Esse espaço vai além de um informativo jornalístico, até porque essa é a
última intenção. Na verdade ele contribui para minha expressão artística, como
artista visual que sou. Apelo visual que adotei, desde o tempo (1986) em
que o Acclamatur era impresso, com as capas que eu sempre desenhei, e
lançado numa época em que as capas dos zines sempre vinham com fotos de bandas.
Visual no próprio jogo de palavras dos textos que sempre tiveram o
objetivo de transmitir as imagens que a música nos passa. Uma brincadeira com
imagens e jogos de palavras como sempre adotei, por exemplo, ao contar
histórias das bandas na coluna "Contos Mórbidos". Quem é doido o
bastante, numa época de apelo visual vomitados pelas TVs e internets, de
fazer um blog radicalmente preto e branco? É a questão estética de
entrar no clima dos zines em xerox da década de 80.
Ás vésperas de mais uma atualização do blog me enchi de orgulho ao comprar a
Road Crew e encontrar nada mais nada menos que 22 resenhas de bandas
brasileiras num espaço que continha 39 resenhas. Ou seja, mais da metade das
críticas eram de lançamentos de artistas nacionais. Isso carimba ainda mais a
razão de manter a chama viva, de entender que o que nos une por todos
esses anos é uma coisa muito simples: paixão pelo que se faz. Não é amizade
colorida, é luta em preto e branco.
G. Burkhardt
Puta que pariu! Caralho! Porra!
Vá se fuder! Cacete!
Não tem
outro jeito de começar essa resenha sobre o gaúcho Morterix . Power, Power Trio
mesmo! I Will Kill, um Punkão de 1ª grandeza.
E ainda corri para olhar se ainda era a primeira música. Não era! porque outro
detalhe dessa pisa sonora, é que quase não tem intervalos entre as musicas. São
dez socos no estomago e uma pernada final com uma música surpresa do RDP, no
final do cd e que não está nos créditos. Os temas variam de colonização e
destruição cultural como em Caravels of Diseases, temas do “mal” como Burning
The Churches e pura podreira com em Alcoholic Ritual.
Daqueles
que tocam um Thrash com sangue nos olhos como tem que ser: irado, com pitadas
salgadas de punk /hardcore. Mesmo depois da pancadaria inicial, com direito a
grito Slayerdiano, sou surpreendido por um baixão pesadíssimo no inicio de Caravels of Diseases.
Pois é,
os caras tavam a fim de briga mesmo e você termina o disco com aquela sensação
de ter sido espancado sem dó nem piedade e com raiva de não poder fazer uma
roda sozinho na sala da sua casa.
Rodrigo Ramos- Guitarra e vocal irado, Lucas
Jacomelli – baixão pesadíssimo e Fabricio Gill – Bateria cruelmente massacrada.
Na capa
um desenho simples de Michel Munhoz, mas que consegue paralelo perfeito com a
proposta primitivista e agressiva da banda.
Um presente não só para o Brasil, mas
para o mundo da Cianeto records e vários parceiros que evitaram o risco desse
foguete só ter sido lançado virtualmente.
Puta
que pariu! Caralho! Porra! Vá se fuder! Cacete!
G.Burkhardt
Quando,
no fatídico m.o.a., conheci Ney Paulino,
o baterista da banda e recebi dele o cd promo do Desdominus, sabia que tava
diante de um grande lançamento dessa banda de Americana. Naquele material estava Devastation
Millenary Lies, Def(aith)eat e Behind The Dogma’S Mask. De imediato fui transportado para um mundo de forças guerreiras e pagans,
graças à música que esses caras com maestria conseguiram criar e deixar com uma
gravação e produção perfeitas.
Porque
não adianta ser sujo, ser Black na intenção de ser foda e bater de frente com coisas
que independem de técnica: conhecimento, naturalidade e criatividade na hora de compor.
Pois bem, o “disquinho” finalmente chegou
até nós e o que eu já sabia se concretizou, como um dos melhores lançamentos do
ano. Além das 03 faixas da promo, temos uma belíssima introdução acústica, A Sleep (Preludium), seguida por uma
avalanche cantada na nossa língua, A
queda dos Ídolos, outra com introdução de violão descambando pra porrada Dethroning The Inferior Ones, Autolatry, No
Retribution, Religion: The Chains Of EmptyMins e o final Awake (Postludium) com uma narração em português,
(um hábito da banda desde o trabalho anterior Without Domain), mas que é meio melosa e parece deslocada no
trabalho. Talvez com um vocal gutural no estilo do Uaral do Chile se encaixasse
melhor.
