Passamos por uma fase crítica: o pós-três. Em 1986
começamos o zine impresso e encerramos no nº 3. Talvez tenha sido até benéfico.
A tríade, o santo três na cabala que nas ciências místicas e ocultas, são as três forças primárias que juntas são responsáveis pela criação. As tríades de todos os cultos
espalhados pelo mundo. De Horus, Isis e Osiris, a Brama , Shiva e Vshinu, o
positivo, o negativo e o neutro. Talvez, apenas os 03 Acclamaturs tenham tido poder de manter a
mística e a força que poucos meios de “comunicação” mantém depois de quase 30
anos.
Sentimos essa força no ar e voltamos como blog em 2013 e lançamos 03 publicações
nos meses de junho, setembro e dezembro respectivamente. E agora ultrapassamos
o 3. Apesar de em março , mês 3, ainda estarmos sob a influência da tríade.
Trouxemos
de volta esse mês uma coluna antiga, a “Subterraneus” que busca divulgar
trabalhos que ficam no meio termo entre a vontade de registrar a história e o profissionalismo de uma gravação. Muitos são
crucificados por isso, mas que pintor nunca
borrou um quadro, que alfaiate nunca cortou errado um tecido, que eletricista nunca
experimentou um choque? Nunca tivemos medo de errar e cada criação vem carregada de mais
experiência.
Em 1986 na “Subterraneus”
falamos de uma demo – ensaio precariamente gravada, onde a banda iniciante não
tinha nem baixista e a bateria era apenas uma caixa, e mesmo assim o impacto transgressor
que esse trabalho transmitia era de arrepiar. Por isso estava no Acclamatur e particularmente nessa coluna. Depois
disso, no disco de estréia “Seasons of Dead” a banda colocou um agradecimento a
minha pessoa, talvez por termos reconhecido o diamante bruto que estava nas nossas mãos. São essas coisas que nos faz acreditar na tríade.Qual era a banda? Necrophagia.
Thrash Metal nervoso, potente, tão pesado que beira por
vezes o Death. Gravado no Estúdio O Beco na cidade de Santos, entre 2009 e 2011
a mixagem final manteve o som coeso com todas as faixas niveladas por cima.Por
cima por toda a brutalidade, sangue nos olhos e criatividade que esse estilo
exige hoje em dia para não fazer algo chato e cansativo.
É um disco que passa
rápido por ser tão empolgante. Dez faixas onde as guitarras de Ricardo Lima e Thiago
Pacheco, os urros de Renato Bartkus, o baixo de Anderson Casarini e a bateria
de Luiz Carlos nos conduzem aquele clima de guerra e fim dos tempos que a parte
lírica complementa impressas num encarte de muita qualidade.
A primeira faixa Sickly Psychological Profile apresenta
de forma “consciente” o que vamos encontrar pela frente, mesmo assim nunca
esperamos por algo tão foda como Message
of Death com o riff mais empolgante de todo o cd. Perfeita! E aí meu amigo,
Dirty Scum Rise, No Reason To Fight, Art Of Madness, Death To The Murder, enfim
todas(com um cover surpresa na última faixa), todas passam como um rolo compressor amassando a
falta de identidade e a mediocridade de grupos que querem reinventar fórmulas
que já nos curaram a tempo.
Thrash até a beira do precipício!
G. Burkhardt
IMPIOS – TOTAL
HERESIA – CARUARU – PE
Black Metal é sempre uma coisa difícil de comentar se formos
pelas velhas questões filosóficas, principalmente quando a banda canta no nosso
idioma, mas o Impios conseguiu colocar sua parte lírica muito bem encaixada na
proposta ideológica da banda. São 06 faixas,
Ritos de Guerra/Armagedom, Deusa da Luxúria, Iconoclasta de Satã, Total
Heresia, Ao lado Negro Rei Das Profundezas e mais Total Heresia gravada ao
vivo em 2012 no festival de música extrema, II
Chama Impura que acontece em Recife.
São músicas rápidas, mas com inserções de passagens mais “tradicionais”.
Destaque para a guerreira Total Heresia com uma paradinha matadora para depois do
grito "carnificina!!!" a música voltar
com um riff destruidor.
