ATOMIC BOMB – METAL SELVAGEM- RJ


      O título entrega o clima oitentista da banda, aquela sujeira motörhediana tendência atual, principalmente no Brasil e ainda mais no Rio de Janeiro, onde essa tendência é quase uma febre. Então não tem o que dá errado. Umas passagens bem Thrash como em Speed Metal 666, O Dia da Aniquilação, Livre para Pensar e outras com uma pegada punk como na fudidissima (principalmente o refrão) Jonestown. Letra muito bem feita sobre o assassino em massa, o pastor da morte, Jim Jones que fez quase 1000 pessoas se suicidarem na Guiana francesa. Tema também abordado pelo Manowar em Gayna no Sign of The Hammer. O Power Trio é Marcos Calafaias- Baixo, Rafael Torres – Bateria e Renam Carvalho – Voz e Guitarras. Desenho de capa de Ricardo Chagas e encarte com as letras.Todas as faixas são em português com letras bem sacadas e vocal sujo e nítido, provando mais uma vez que devemos adotar nosso idioma e que se fodam os gringos, vão estudar as línguas do 3º mundo, porra !!!
                                                                          G. Burkhardt





TUMULO – DEATH BY THE HAMMER - SP

          Esse Nattens Oldskull é um alucinado mesmo! Só nesse espaço do blog, é a terceira banda que resenho que tem as mãos dele e todas com a sua particularidade sem ter muitas similidades no som. Apenas percebe-se uma leve assinatura da sua personalidade sem transformar as bandas numa repetição e cópias delas mesmas. Aqui o Tumulo vai no caminho escancarado de ser quase um Hellhammer/ Celtic. Da introdutória e instrumental The Embrace of Lucifer’s Wings totalmente Hellhammer, passando pela pegada Tom Warrior na Death by The Hammer, na rápida e empolgante Morbid Rites e nos Huus ! de Eternal Frost, tudo soa exatamente como o mestre e não estranhem porque de forma surpreendente tem um cover, vocês imaginam de quem? Celtic Frost, Morbid Tales. Esse Nattens é um alucinado mesmo! Foda !Huuu !

                                                                      G. Burkhardt





EVRAH – ÓDIO E TERROR – DEMO - PE


         Horda formada em 2000, voltaram à guerra na melhor tradição do Black Metal de Hellcife, os caras bateram a poeira e das catacumbas do passado exumaram 04 desesperados hinos originariamente gravados numa tape em 2002e regravaram em agosto de 2015 no Darkside Studio, já que a precariedade que captaram os sons na época não condizia com a força da banda. Acho , porém que em alguns momentos ainda não tenham alcançado a qualidade sonora adequada para o carrego natural do estilo e a qualidade sonora da banda. Mas o cd começa muito bem com The All Idiotic Religions, seguida pela quase inteira cadenciada,Dawn All Idiotice. Dominu Satani sem dúvida é a mais empolgante e caótica e encerrando com The Face of Satan. Vocal por Lord Abaddom, guitarra por kronos, baixo por Demoniac e batera por odium. Capa formato envelope e cd com rótulo. Que venha o trabalho oficial, que eu sei a horda está confabulando pelos becos do Hellcife antigo.