Sem sombra de dúvida uma banda que conquistou a minha
admiração pela fúria, complexidade e beleza que cria suas música. Grande vocal
de Paolo Bruno (também guitarrista), William Gonsalves na outra guita, Rafael
de Farias, aumentando o peso com o baixo e a bateria brutal de Ney Paulino (um
monstro).
G.Burkhardt
Descobri o Infestatio na coletânea BRazilain Xtreme Way MMXIII, e logo gostei daquela
proposta de porradaria Thrash sem muita invencionice, mas carregada de muita garra.
Entrei em contato com a banda e logo os caras me enviaram esse puta EP que
confirmou minhas expectativas de um trabalho tenso e violento vindo de Jundiaí.
O disco tem 05 faixas, A primeira, Shadows
Less, é a que conheci na coletânea e tem um refrão muito bom e com certeza
essa música já deve ser hino nos shows. A segunda, F.Y.A., começa num pique muito porrada e depois desacelera um
pouco. Em se tratando de produção (o cd foi produzido por Rafão, guitarrista da
banda) ela poderia ter sido colocada no meio do disco e a quarta War Is The Answer, deveria ser a segunda e se encarregaria de manter ainda mais o ouvinte preso ao cd,
porque depois dessa seqüência ficaria impossível não querer ouvir o
disco inteiro. The Shark e Bleed The Lies completam o foguete que esses Thrashers
tiveram a boa idéia de apontar pra nossas cabeças. Thrash Metal na veia!
G.Burkhardt
A cabeça por
trás do Witching Altar é a mesma por trás do Best Conjurator (resenhada em
Setembro). Thiago Santyr (The Dwnwich Horror na encarnação Death e aqui como T.
Witchlover). Mas a similaridade entre as duas bandas é apenas o fato de terem os
dois pés fincados no passado. A última soando bem na linha dos primórdios do
Death Metal, como Possessed, Celtic Frost e a Witching Altar soando como as
grandes bandas Doom como Saint Vitus, Pentagram e o avô, pai, filho e espírito
santo: Black Sabbath.
Só dá
vontade de colocar o seu casaco de franjinha, levantar os dedos em V ou \m/ e
sair por aí empesteado de maconha. O som é ao mesmo tempo negro e ao mesmo
tempo belo.
Esse promo
prenuncia um grande lançamento no
cenário Doom brasileiro. A banda já está com quase todo o full-leght gravado e provavelmente
estaremos recebendo essa entidade do passado em 2014.
O trabalho contém 03
músicas, as duas primeiras de autoria de T. Witchlover, baixo-vocal e Peter
Vitus, Guitars (os membros fixos da banda) e um cover foda de Retentless do Petagram. Participação nas baterias de André Lira e
Ricardo Necrogod e Ed Staudinger nos teclados setentões.
A obra esta sendo
relançada e fiquem atentos, porque esse é um item de colecionador, até porque a
parte gráfica está muito bem feita e que aqui fique registrada a atitude da
banda de colocar todas as informações de datas e lugares onde ocorreram as
gravações , pois uma coisa que as bandas estão esquecendo é que o material
gráfico também deve constar datas e servir de referência e orientação de futuros ouvintes com espírito
e preocupação com a história do Metal.
Vamos sacrificar nossos ouvidos nesse Altar de verdadeira arte!
G.
Burkhardt
A ignorância impera lá
pelos pampa, são toneladas e toneladas de bandas à despencarem em nossas
cabeças. O Horror Chamber faz daqueles Death Metals que particurlamente eu
gosto; muita maldade, as vezes ultra veloz, mas na maioria das vezes trazendo a
lentidão de um gigantesco animal para aprimorar a sensação de peso à suas
composições.
O ep
foi gravado em 2008 e lançado pela Cianeto discos. Na prensagem ouve um erro na
sequencia que consta no encarte. Clown Killer, Sleep Hollow, Sin Eater e Work
Slave é a sequência do áudio.Por isso não estranhem quando na 2ª faixa(que
deveria ser a última), um minuto após terminar Sleep Hollow entra um bônus
surpresa do Iron Maiden. Mas essa alteração na sequencia em nada tira um mérito
de ser um grande lançamento de Death Metal.