Esse EP foi
lançado em 2013 e gravado e mixado na cidade natal da banda. O material gráfico
é simples, em forma de envelope, mas com informações de formação, datas e
locais de gravação, o que já é um ponto positivo, já que com a tendência dos downloads,
as bandas estão esquecendo de colocar essas informações de datas nos encartes
do CDs, comprometendo a história.
G. Burkhardt
WARCURSED – THE
LAST MARCH – CAMPINA GRANDE – PB
Um dos lançamentos mais esperados de 2013. A banda foi
entrevistada nesse blog, e já percebendo o profissionalismo desses caras, era
de se esperar um grande trabalho depois do debut . E a banda não relaxou em nenhum momento e
lançaram um discaço de Death/Thrash de altíssima qualidade. Primeiro o que chamou
a atenção nesse trabalho é a falta de pressa nas composições. O peso está
contido muito mais no clima retalhante dos riffs das guitarras do que na gratuita demonstração de
velocidade para esconder a incapacidade de intercalar notas para formar uma
música realmente brutal. É claro que tem momentos onde a bateria de Marsell
Senko é massacrada em altíssima
velocidade. A questão é que nesse disco nada é gratuito e o que se sente é que
as composições são ricas em detalhes e de um extremo bom gosto. O vocal de Jean
Sauvé também é forte e a produção não esqueceu de agravar o peso com o som do seu
baixo (vide Temple of Destruction)., com contribuição também das guitarras
afiadíssimas de Richard Senko e Eduardo Victor. É difícil destacar alguma
música, é claro que riffs como os de Renegades from Hell ou os solos de Death
Machine e Temple of Destruction elevam o nível de composição no cd. Warcursed
definitivamente iniciou sua marcha para o mundo.
G. Burkhardt
Whipstriker -
Troopers of Mayhem – RJ
À tempos o Rio de Janeiro descobriu que o Menos é Mais.
Começou com o Apokaliptis Raids, atualmente temos também em evidencia o
Hellcourge , o Velho e o Whipstriker. O que é o Menos? Menos demonstração de
técnica, menos escalas intricadas, menos exibicionismo musical. O que é Mais?
Mais raça, mais felling, mais pegada e mais sujeira. Porque era desse Mais que
o Metal era feito em 80 e por isso foi tão revolucionário e acordou tanta gente.
Foi desse som sujo com cara de rua que voltou a ter força, voltou a ser
submundo de onde nunca deveria ter saído. Sucesso? É relativo se a banda perder
o tesão, se começar as brochar pouco a pouco e virar um ser vivendo à base de
elogios. Som limpo? Não o Whipstriker é pura podridão com vocal a lá Venom,
momentos meio Motorhead, possessed, Hellhammer, Beast Conjurator e todos já
citados acima. Metal pra macho, caralho! Quer coisa lindinha? Vai ouvir metal
melódico.
G. Burkhardt
STORMS
– THE BEGINNING OF END – Caruaru - PE
Tradição
e historia é principalmente o que faz
esse trabalho tão valioso. A Storm é uma das bandas mais antigas de Pernambuco
(formada em 88 encerrou atividade em 91, retornando em 2011) e só agora
conseguiu lançar um cd. O Thrash executado pelo trio é muito mais germânico que americano. A experiência aprimorou também os músicos, que não exageram nos
malabarismos instrumentais, porém sacam que cada nota, cada riff colocado no
lugar certo é o que faz uma grande obra.
Com uma introdução “tradicionalíssima’
regada a sirene e sons de tempestade com teclado fúnebre, descamba para Chemical Death muito foda por sinal,
onde o vocal só entra la pela metade da música. E aí é que o bicho pega quando
percebemos que quem canta todas as músicas é Alex Morais, o baterista, e quem
já viu a banda ao vivo, sabe que o monstrinho se garante. Seguem com Devastation, musica composta depois do
retorno. The Rape mantém o clima de
quem sabe e sente o que é ser Thrash: um pouco de virtuosismo no baixo de
Kassius Leandro e guitarra de Junior Sá com um monte de malicia doentio nos
vocais e no andamento da música. All of
Evil é com certeza uma composição da década de 80, um tradicionalíssimo Old
School. Dangerous Mind é outra da
fase nova, mas sempre com um pé no passado. E finalmente ou infelizmente
(porque o cd está acabando), a faixa título que carrega aquela maldade no
vocal, tão necessária a essa vertente. A produção a cargo da própria banda
deixou o som um pouco sem peso (principalmente a bateria), mas com os três
instrumentos muito bem equilibrados e perfeitamente audíveis. O encarte vem com
as letras e isso já é um bom motivo para se adquirir o cd.