                                                                            G. Burkhardt





DESDOMINUS – UNCREATION –SP

       A brutalidade finalmente chegou em minhas mãos, a sensação foi a mesma de quando recebi Devasting Millenary Lies, o trabalho anterior dessa banda, que digo e repito sempre: é uma das melhores bandas brasileiras. Seu Death/Black é de uma beleza, variedade e agressividade difícil de se encontrar. A sonoridade, o estilo de compor e o clima continua o mesmo, até porque a formação permanece a mesma do trabalho anterior, com Paolo Bruno no vocal e guitarra, Willian Gonsalves nos vocais limpos e também guitarras, Rafael Faria no baixo e Ney Paulino na batera. Vale destacar também a belíssima capa feita mais uma vez pelo artista Paolo Bruno. Como já é tradição, eles sempre gravam algo em português e a faixa que abre o cd é Certo e Convicto, de arrepiar. Seguem na mesma pegada com Erase The God Within com belíssimos trampos de guitarras e a música que tem toda razão para nomear o cd, Uncreation é muito foda com uma pegada da bateria empolgante e uma grande melodia no meio da faixa, com guitarras dobradas no melhor estilo do Metal tradicional. Depois Sacred Scrolls of Holy Lies entra tranquila, quase acústica, para depois as guitarras continuarem a dar uma aula de bom gosto. Cathedra é um pouco mais direta seguida de uma pequena incursão acústica instrumental em Introspection. Um inicio com clima meio gótico permeia Inner Elevation, outro grande momento do disco, com um baixo majestoso preparando a maldade consciente do Desdominus em criar climas etéreos no meio do caos, o que acontece no meio da música, com um momento mais introspectivo para depois voltar a porradaria. Waves Collide é mais lenta e também mais góticas com alguns momentos de vocais limpos. Beyond of Allowed é a última pesada já que o cd encerra com Sublimation outra instrumental acústica e bem viajada. Sem dúvida que experimentar o Desdominus  é como uma troca de energia densa sublimada por uma inteligência sombria.
                                                        
                                                                     G. Burkhardt




INFECTOS – MENTE DOENTIA – PE

          Pernambuco é conhecido pela brutalidade de suas bandas e não resta dúvida que após uma Intro cheia de suspense e que nos remete para a capa, um porão enegrecido pela maldade humana , uma avalanche de violência nos pega como uma foiçada nas costas e Feridas Esculpidas cria todo o aparato para respeitarmos essa banda. E o riff inicial de Pela Minha Cartase é viciante e a melodia por traz de toda bagaceira, com a bateria espancada velozmente por Arthur Mendes, para não deixar dúvidas que essa é uma banda de Brutal Death Metal. Segue a pancadaria de Delirio de Negação , Genocídio, 1905 ( uma vinheta curtinha) seguida de  Eu, O Conturbado e por aí vai com mais 04 criações totalmente doentias, onde a letra aparenta um diário de um psicopata, possivelmente o personagem assassino que compõe a capa feita pela guitarrista Luana Rodrigues, que faz jus ao peso acompanhada da outra guitarra de Bruno Rodrigues e baixo com muita presença de Ruan Melo. Pernambuco realmente deve ser conhecido pela brutalidade de suas bandas, porque quando resolvem levar a coisa para a violência, desenterram as lutas e o sofrimentos dos  velhos canaviais.

                                                                              G. Burkhardt




SHITFUN – CATASTROPHIC ANTIMUSICAL / ACADEMIC WORMS – OBLITERATION IMPREGNATES – SPLIT

          Continua a saga das mulheres assassinadas e dessa vez contada ao vivo no show que a Shitfun, de Petrolina –PE,  cometeu em Rio Claro, no Metalpunk Attack 7 durante a turnê que a banda fez em São Paulo em 2014. A gravação tá muito boa, prevalecendo o peso, com tudo bem audível, facilitado pelo fato da banda ter apenas 02 integrantes Glésio na bateria e vocal e Marcos Alexandre na guitarra e vocal. As podreiras ultra rápidas e empolgantes são as singelas, Ana Nascimento, Claudia Leite, Helena Nogueira, Eliane Castro, Cleydiane Newell e Victória Duarte.
Numa linha mais punk, noisecore, O Academic Worms ataca com temas empolgantes como na Isso Não É de Deus e na mais cadenciados e curtos, Morte ao Nazi Facismo. A terceira é a louca Nascer, Crescer e Morrer, cheia de gravações de diálogos, choro de criança, barulho de assassinatos, passando um filme na nossa mente e com uma pegada bem grind. Pra Que racismo 2 é muito foda. E terminando, com uma pegada bem punk Rock, Todo Porre Eu Parei. Com uma formação um pouco diferente hoje, a que gravou esse Split foi Rodrigo “Jacaré” no vocal, Miró na guitarra, Milton no baixo e Sergim na batera.
Duas bandas com estilos diferentes e que seguem a ideologia da anti-música, mas que fazem um som muito foda, independente das regras impostas pelo sistema para definir o que é musica.
G. Burkhardt