Gravação exelente (estúdio
Hurricane- Porto Alegre).Timbragem que aprimora ainda mais o peso e a tensão
contida no som da banda.
G. Burkhardt
Acho que com o passar do tempo esse lançamento de 2013 da
Pandemmy, será visto como um dos mais importantes da cena brasileira. Com o
tempo, porque não é aquele som reto e direto, de rápido entendimento. Mas não é
ultra –trabalhado beirando ao massante,
apenas é tão rico em detalhes, que com o passar dos dias vamos descobrindo
coisas e arranjos que o deixa perto de
obras como o último do Kreator.
Ou seja: um thrash Metal riquíssimo em detalhes, super bem
executado, que hora beira pra porradaria e outras para virtuosismo sem afetação,
onde a raça fala mais forte. É realmente impressionante o bom gosto e os momentos inspiradissímos que a banda estava
ao compor e arranjar esse trabalho.O cuidado vem desde a gravação (gravado aqui
mesmo em Pernambuco e mixado em São Paulo) até a parte gráfica, feita por
Alcides Burn em parceria com Emerson
Maia.
O disco já abre com Farewell,
uma introdução belíssima, uma pequena instrumental com Cello e teclados de
Fabiano Penna (que também é o produtor e engenheiro de som), descambando pra a
violenta Mind Effigies que tem solos
soberbos de guitarras, algo comum em todo
o disco, por “culpa” de Pedro E Diogo, trazendo, digamos assim, o lado
“erudito” da banda. Sem sombra de dúvida que a próxima, Self Destruction, tem o refrão mais pegajoso e do caralho do cd
onde o vocal de Rafael Gorga se apresenta fortissímo sem ser só aquela gritaria
ou síndrome de Schimier. Common is a Different Than Normal é mais lenta e tem um solo de
baixo de Augusto Ferrer de arregaçar lágrimas. Idiocracy tem tudo que um Thrash violento precisa e umas
metralhadas que devem ficar fudidas ao vivo.
Whitout Opnium é lenta e melodicamente foda, com mais um solo memorável .
São vários momentos que parecem escondidos e de repente aparecem durante toda a
audição desse disco. Herectic Life e Involution Of A Lost Society são rápidas
e proporcionam momentos de boas váriaçõe rítmicas por parte da batera de
Ricardo Lima. The Price Of Dignity é
mais cadenciada e Rubicon (Point Of Know Return) é aquele convite para nos matarmos
na roda. E terminando, Ode To Renagast tem cheiro de cerveja, de
punhos ao ar e Metal, que Metal é nossa vida e isso a Pandemmy soube bem expressar
introduzindo sutilmente as várias vertentes desse estilo único, sem cair na
armadilha de virar uma sopa de letrinhas ,um samba de crioulo doido ou um álbum
sem personalidade, porque o que temos aqui é Pandemmy e Pandemmy é Thrash
Metal. Hail !
G. Burkhardt
O que
chamou a atenção para o Black Metal do Velho? Tosqueira incidental por ter sido
feita pela genealidade e naturalidade de mentes que sentem o que pregam. Letras
ricas, sujas, doentias e liricamente bem encaixadas. O lançamento da Cianeto
Discos reuniu “Vida Longa ao Primitivo” lançado em 2009 e “Senhor de Tudo” de
2013. O encarte reúne as duas capas e todas as letras que falam de
desesperança, isolamento e caos , que
como já foi comentado, é parte fundamental para que respeitemos o Velho.
A banda
no primeiro registro era formada por Thiago Caronte(Vocal e Guitarra),Thiago
Splatter(Bateria), Valeria Tenebra
(guitarra) e Rafael Chaos(baixo). No segundo registro está como um trio, depois
da saída de Valéria. O som é aquele Raw
Black Metal, instigante, sujo e primitivo. Porque a energia do Velho é
essencialmente primitiva, cavernosa. Mexendo nos sentimentos mais básicos
instalados no nosso ser.