Depois
da calmaria de longos anos, felizmente veio essa tempestade.
G. Burkhardt
PSYCH
ACID- DISTURBANCE WHITHOUT CONTROL – Caruaru – PE
Mais
uma de Caruaru com mais de 20 anos de criação. Mais uma onde o
baterista é o vocalista e berra bem pra cacete. Mais uma com um Thrash Metal
vigoroso e mantendo o respeito com a tradição. Mais uma que lançou o primeiro
cd somente em 2013. Mas as semelhanças param por aí, porque o Thrash tem
dessas coisas: por mais que tenha uma fórmula pré-definida, uma estética
amarrada, bandas de uma mesma cidade, de uma mesma época, com as mesmas
influências, conseguem ter estilos totalmente diferentes. O esporro sonoro do
Psych Acid logo aflora após uma intro com a vigorosa Disturbance Without Control precedida de Our Mistake com algumas partes mais cadenciada e também com
momentos de velocíssimos e belas melodias de guitarras por parte de Bruno
Amorim e Anderson Diniz. As próximas, Corrupt e Rough já nos dão sinal que um
puta torcicolo será nossa sina e que nem a sexta faixa, a instrumental com o nome
da banda, nos tira desse destino.
Nato Vila Nova é o berrador por trás de uma
bateria massacrante e único remanescente da formação original.Fabio Santos é o baixista e se impões com o peso que o baixo tem que ter. O
encarte com letra se abre mostrando aquelas montagens de fotos de momentos da
banda como os encartes dos anos 80. Mais um imperdível.
“Nova Roma de bravos
guerreiros, Pernambuco animal animal”
G.Burkhardt
A banda foi formada em 2012 em salvador e já no final desse
ano, começou a gravar essa demo no Lunatic Studio para lança-la pela Cianeto em
2013. A qualidade da gravação está muito boa.
Com a contribuição de Alexandre "Disgracedeath"
Nunes – Vocal ultra gutural, Israel Ferrão – Guitarras e Ícaro Senhorinho –
Bass praticam aquele Death tradicionalíssimo, ou seja: extremamente pesado e negro.
No encarte do cd não vem identificando que socou a bateria.
Começando com uma Intro
meio cinematográfica, depois Total Death
Cult entra com toda fúria seguida de Blasphemies
on the Nazarene Corpse com um começo arrastadão para descambar na
velocidade e voltando várias vezes numa linha mais doom. Contemplating
the Obscurity segue a agressão e terminando com Guerra ao Domínio Cristão, um
empolgante final num trabalho que vai ganhando força faixa a faixa e a
banda termina com uma crueza nos riffs mostrando que a rispidez ainda impera
nas bandas Death.
G.
Burkhardt
OBSkURE – DENSE
SHADOWS OF Making – fortaleza – ce
Sem sombra de dúvida que esse trabalho é denso e sombrio,
mas isso é óbivio para uma banda de Death Metal, mas em nenhum momento a
densidade funde as músicas em um único clima durante todo o cd, ou seja, a
variedade nas composições do Obskure é
foda!
O clima muda música à música de umas passagens doom, a velocidades
suicidas e teclados formando um camada melódica difícil de se encaixar num
estilo tão brutal se a banda não tiver a competência aliada a experiência. E isso a banda prova que tem já que o seu primeiro lançamento, o Overkesting, é de 1997.
Um exemplo emocionante é o começo
de de Hidden Essence Rescue que começa lenta e em segundos é tomada por um
riff cavalgante fuderoso. A já clássica Christian
Sovereign com início doom. Uma
agressividade brutal em From One Stopped Dreaming...
com grandes palhetadas no começo e no meio com entradas de pianos suaves entrecortados por vocais animais espancados por bateria mais uma vez suicida. Entenderam? Só
escutando. E se vocês escutarem os riffs de Barren
Evolution !!!!