OUTLANDERS – KRETACEOUS- SP

         O Outlanders soube construir perfeitamente aquela linha entre a agressividade do Thrash à melodias das boas bandas do NWOBHM, ou seja: melodia pegajosa aliada a agressividade reforçada pelo vocal, muito bom, rasgado na medida certa, de Rafael B. Prado “Noctivago”. Big Flags anda Beer já começa empolgante, com riffs poderosos, bateria marcada por dois bumbos e já definindo o caminho que iria tomar durante toda a obra. A música título, Kretaceous, baixa  muito de Rob Halford no vocal e sem dúvida durante todo o trabalho, a fase Painkiller do Judas “assombra” todas as faixas. A faixa que da nome a banda Já traz um vocal mais na linha do Thrash germânico (vide Kreator) do inicio de 80. E fechando a obra, StormTraitor que retoma de forma mais acentuada o traidor de cristo e que virou sacerdote das hordas metálicas. Judas rules, mas com um detalhe: a banda é muito criativa, com composições fodas, momentos majestosos das guitarras de Diego e Renam, cozinha precisa de Danilo Muller e Diego Barros. Esse é o Heavy metal que me empolga.
                                                                           G. Burkhardt




DARKSYDE – THE APOCALYPSE BELL PART II: LEGACY OF SHADOWS – CE

        A banda tomou para si a fúria necessário para se reconhecer Thrash Metal. O disco anterior já cavalgam para isso , mas no vocal de Alex Eyras faltava a agressividade necessária que Marcelo Falcão, o atual vocalista,  impõe com personalidade, com um vocal forte e agressivo na medida certa. O som da banda, digamos deu uma anobalizada e a banda foi quase totalmente reformulada, ficando apenas o guitarrista Tales Groo (que gravou todas as guitarras) , membro fundador  dessa grande banda que vem no batente desde 1991 e com o passar do tempo vai ficando mais pesada. O disco é recheado de grandes temas, guitarras com solos grandiosos, bateria pesadíssima, algo próximo do que o Kreator anda fazendo hoje em dia (vide a faixa Dust Devil). É som de gente grande numa belíssima embalagem, mais uma vez criada pelos artistas Adriano Batista ( que também participou da capa do trabalho anterior),  Allan Goldman e Marcos Menys.  Portanto tudo aqui é muito bem cuidado e não me cabe aqui destacar nenhuma das faixas, só posso dizer que todas elas, cada uma delas é imprescindível estar nesses trabalho , porque seria um atentado ao Metal brasileiro não marcar essas obras com um registro dessa qualidade. Já é um dos melhores de 2015 !

                                                                        G. Burkhardt


























EDI / RECOVA – CONTRA GUERRA, CONTRA ESTADO – SPLIT 


Recebi esse material em mãos em um show aqui em Pernambuco. O formato dessa demo é no melhor faça você mesmo. Capa xerocada tipo envelope e com pouca informação. Mas estamos falando de punk e a estética e proposta muitas vezes é essa, como os zines, uma mídia massivamente adotada pelos punks, muito antes do Metal e  que não tem intensão de parecer bonitinho, mas sim de passar a sua mensagem. E as duas conseguem. Uma gravação caseira mas que não perdeu peso, as duas bandas alternam as 12 faixas e cada uma tem sua caracteristicas próprias, Digamos que a E.D.I. que é de Natal, tem um som mais agressivo, mais rápido e vocal bem forte, a Recova, de Recifel,  chama atenção na segunda faixa, Olha Mais um Míssel, que estranhamente tem uma pegada meio regional, e que funciona bem.É um material bastante underground até mesmo para se obter mais informação. Mas bom do underground é isso. As vezes são essas peças raras que caem nas nossas mãos que tornam tudo mais interessante e único.