Embora o Velho cante “Eu vivo procurando nos vestígios do
passado, por certos tesouros que não podem ser herdados”, eu creio que eles
acharam e herdaram do passado esse poder real através da obscuridade da sua
musica que literalmente nos possui, quando deveria ser o reverso pelo incomôdo
que as suas mensagens e a sua melodia normalmente causaria ao ser humano. Mas o
Metal, graças aos deuses , não nos faz humanos.
G.
Burkhardt
Doom Metal como vários outros estilos, requer uma certa dose
de “tranqüilidade” e pouca urgência para sacar os detalhes de cada som.
O
Destiny Old Die é uma novíssima banda de Recife, que já mostrou que tem muito a
produzir em termos de obra. Lançou esse trabalho com uma intro e mais cinco
canções dos mais puro sofrimento e beleza melodiosa que esse estilo requer.
Antes
de uma análise das composições, constatei que a produção deixou o som muito
seco, até meio morto e com isso a bateria e principalmente o baixo de Cleyson
Mathias passam quase despercebido, quando deveria ser o contrário pra esse tipo
de som. Mas a criatividade e a qualidade da banda supera tudo isso e esse é um
trabalho recomendadissímo. O vocal de Fabio Farias fica entre o gutural e às vezes rasgado
sem nem de perto cair para o limpo. Suffering
In Silence é lenta e melodiosa para no meio entrar um riff fudidissimo com
uma camada de teclados ao fundo, por Ricardo Silva, para aumentar o clima
angustiante do som, caminhando para um lamentoso solo da guitarra de Jhon
Francis. Sour Sarcasm é mais “rápida’ dentro dos padrões do estilo. Arduous Equilibrium e Silent Innocent (Of The Death) mantêm o
nível alto de composição, principalmente na pegada insistente da última citada.
Agora, porque o disco se chama... Long Tears?
Simplesmente a banda sacou que a “musiquinha’ que fecha o álbum, apenas com os teclados de Ricardo, inicia meio despretensiosa, mas depois começa a ficar
carregada de um bom gosto técnico e de arranjo arrepiante, que consegue sem
sombra de dúvidas carregar nossos corações e almas de uma paz melancólica como
só o Doom Metal consegue fazer. E aí o disco termina com uma sensação estranha
de morte eterna. Mais uma vez: recomendissimo !
G. Burkhardt
Nessa seção é apresentado e discutido elementos estéticos musicais ou de conteúdo que se aproxima da filosofia de liberdade e anarquia que esse espaço as vezes contém. Portanto os vídeos aqui inseridos não seguem propriamente uma lógica cronológica de lançamento, nem obrigatoriamente estará preso somente a questões musicais. e mesmo que nos seus originais as imagens foram confeccionadas com cor, aqui recorreremos ao preto e branco que são as cores do mundo do Acclamatur.
WARCURSED - RENEGADES FROM HELL
O vídeo oficial da banda Warcursed, "Renegades From Hell", presente no novo disco, "The Last March" que será lançado em breve. A produção é do diretor Helton Paulino, juntamente com o diretor de fotografia Jhésus Tribuzi. Apesar de cair nas já sacadas imagens de banda tocando em lugares abandonados, os personagens que permeiam o vídeo, são bem sacados e a música muito fudida é a razão maior desse vídeo existir. Portanto nos deixa ainda mais ansiosos à espera do novo disco. Aproveitem e deixem rolando para ler a entrevista com a banda logo abaixo.
GENOCÍDIO - KILL BRAZIL
Mais um clipe para nos preparar para um lançamento de uma de uma banda que nunca decepciona. O novo disco, In Love in Hatred, já está pronto e será lançado esse mês. Imagens nervosas num clima politizado, um pouco diferente das temáticas mais antigas, antes do ábum The Clan, que a banda abordava. Mas para o momento do país esse é um tema muito apropriado, muito mais assombrado e obscuro que certas letras Death. aproveitem também a trilha sonora para ler a coluna "Contos Mórbidos" que fala sobre o Genocídio.
No meio metálico do nordeste, assim
como em todas as regiões do Brasil, quase que diariamente surgem bandas de
diversos estilos. Muitas passam meteoricamente e somem sem deixar rastro,
outras parecem conter uma fórmula de permanência, que atravessam o tempo e se estabelecem
de forma coesa e forte num cenário tão difícil de se firmar. A Warcursed é uma
banda que vem galgando cada vez mais espaço na mídia metálica. A banda está
preste a lançar seu segundo trabalho e por isso achamos fundamental essa
conversa para entendermos o que diferencia uma banda “bem” sucedida de outras.