Em meio a 10 assassinatos o cd termina com uma coisa
animalesca que só o grandes nomes do Death Metal conseguem provocar: Vermi’s Banquet.
Tudo nesse disco é primoroso, desde a produção e mixagem de
Moisés Veloso e Obskure, que deixou o peso e instrumental totalmente
equilibrado, até a arte gráfica de Gustavo Sazes em digipack, com livreto e
letras. Apesar do tempo de existência, esse é apenas o segundo full -length da
banda.
Não é só obrigatório, mas é primordial essa obra pra sua
construção emocional e intelectual, porque não adianta estar vivo sem entender
que a morte é proeminente.
G.Burkhardt
Underground
forte é underground unido. E como ser forte e unido? Para todo movimento é
importante criarmos uma rede de informações e troca de serviços, apoiando e
divulgando quem ajuda ou facilita as coisas acontecerem. Uma dessas pessoas é a
figura de Gil Dessoy da Cianeto Discos, que conheci recentemente adquirindo
lançamentos da Cianeto. Achei que seria uma boa idéia um papo informal para que as bandas ficassem por dentro e visualizassem
mais uma possibilidade de editar o seu trabalho e de uma certa forma mostrar para algumas criaturas que vivem no meio, que se não nos ajudarmos estaremos fadados ao fracasso.
-Sei que existe um passado de distros antes da Cianeto e gostaria de
saber como começou a sua história e a idéia de fazer esse trabalho?
GD-Tudo começou em 2004, quando comecei a fazer parte do projeto/banda
de metal extremo Lenhador. A partir dali, comecei a frequentar eventos, entrar
em contato com bandas/selos/zines, e trocar experiência.A ideia de formar o selo foi justamente pela vontade de fazer algo, de
criar uma rede de contatos, ajudar a divulgar os trabalhos de bandas que gosto.
-Você visa uma linha de lançamento,prefere trabalhar com algumas
vertentes especificas ?
Um princípio básico: A banda não pode ser amiga de deus, ehehehe
Sou ateu, então, white metal, ou satanistas burros não tem vez comigo.
Já lancei bandas de Black Metal, e vou continuar lançando, porém, vai
depender da temática da banda.
Não quer dizer que sou cristão, mas, também, não vejo muito sentido no
“outro lado”, tem gente que acredita em “satã” como algo real, palpável, que
segura um garfo e fica espetando as pessoas, ahahah
A pessoa que acredita nisso, também acredita em deus, então, é duplamente
burra.
Mas voltando às vertentes:
Sendo extremo, sujo, feio e não sendo amigo de deus, tá valendo! Eheheh
Ou seja não trabalho só com metal, não me limito somente à isso.
-Vendo os preços tão acessíveis no site da Cianeto, como você consegue trabalhar
preços tão bons?
GD-Vendo a preço de custo, e muitas vezes tiro grana do bolso pra manter
selo e distro ativos. Não é um negócio.
-Também me parece que você adotou um sistema de
fabricação de digipack e que permite produzir quantidades menores de CDs sem
onerar o preço, não é isso?
Estou fazendo mais alguns testes com uma gráfica local, e, em breve
terei novidades (ou não) quanto à isso.
A princípio, o Digipack só será fabricado caso eu consiga unir rapidez
na fabricação e preço.
-Você conta com uma equipe de trabalho ou é como a
maioria de quem trabalha no undergroud que faz tudo na raça?
Quem me ajuda é a Angela, minha esposa, no fechamento de pacotes,
montagem dos Cds nas caixinhas, e nas postagens.
De resto, artes de encarte e flyers, envio para as fábriacs, fechamento
de parcerias, responder e-mails e pedidos, cadastramento na loja, tudo feito
por mim mesmo.
-Você tem contabilizado quantos lançamentos a Cianeto já colocou no
mercado?
GD- No momento, estamos em quase 100 lançamentos.