G. Burkhardt










Entrevistamo Glésio, baterista de uma das bandas mais barulhentas e anarquicas do Brasil, a Shitfun, que da uma lição de forma simples, da maneira grind de se viver sem está tão preocupado com a vida dos outros, como vem acontecendo cada vez mais no meio underground.


A.Vocês acham que esse “humor ácido” contido em sua música é uma característica do estilo ou é um reflexo de suas personalidades. Ou seja: o que veio primeiro o ovo ou a galinha?

Gésio Torres e Marcos Alexandre 
G- Dá-lhe grande Guga, prazer imenso fazer parte de suas paginas no fudido Acclamatur meu nobre! Então cara, sobre essa parte do humor eu creio que isso seja mesmo de nossas personalidades. Claro que o estilo propicia também uma forma diferenciada de compor, de nos relacionarmos com o pessoal e tudo o mais né cara. Não somos os tipos de cara que levam tudo a serio, ou que siga a risca o que quer que seja. Pra mim underground sempre foi sinônimo de irreverência, humor, sarcasmo e muitas vezes ate cinismo hehe. A partir daí, como tocamos grindcore e é uma cena vamos dizer assim mais aberta, veio tudo a calhar e deu no que deu né bicho. Gostamos de fazer as coisas a nosso modo, seja na música ou no lado pessoal mesmo. Então acho que uma coisa puxou a outra e propiciou esse clima festivo que emanamos do fundo de nossas idosas pessoas ehehehe.

A- Qual estilo vocês realmente se encaixariam melhor?

G- Eu não gosto muito de rótulos, creio que isso de certa forma limita não só a criatividade mas como a mente da pessoa, banda ou coisa rotulada. Contudo, tocamos grindcore e é nessa cena que estamos inseridos. Mas por tocar grindcore, não significa que só podemos tocar isso e nada mais entende. Temos no nosso som influências do death metal, do punk, do hardcore, do gore e claro do grind que é a peça motriz que canaliza e extravasa isso tudo em forma de melodias encantadoras e charmosas pra caralho! Nós não temos essa de “ah vamos tocar só para quem curte grind”, ou merdas do tipo. Tocamos com punk, com metal, com alternativo, seja o que for. Respeito acima de tudo e abaixo de nada sempre. Não seguimos diretrizes, não levantamos bandeiras nem estamos ai para política ou o que quer que seja, como muitas bandas de grind hoje em dia se intitulam. Se para muitos “grind is protest”, para nós pode ser um milhão de coisas mais, e não apenas protesto. Cada pessoa tem sua forma de protestar, quem pode nos julgar e dizer que nosso som não é de protesto, dependendo do ângulo em que se encara essa palavra ou essa ação? Entende? Não existe como limitar uma coisa apenas por que você acha que é assim. A maior cena esta na cabeça de cada um de nós, isso sim é verdadeiro e nunca irá mudar. A Shitfun surgiu no intuito de fazer som rápido, com letras que nem eram ligadas a serial killer... Alexandre que teve essa idéia de falar de um cara que matava mulheres, e cada som sendo a morte de cada uma delas. Todo o resto é apenas falácia da oposição e intriga dos invejosos.



A- A Shitfun é uma das bandas que mais produzem material físico entre promos , splits, 7”, como vocês conseguem ser tão produtivos em tempos de downloads ?