Vi um show de vocês em Juazeiro da Bahia,
ainda com o nome de POST MORTEM, com outra formação. O que mudou de lá pra cá,
tanto de formação como musicalmente para o Warcursed ?
WARCURSED: Com o passar dos anos
tivemos várias experiência em palco, participando de grandes e pequenos festivais, tocando com grandes nomes do
metal do Nordeste e do Brasil, e tudo isso ajudou bastante a evolução e
amadurecimento dos integrantes, e as composições se beneficiaram bastante disso.
Sobre os integrantes, tivemos apenas a entrada de Eduardo Victor nas guitarras,
com a saída de Alan Cruz. Os demais são os mesmo desde aquela época. Inclusive,
o show em Juazeiro nos marcou como sendo a primeira vez que tocamos longe de
casa, vivenciando realmente o que é estar na estrada e tocar para outro
público.
Muitas bandas pecam e perdem muitas
oportunidades por desorganização, o que me parece não ser o caso de vocês.
Existe uma pessoa específica que cuida dessa parte ou tudo é feito pela banda?
WARCURSED: Nós temos uma grande
ajuda da nossa Assessoria de Imprensa, a MS METAL PRESS. Eles sem dúvida já nos
ajudaram e renderam bons contatos, maior visibilidade, entre outras coisas. Mas
quem corre atrás de tudo, buscando as melhores oportunidades, shows, festivais,
contatos, parcerias, etc, somos nós mesmos.
Também percebemos que, mesmo sendo do
interior do Nordeste, o Warcursed foi uma banda que fez muitos shows em 2012 e
2013. Além da qualidade do CD “ESCAPE
FROM NIGHTMARE” que mais fatores contribuíram para isso ?
WARCURSED: Acreditamos que sempre
foi a nossa dedicação à banda, pois sempre corremos atrás, nos preocupamos em
ter qualidade técnica e tentamos levar isso para todos os headbangers que nos
acompanham. Não tratamos a banda como hobby.
Sempre tentamos fazer as coisas de forma profissional e também de forma que o
público, ao ver nosso show, bata cabeça, bote pra fuder e queira ver nosso show
novamente. É muito gratificante ver o reconhecimento do público headbanger.
Noto que alguns produtores de shows estão
ficando meio acomodados e colocando as bandas em espaços ridículos, usando a
filosofia underground como desculpa. Com tanta experiência de palco, o que
vocês acham que poderia melhorar com relação a isso?
WARCURSED: É um pouco complicado
tomar um lado neste assunto, pois muitas vezes não é o fato do produtor querer
fazer o show de qualquer jeito, mas sim o fato de realmente não ter melhores
condições para realizar o evento. Muitas vezes nestes casos prevalece mesmo a
vontade de fazer acontecer a cena do metal na cidade, e quando percebemos isso
achamos muito foda. Por outro lado, também vimos que outros produtores fazem
isso porque querem mesmo, usando realmente esta desculpa do Underground. O ruim
desta situação é em relação ao público, pois eles pagaram a entrada, que às
vezes é muito alta em relação ao que se tem no evento, e esperam ver um show
foda. Porém quando há esta desorganização, não dá para fazermos mágica com os
equipamentos de som que nos disponibilizam para tocarmos. Neste caso, o que
realmente ajudaria é apenas um pouco de pés no chão e organização. Muitas
vezes, a experiência de produzir shows faz com que essas dificuldades sejam
superadas. Outras vezes, não existe condição de o evento se pagar mesmo porque
o público é pequeno ou não existem meios de conseguir equipamentos melhores. De
qualquer forma, tentamos sempre fazer o melhor com o que nos é disponibilizado.
E o
recente show no Agreste in Rock 2013 junto com o Sepultura e RDP, vocês se
sentiram respeitados em termos de produção, rolou brodagem com as bandas
consagradas?