Se eu contar, desde 2005, com o lançamentos via Cauterized Prod, foram
ao todo, mais de 150 títulos lançados até fevereiro de 2014
-Como está o mercado exterior para a distribuição dos lançamentos da
Cianeto?
GD- Eu não faço questão de vender nada para fora do país porque nosso
correio é um lixo, e os clientes não entendem o que se passa por aqui. Então,
eu faço somente trocas de material com selos do exterior, para venda na loja.
-E qual o papel da banda e o papel da Cianeto no lançamento e
distribuição dos trabalhos?
GD-O esquema é bem simples. Se eu gostar da banda, a gente acerta o
lançamento.
Hoje em dia, eu tenho um cast de bandas do selo, que pretendo trabalhar
durante os próximos anos, e assim sendo, são poucas as “vagas” para bandas
novas.
O papel da banda é: Entregar a gravação + arte pra gente, e a Cianeto
entra em contato com outros selos underground para ver se existe interesse em
participar da prensagem.
-Caso alguma banda se interesse, qual a forma de
contato?
GD- Temos alguns requisitos para análise de material, nenhum link para
download ou youtube será considerado.
- Músicas gravadas em CDR +
Tracklist
- Um texto comentando sobre a
banda
- Um texto comentando sobre a
origem/escolha do nome
- Breve comentário sobre as
influências da banda
- Logotipo impresso em Folha A4
- Letras Impressas
- Caso o material já tenha algum
arte desenvolvida, imprimir e enviar junto
Endereço para envio:
Gil Dessoy/Cianeto Discos
Rua 13 de Setembro, 33
Colorado/RS
CEP: 99460-000
Uma dica:
Coloque tudo dentro de um envelope, e envie como CARTA REGISTRADA,
o custo é bem mais em conta.
-Eu sei que é uma resposta difícil, mas você como fã,
qual lançamento mais te empolgou ?
GD-Olhando para a lista de lançamentos, muita coisa me deixa BEM feliz.Impossível escolher um só lançamento.
Então, citando os que mais me deixaram satisfeito, por conta do
resultado final, e pela gratidão e parceria com as bandas até hoje (tem banda,
que depois de ter seu material lançado, some...)
Gil e um dos seus "filhos" |
Hass - “Unprocessed Dementia” - CD
Living in Hell - “Portões” - Vinil 7”
Harmony Fault - “Rotting Flesh, Good Meal” - CD
Velho - “Senhor de Tudo / Vida Longa ao Primitivo” -
CD
Whipstriker / Power From Hell - “Brazillian Bestial
Attack” - CD
Homicide - “O que o Cerca, está Morto” - CD
Swords at Hymns - "My Freedom....Forgotten in
Gray Dimness" - CD
Damn Laser Vampires - “Gotham Beegars Sindicate” - CD
-E qual a previsão de lançamentos
para 2014 ?
GD- Para 2014 temos os seguintes projetos de lançamentos:
Brutal
Morticínio - "Obsessores Espíritos Das Florestas Austrais" - CD
Dyingbreed
- "Worship no One" - CD
Harmony
Fault - “Savage Horror Dementia” - CD
Hellscourge - Hell's Wrath Battalion – CD
Incivus Infectus - “Invicius Infectus” - CD Duplicado
Legis Edax - “Hideous Manipulation” - CD
Living in Hell - “Living in Hell” - CD
Mortificy - “Burn and Suffer” - CD
Necrocéfalo - “Full Lenght” - CD
Nucleador - “United by the Toxic” - CDR PRO
Swords at Hymns - "My Freedom....Forgotten in Gray Dimness" -
CD (CD Prensado)
Velho
- “Senhor de Tudo | Vida Longa ao Primitivo” - CD (Segunda Prensagem)
Velho
- “Decrepitude & Sabedoria” - CD
Velho
| Lenhador | Caverna - “3” - CD Duplicado
-Valeu Gil e gostaria que você
deixa-se suas considerações.
GD- Gostaria de agradecer pra caramba a oportunidade, e dizer que adoro
as tuas resenhas, entrevistas, textos e ilustrações Guga!
Seria muito foda ver tudo isso impresso, mas sei dos custos e também,
que a resposta do público nem sempre é a esperada, então, vamos levando
conforme dá!