G- Cara, parece incrível, mas eu ainda acho que não produzimos o tanto que poderíamos produzir hehe. Acho que a mágica mesmo ocorre na forma como lidamos com nosso material, depois dele nos ser entregue todo pronto e editado pelo nosso terceiro membro Magno Dias, um velho amigo que nos dá o suporte das mixagens e masterizações desde nosso início e que irá fazer tudo nosso até morrermos heheeh entende. Eu sempre tive muitos contatos no underground desde os tempos das cartas sociais, dessa forma firmei amizades no mundo todo, e os nossos lançamentos a gritante maioria é fruto dessa integração com vários amigos em diversos locais do globo. A nossa primeira promo mesmo, saiu em formato tape inicialmente no Japão, pelo selo Fuck the Industry, depois saiu aqui no Brasil em tape também pelo selo do amigo Luiz Umberto da Purgatorius Records, depois saiu em cdr editado em mil cópias, e depois fiz mais mil cópias dessa primeira demo, totalizando ai 2 mil cópias. Deu para espalhar legal nosso som por muitos lugares, as pessoas até hoje chegam até nós através desse primeiro material, o que nos enche de alegria e emoção. Realmente essa geração download veio para lascar com muita coisa, mas o pessoal que vive o underground de verdade sempre irá correr atrás de comprar o material das bandas que curte, isso nunca irá morrer.

A- Cite todos os seus lançamentos e formatos!

G- Putz que perguntinha essa heim hahhha, vou tentar fazer isso o mais minuciosamente possível, vamos lá:

* Promo 2013 – versão tape no Japão e no Brasil. Versão cdr de 2 mil cópias;
* Zombified Humanity Vol 2 – compilação em cd onde entramos com uns 10 sons eu creio;
* Shitfun/Mesrine – split tape live lançada na Bélgica pelo selo Bringer Of Gore do amigo Marc Luyten;
* Shitfun/Lt.Dan – tape lançada nos estados unidos pelo selo Third Eye Grind Records do amigo Jon;
* Shitfun – Killer Live Tape lançada na Serbia;
* Shitfun/Academic Worms/Obbito/Baixo Calão – 4way live tape lançado pelo meu selo e pelo selo do Beto, vocal da baixo calão, a Marreteiro Grinder;
* Shitfun/Sete Star Sept – split ‘7 ep, vinil lançado na Bélgica pelo selo Bringer Of Gore
* Shitfun/Industrial Holocaust – split ‘7 ep, vinil lançado na Bélgica pelo selo Bringer Of Gore
* 2 Minutos Para Expressar Nosso Ódio – cd compilação, entramos com um som;
* Shitfun/Bixera – split cd lançado pelo selo brasileiro Rotten Foetus e Deranged For Leftovers;
* Shitfun/Academic Worms – split cd lançado por vários selos;
* Shitfun/Pulmonary Fibrosis – split ‘3 ep, vinil lançado pelo meu selo Old Grindered Days Records;
* Shitfun/Crotchrot – split cd lançado pelo selo Cemitério records;

Com certeza eu devo ter esquecido algum item hehe.

A-Ufa ! Putz! Kkkkkkk



A- Vocês vinham de formações mais Death e estilos digamos mais metalizados, que tipo de Metal vocês ouvem atualmente?

G- Cara eu escuto tudo de metal, porém tenho preferências por estilos mais rápidos e brutais. Gosto muito do thrash oitentista e de raiz saca, tipo Exodus na época do Bonded By Blood, Kreator antigo, Slayer antigo, Sodom antigo... Na praia do death metal eu aprecio muito a safra sueca como Dismember, Nihilist, Grave e coisas assim nesse naipe. Também curto algo de heavy (bem pouco) tradicional como Black Sabbath, Accept, Saxon, muito pouco de Dio, Running Wild também eu curto pacas e por ai vai. Gosto muito de ouvir Caverna, Velho, RCE, Escarnium, Pútrido Sêmen, bandas de gore e grind em geral eu aprecio muito de verdade. Eu não sou muito chegado em metal mais moderninho saca, cheio de notinhas, de quebradinhas. Eu gosto da pegada suja, tosca mesmo. Não troco meu Unleashed e Autopsy de fim de tarde por Krisiun nenhum da vida, por exemplo. Sem desmerecer de forma alguma a banda e quem curte sacou, é algo bem pessoal mesmo.