WARCURSED: O evento Agreste in Rock
2013 foi bastante organizado, na maioria das vezes. Uma grande equipe ficou
responsável por fazer o evento acontecer, e quem estava lá assistindo ou tocando
não se decepcionou. No evento houve alguns contratempos e imprevistos que não
vem ao caso, mas no geral fomos bem recebidos pela produção do Agreste in Rock
2013 e principalmente pelas bandas brothers (Psych Acid, Kriver, Suprema,
Sepultura), que mostraram humildade suficiente para conversar, tomar uma
cerveja, trocar material e tirar algumas fotos. Conhecer bandas e pessoas que
fazem parte do nosso meio e estão com a mesma vontade de viajar e tocar é
sempre muito bom. Essa troca de experiências é muito foda.
Como está o projeto de relançamento do
“ESCAPE FROM NIGHTMARE” e o que virá de especial nesse relançamento?
WARCURSED: Ele está vindo
praticamente em paralelo com a pré e a gravação do novo Cd. Agora que
terminamos a gravação do “The Last March” vamos finalizar o que ficou faltando.
O que vai vir de especial nele vai ser uma surpresa para os Headbangers mesmo,
somente saberão quando lançarmos.
E o material “Gates of War” gravado na época
da POST MORTEM, vocês não pretendem
lançar?
WARCURSED: Não. Esse trabalho serviu
apenas para o amadurecimento da banda e que consequentemente resultou no CD
“Escape From Nightmare”, o qual ainda está nos rendendo bons resultados. Na
época da Demo "Gates of War", a banda ainda era iniciante, estávamos
mesmo aprendendo e evoluindo, moldando o que viria a ser a Warcursed hoje em
dia. No entanto, em termos de gravação, esse material deixou muito a desejar e
não seria interessante lançá-lo.
Como estão os preparativos para o novo disco
e qual a previsão de lançamento?
WARCURSED: O novo disco já foi
gravado e encontra-se nesse momento em fase de mixagem. Queremos lançá-lo ainda
em 2013, em meados de Outubro/Novembro. Estamos muito satisfeitos com o
resultado já apresentado e esperamos que todos gostem desse novo trabalho. Esse
registro traz uma sonoridade ainda mais pesada e mais agressiva em relação ao
disco anterior. Possui várias partes mais intrincadas e mais trabalhadas, e tem
sido muito foda ver a reação do público ao ouvir essas músicas nos shows.
Vocês
estão gravando um videoclipe. Falem um pouco sobre a produção, qual a música e
previsão de lançamento e a espectativa desse produto?
WARCURSED: O clipe já foi gravado e
muitos fãs, amigos e parentes estão cobrando esse clipe. Estamos super ansiosos
para lançar, mas o clipe está na fase de pós
produção e deve ser lançado em meados de Outubro/Novembro juntamente com o novo
CD. O nome da música é "Renegades From
Hell", presente no nosso novo disco, "The Last March". A
produção é do diretor Helton Paulino, juntamente com o diretor de fotografia
Jhésus Tribuzi. Toda a produção e gravação foi feita por pessoas próximas,
amigos mesmo, que trabalham de forma muito profissional com vídeo e imagem.
Gravar esse clipe foi uma experiência única, pois nunca havíamos feito algo
parecido. Uma abordagem diferente em cima de nossa música, que promete ser
muito interessante! Estamos ansiosos para ver também o resultado final!
Se quiserem deixar alguma mensagem, fiquem à
vontade e obrigado por contribuírem para o crescimento com tanta qualidade!
WARCURSED: Primeiramente, queremos
agradecer esse espaço e ficamos muito contentes em poder participar dessa
entrevista com o Acclamatur Zine, que vem sempre divulgando nosso material e
nos ajudando.
Os Curseds certamente vão achar do
caralho esse novo material, aguardem as novidades que estão vindo por aí!
STAY CURSED!
Valeu Warcursed e esperamos ter o prazer de resenhar o novo trabalho !
São Paulo, 1987, no final de uma década devastada pelas grandes bandas que
revigoraram o heavy Metal, surgiu um
organismo multifacetado e com uma necessidade quase doentia de sugar a energia
do que é novo e remodelar-se a cada momento para fazer surgir uma nova incorporação.
O som feito
por W. Perna (Guitarra), Marcão (Baixo e Vocal) e Zé Galinha (bateria) não poderia ser algo
mortalmente único, só poderia ser um Metal Morte em grande escala, um
verdadeiro genocídio. Um ano depois,
esmagando ossos já com Juma na bateria,
despejaram a obra em forma de EP sob o mesmo título: Genocídio. E a grande
morte estava plantada.