Eu não falei muito sobre os lançamentos em específico, pois pretendo, em
breve, fazer uma retrospectiva de todos os meus lançamentos, desde os
primeiros, em forma de zine e coletânea, então, para aqueles que não tiveram a
oportunidade de conhecer algum lançamento meu antigo, esta será a oportunidade.
Também gostaria de deixar o link da loja do selo, é imprescindível que
eu venda para que possa continuar a produzir materiais de bandas nacionais.
Acesse: www.cianetodiscos.com.br
Abraços a todos!
Gil e Cianeto Discos.
Nessa seção é apresentado e
discutido elementos estéticos musicais ou de conteúdo que se aproxima da
filosofia de liberdade e anarquia que esse espaço as vezes contém. Portanto os
vídeos aqui inseridos não seguem propriamente uma lógica cronológica de lançamento,
nem obrigatoriamente estará preso somente a questões musicais. e mesmo que nos
seus originais as imagens foram confeccionadas com cor, aqui recorreremos ao
preto e branco que são as cores do mundo do Acclamatur.
OBSKURE – LIVE IN
SESC 2006
Vamos sempre apoiar elogiar e enaltecer qualquer lançamento
que registre, de uma forma tão natural, sem maquiagens (a iluminação do teatro
é básica) o poderio musical de uma banda que já tem anos de história no
underground nordestino e brasileiro.
O DVD foi gravado no teatro do SESC
fortaleza em 2006 e só lançado oficialmente ano passado, mesmo tendo as imagens
rolando por aí de forma não oficial, a banda sentiu a força do material e
conseguiu lançá-lo em 2013.
É um show com aquela cara de uma reunião entre
amigos com piadinhas da platéia, alguém gritando “aumenta o vocal” e coisas
típicas de uma produção mais descolada.
Mas no quesito peso, musicalidade e
profissionalismo, o DVD é foda.
O registro histórico é fundamental, afinal a
banda está completando esse ano, 25 invernos de Dethão. O show também marca a estréia
do vocal Germano Monteiro no lugar de Daniel que incorporou apenas a guitarra,
mas que ainda canta duas músicas do 1º trabalho da banda, o Overkesting (1997). Após uma belíssima
introdução aos teclados por Fabio Melo, o som soturno do Obskured começa com a
fantástica Christian Sovereign que ainda não havia sido registrada em cd pela
banda, só em 2012 assim como as Dense
Shades of Making, From One Who Stopped Dream e Memories of A Recent Past.
São 09 aulas
de Death Metal sem apelação e carregado de muito feeling! Sem sombra de dúvidas
imagens sombria!
G. Burkhardt
Abaixo segue um link de uma edição que fizemos em preto e branco, mostrando alguns momentos do show para vocês perceberem a qualidade do material:
http://www.youtube.com/watch?v=ttQAOLzvlso
Na década de 80, Punks e Bangers estavam se matando nas ruas. Embora não admitissem, no fundo, estavam brigando por música e não por questões ideológicas. E o pior é que muitas bandas na época, como o Crude SS e o Motörhead já fundiam os dois mundos nos seus sons. Por isso na época criamos essa coluna chamada união.
BESTHÖVEN - BLOOD, PAIN, DEATH AND DESTRUCTION – COPILAÇÃO
G. Burkhardt
Na década de 80, Punks e Bangers estavam se matando nas ruas. Embora não admitissem, no fundo, estavam brigando por música e não por questões ideológicas. E o pior é que muitas bandas na época, como o Crude SS e o Motörhead já fundiam os dois mundos nos seus sons. Por isso na época criamos essa coluna chamada união.