A- Porque essa opção de ter uma formação apenas com guitarra e bateria, vocês não acham que com um baixo a música ficaria mais encorpada, mais pesada?

G- A opção de tocarmos sem baixo é por que desde o inicio a idéia sempre foi sermos apenas nós dois mesmos saca. Não foi por que não conseguimos ninguém pra esse posto. A Shitfun na verdade surgiu de uma tentativa frustrada de fazer o Boneache com bateria real, já que lá eu só usava bateria programada (Boneache é um projeto de grindnoisegore que tenho desde 2010 eu creio, ou 2011, ixi nem sei mais), mas como o som tomou outro rumo, achamos melhor por outro nome e assim estamos aí até hoje sob essa alcunha feliz e de merda haha. Eu acho o som da gente bem encorpado tanto ao vivo como em estúdio. Se bem que em estúdio sempre usamos baixo. O que muitos guitarristas não se ligam, quando não se tem um baixo na banda, é que deixando a guitarra no mesmo timbre de como se tivesse um baixo, fica um buraco e as pessoas sacam isso de cara. O som fica muito estridente, chega a irritar os ouvidos. Creio que a grande sacada da Shitfun é que Alexandre usa uma afinação muito baixa, e deixa o amp bem grave.  Isso deixa o som da guitarra dele num peso monstruoso. Sem falar que esse anormal usa também o amp do baixo ao vivo, e como a guitarra dele só tem 04 cordas e ele toca como se tivesse tocando baixo, fica algo assim bem demente mesmo hehehe. Eu vejo que muitas pessoas são um pouco relutantes ainda com nosso som, quando vêem que somos apenas dois na formação, sem baixo... Muitas vezes isso pode ser algo bem traumático mesmo hahhaha no nosso caso o trauma advém de outra forma haha. E só para fechar, nós nunca pensamos, em momento algum, em colocar alguém para tocar baixo ao vivo por que simplesmente não sentimos falta dele. Como eu disse a timbragem de Alexandre cobre os possíveis buracos deixados pela falta do baixo. Quem já nos viu ao vivo sabe do que to falando.


 A- Quais os próximos projetos e lançamentos?

Cartaz da última turnê no RS
G- Para o futuro estamos criando e decompondo para o nosso primeiro trabalho solo, um full lenght, já temos selo e tudo para ser lançado aqui no Brasil mesmo. Esse cd ira conter mais ou menos umas 25 musicas novas (já temos 18 compostas e só esperando terminarmos as outras para podermos gravar tudo bem biitinho) e será lançado em formato digipack de luxo, virá com um pôster da banda, adesivo e estamos vendo se rola um patch também para acompanhar o lançamento. Também temos um cd para sair nos Estados Unidos, aliás esse cd já era pra estar pronto, mas enfim o cara não pôde lançar antes e tals, mas pelo que ele me disse até dezembro de 2015 o cd sai por lá e receberemos nossas cópias aqui. Tem também um outro vinil ‘7 para sair pelo nosso selo belga Bringer Of Gore, um 4way cd na Alemanha com as bandas Gore (Brasil), Putrefuck (Espanha/México), e outra que esqueci o nome hehe, pelo selo Uterus Productions. Vai sair também um split ‘5 ep vinil com a banda amiga Plague Rages, pelos elo americano Gozer, esse vinil será quadrado e limitadíssimo em 50 cópias. Também para 2016 temos uma tour pelo nordeste a ser feita junto com as bandas amigas Rotten Cadaveric Execration (salvador) e Feces On Display (SP), esse role será feito em duas semanas, onde iremos tocar em diversas cidades do nosso frio nordeste hehe. No mais, creio que são esses os projetos da banda para o ano que vem, sem falar em vários splits com várias bandas amigas como Harmony Fault, Dead Fetus Collection, Necrocefalo e outras que não consigo me lembrar agora. Ah e para esse role pelo nordeste, iremos fazer um 3way cd com as 03 bandas envolvidas, para promover o esquema e fazer a coisa fluir de forma prazerosa e barulhenta. Pode ser que eu tenha esquecido algum lançamento, ou algum split com alguma banda amiga, mas é isso aí, na minha idade a coisa anda difícil para lembrar de certas tranqueiras.