Entrando na nova década, que já dava sinais de
depressão e confusão artistica, em pleno 1990, o segundo golpe foi dado com uma obra completa para arregimentar uma
horda de genocidas. Depression definiu o grau de violência e atitude que a
banda queria passar. Mas como todo organismo que vive em eterna violência, a
mudança de alguns indidviduos é natural. Murilo toma conta da guitarra e
arremeçam em 1993 o primeiro sinal de que a banda sempre carregaria uma aura
enigmática ao se aprofundar em temas esotéricos e ufológicos, gravando
Hoctaedrom, um marco no Death brasileiro e um disco que lançou de vez o nome do
genocídio , não só para o Brasil, mas também em direção ao velho continente. Mesmo com a coisa em ascenção, um ano depois, mais
uma mudança na banda, Marcão sai e é substituido por Daniel e Murilo assume os
vocais.
1996 seria um ano marcante para a banda, lançam
Posthumos, reafirmando respeito como uma banda extrema, mas disposta a
experimentalismos, ao colocar o violinista Flávio Venturini em uma das faixas ,
"Goodbye Kisses” e a cantora lírica Irene Sailte. Mostrando sua preocupação
com a inovação, numa época em que poucas bandas se arriscavam com inserções
musicais fora dos círculos violentos do Metal extremo. Mas foi nesse mesmo ano
que o Genocidio implodiu e se desfez. Mas
W. Perna resolveu reativar a banda e chama Marcão para assumir os urros
novamente, Gustavo para a segunda guitarra e Marcelo para os tambores. E com
essa formação póstuma segue em turnê raivosamente e se aprofundando mais ainda
nos desconhecidos mistérios da existência humana. No clima apocalitico de 1999,
com os arautos anunciando mais um fim do mundo, escancaram o próximo grito: One
Then We... Nas letras, agora sob responsabilidade de Perna, flertam ainda mais com o gótico, aliens estão
presentes nos textos quase gnósticos e elementos obscuros povoam ainda mais o
mundo agora bem mais Doom do Genocídio
E na década seguinte a banda, novamente como um trio, com Alex na bateria, sente a
necessidade da energia rebelde da fúria falar mais forte e lança em 2001,
Rebbellion, trazendo mais velocidade e
peso à banda. Quase uma volta aos primórdios primitivos de um genocídio
impensado, onde a capa mantinha a tématica conspiratória da nossa ignorância
quanto a verdadeira origem. Um grito do verdadeiro ato de rebelião: repensar
nossa história.
Depois de um hiato de 5 anos, W.Perna,depois de um
acidente que o fez perder parte do polegar direito, assume o baixo, Murilo
volta para os vocais e guitarra, Dennis D. na outra guitarra e Fabio M. na
batera. Para esquentar as hordas lançam virtualmente um ep, Hiatus e em 2007
sai Probations Live, um DVD para provar a intensidade da banda ao vivo.
A experiência de tantas turnês trouxe um verdadeiro
sentimento de clan e nada mais natural que o próximo trabalho falasse da
relação humana, de grupos, a obra foi nomeada The Clan. O ano era 2010, mais um avanço de década,
mais um álbum com proposta agressiva com incursões inovadoras nas suas
composições. A maturidade do Genocídio chegou a seu ápice. Muita rispidez
alinhada com muita precisão e técnica.
Em 2013, lança um vídeo oficial antevendo o próximo disco, In Love Whith Hatred. Um verdadeiro massacre, asssassinato em massa de um
clã que sempre se rebelou contra um
sentimento de depressão mesmo achando que nossos mitos não são um de nós,
mas um "deles".
Um clã que já deixou seu
legado póstumo, mas continua fazendo sua música de forma apaixonada mesmo que com muita
raiva.
G. Burkhardt
ACCLAMATUR é : Guga Burkhardt & Nina Burkhardt
Diagramação e Ilustração das capas, colunas Videre, União e Contos Mórbidos: Guga Burkhardt
Agradecemos à todas as pessoas que estão conosco todos esses anos, não é preciso citar nomes, elas presentem quem são.
Bandas nos procurem!!!!!!
www.facebook/acclamatur
acclamatur@gmail.com
G. Burkhrdt
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