BESTHÖVEN - BLOOD, PAIN, DEATH AND DESTRUCTION – COPILAÇÃO
Besthöven é uma banda de D-beat/Crustcore de Brasília criada
na década de 90 pelo único e real membro, Fofão. Na verdade uma banda de um
homem só e sempre atuando ao vivo com diversas formações ao longo desses anos.Todos
os instrumentos foram gravados por ele e aborda trabalhos entre 2005 e 2006
desde a “Lei do mais Fraco” (2005), “Disgrace
And Destruction”(2005) um split com o Skeleton, “A D-Beat Holocaust!!!” (2006) split com o Violation, “Smoke, Fire and Desperate Screams(2006) split com Trioxin 245
até “Slave To Convention” (2006) um
tributo a banda Doom. São 25 sons, a maioria cantada em inglês, segundo
Fofão, uma forma dele se aproximar mais do som da Crude SS, banda ícone maior
desse estilo . Apenas 07 faixas são em português (contando com uma vinheta com
diálogo do filme Pixote), idioma que a banda usava mais nos seus primórdios e
que manda muito bem e se encaixa perfeitamente na anarquia e desconstrução de
um bom Crust. A banda tem um reconhecimento muito grande também na Europa.
Não tem erro, e não precisamos destacar nenhuma música, é podreira de cabo à rabo. Agora vamos aguardar o lançamento do novo pela Cianeto Discos previsto para esse semestre.Crust till Death !
G. Burkhardt
“Abrimos esse espaço
pelo valor histórico de certas gravações. Falaremos tanto das
bandas novas, quanto das velhas conhecidas, pois nos sentimos atraídos pela
autencidade que sempre marcou o som UNDERGROUND.”
Assim estava escrito
no Acclamatur de 1986 e é assim que vamos conduzir o Subterraneus aqui no blog.
Vamos considerar tanto as gravações boas quanto as gravações mais toscas ou mais
simples de bandas que por falta de experiência ou por morarem longe de
grandes centros, sem acessibilidade a bons equipamentos fazem o possível para
registrarem o seu som com um único sentimento: FÚRIA! E FÚRIA é o que mais importa.
Portanto, promos, lives, demos antigas, fúrias esquecidas no tempo e que valem
serem resgatadas para mostrar autencidade e sinceridade ao Metal estarão aqui para os arqueólogos vasculhem nos registros arkashicos.
Segundo membros da atual formação, o Skull Crush está se
preparando para lançar um EP e está tomando uma direção mais Heavy Metal,
diferente dessa demo que descarrega um Thrash Metal na melhor escola americana.
Guerra Nuclear, Public Way e Rastrear e Destruir,
são as três pedradas que mostra que a banda tem a manha. Esperamos que o Heavy
metal que eles se propõem a tocar no momento não tire a agressividade da banda contida
nessa demo. Se seguirem uma linha como o Iced Earth, que mistura perfeitamente
Thrash com Metal tradicional, já estarão aprovados.
Nas guitarras Gustavo
(Bozó) e Matheus (Paraguay), no baixo e vocal Rafael (Oca) e na batera Fernando
(Tiozão). E vamos aguardar o novo trabalho.
G.
Burlhardt
SANGUE
E SUOR – EP 2012
“Tenham uma péssima noite, desgraçados. Quem não gosta do
som, foda-se, eu não chamei. Com vocês: Crematorium”
A apresentação da banda no início do show, já diz tudo.
Foda-se quem quer tudo arrumadinho demais nesse registro, quem quer que o Metal
perca a sua essência ao subir no palco, mais preocupado em mostrar arpejos,
escalas pentatônicas e jazz. Jazz porra?
A razão desse trabalho estar aqui é a
importância do registro, que eles mesmos deixam bem claro a despreocupação em
mascarar erros e falhas, para deixar tudo bem verdadeiro como a banda sempre foi, segundo o texto da capa.
Já assisti vários shows desses Petrolinenses e garanto que é
sensacional.
O evento aconteceu em 2011 no Festival Pernambuco Nação Cultural
do Governo do Estado. Apesar da guitarra de Conde Alemão está parecendo um
grilo, o baixão de Marcos Alexandre está no talo e a bateria de Júlio Brutal
está muito alta, a gravação está bem audível e pra quem conhece as duas demos “Holy Inquisition” (2002) e “Death Metal” (2010) vai babar ao ouvir
“clássicos” do verdadeiro Underground. É Underground com letra maiúscula,
porque fazer esse estilo de Metal em pleno sertão nordestino a mais de 20 anos
é verdadeiramente estar nos subterrâneos da cultura dessas regiões. Com sangue
e suor com certeza foi feito esse trabalho.