A- Muito boa a entrevista e como é de praxe, deixe aqui a sua mensagem final!

G- Guga, valeu mesmo pelo espaço em seu zine e pela consideração de nos entrevistar e saber um pouco do que pensamos e do que rola na banda. Zines impressos hoje em dia é algo bem raro e só quem edita uma coisa assim sabe a importância que isso tem em nossas vidas e no underground de uma forma geral. Só para fechar, gostaria de dizer que deveriamos pensar na união como algo mais completo, mais libertador e mais livre dos vícios que o poder plantou entre nós. Chega de divisões pessoal. Por que uma pessoa que curte Black não pode andar com quem curte grind? Por que um metal não pode ter amizade por um punk? Isso são divisões que só nos afastam uns dos outros e de nós mesmos, e dessa forma o poder filho da puta nos fode, rindo de nossa desunião e de nossa ignorância. Muito obrigado pela oportunidade e estamos ai cara.  Grind on!
A  
Contatos:

Glesio Torres
Caixa postal 428 - Acf Amorim - Petrolina/PE
CEP: 56.302-972
Brasil

m.alexandredm@hotmail.com
shitfungrindcore.bandcamp.com 
facebook.com/shitfunband/

















    
           Abrimos esse espaço pelo valor histórico de certas gravações. Falaremos tanto das bandas novas, quanto das velhas conhecidas, pois nos sentimos atraídos pela autencidade que sempre marcou o som UNDERGROUND.”

             Assim estava escrito no Acclamatur de 1986 e é assim que vamos conduzir o Subterraneus aqui no blog. Vamos considerar tanto as gravações boas quanto as gravações mais toscas ou mais simples de bandas que por falta de experiência ou por morarem longe de grandes centros, sem acessibilidade a bons equipamentos fazem o possível para registrarem o seu som com um único sentimento: FÚRIA! E FÚRIA é o que mais importa. Portanto, promos, lives, demos antigas, fúrias esquecidas no tempo e que valem serem resgatadas para mostrar autencidade e sinceridade ao Metal estarão aqui para os arqueólogos vasculhem nos registros arkashicos



     GLADIATOR OF DEATH – TOTAL WAR

          Thrash Black Metal ducaralho. Passei recentemente um show inteiro batendo cabeça ao som dessa banda. Muita força o som deles ao vivo. Logo após esse evento, o Helloween na cidade do Cabo de Santo Agostinho eles lançaram essa demo bem tosca, com uma gravação ao vivo no estúdio. É muito aguda, com ruídos, e por ter poucos graves ficou muito seca. Mas dá perfeitamente para sacar que a banda é boa e a proposta é um som raçudo mesmo. Som de guerra como um bom Black Metal deve ser. O matéria gráfico é apenas uma impressão com a foto da capa e contra – capa, apenas os nomes das músicas. Inserida dentro de um envelope de plástico. Mas nessa coluna , o que vale mais é o registro histórico e tá aqui registrado e a banda merece ser procurada, como também merece uma produção de verdade, até mesmo porque  não é uma banda nova, já tem bastante tempo de estrada. Os integrantes são Max- (Vocalista) Rafael-(Guitarrista) Felipe-(Baterista) Stinot (baixo). O underground agradece mais esse registro.
                 


                                                                                    G. Burkhardt




ACCLAMATUR é : Guga Burkhardt & Nina Burkhardt
Diagramação e Ilustração das capas, colunas Videre, União e Contos Mórbidos: Guga Burkhardt
Agradecemos à todas as pessoas que estão conosco todos esses anos, não é preciso citar nomes, elas presentem quem são.
Bandas nos procurem!!!!!!








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