G. Burkhardt
Uma das razões dessa demo estar
aqui é que assisti ano passado a Guerra Social ao vivo em Campina Grande, e o que eu vi
foram três garotos com aquela pegada Thrash com muito tesão e vontade de
mostrar o seu som. E isso muitas vezes é mais importante do que estar extremamente concentrado para não errar seus
instrumentos. Estar no palco sem fúria é estar num campo de batalha sem arma.
Já estais morto guerreirinho!
Foto: G. Burkhardt |
O som da demo é ruim. A timbragem dos instrumentos é ruim. Tem falhas de execução. A capa é impressa em jato de tinta. Ainda assim, mais uma vez retomo a velha ladainha de que o que importa é ter autencidade, provavelmente estimulados pela sensação que é fazer Thrash Metal no interior da Paraíba (Caaporã), sensação essa que se perdeu muito nas capitais, onde piercings, tatuagens, caveirinhas se tornou moda e não ato de transgressão.
Portanto, Tom Torment (baixo e Vocal), Marcos Ripper (guitarra) e Matheus Demolisher (bateria) estão no caminho certo e a
banda só tem dois anos de existência, muita lenha pra queimar e muito metal pra
derreter. E essa demo é apenas aquela necessidade que todo artista tem de expor o seu trabalho. Estão para lançar um EP nesse início de ano e tenho certeza que virão novos torpedos.
G. Burkhardt
A
primeira tempestade veio da pálida Suíça na forma de um simbólico Martelo Infernal
carregado em raios apocalípticos impunemente aplicando massivos golpes nas
cabeças e nas convicções de quem achava e queria transformar o Metal Pesado
numa coisa limpa e extremamente comportada.
A atmosfera pesou e nos preparou
para a segunda tempestade na forma de uma Nevoa Cética para corromper ainda
mais nossas crenças em um Metal sombrio.
Daí
pra frente tivemos climas de mudanças, sopros de rejuvenescimento e respeito
pelos deuses que nos trouxeram esses grandes ventos.
Foi nessa atmosfera que em 1999,
no Rio de Janeiro, mais uma vez Raios Apocalípticos anunciaram a terceira
tempestade. Anunciaram que os tempos são outros, para que esqueçamos os sonhos,
a esperança de um mundo melhor.
Estava
criada pela cabeça de Leon Manssur “Necromaniac”
a banda Apokalypitc Raids. Idéia torrencial
pairando no ar pesado que se condensou em uma demo chamada “Demo Reh March 99”, que recebeu muitas
criticas positivas e também acusações de falta de originalidade, mas na verdade antecipava profeticamente o que vem acontecendo em tempos atuais: cada vez mais, hordas
brasileiras se reúnem para produzir uma música para reverenciar os raios negros
da primeira e segunda tempestade.
Ao longo
de dois anos numa constatação quase obsessiva de que apenas a morte é real e
que a vida precisava de uma trilha sonora adequada, lançava-se assim em 2001 a
obra completa “Only The Death Is Real”. Seguindo fielmente os corredores de
ventos das primeiras tempestades, a questão não era inovar e sim seguir as
lufadas assassinas dos mestres de 80, a tosqueira intencional para manter a
animosidade que fez com que o Metal se reerguesse e lutasse naquela década.
Acompanhado
de Pedro Rocha"Skullkrusher”nos tambores substituindo Gustavo “Adrameleck”
a banda inicia outros grandes passos devastadores armazenando energia para o "The
Return of The Satanic Rites" soprado em 2003 e trazendo mais
amadurecimento em termos de produção, sem jamais perder a proposta de manter a
aura Celticana de ventos urbanos.
Em meio a shows, A. Aguinaga “Subumbra”, baixista, deixa a
banda substituído por Vinícios Canabarro “Hellpreacher”.
A Morte
como tema inicial, os Ritos para manter a força das negras nuvens para preparar
uma terceira tormenta. Em 2005 “The Third
Storm - World War III” consolida de vez a pretensão da banda de soar
verdadeira. Verdadeira em não seguir modismos, nem se prevalecer da modernidade
para trazer uma áurea pesada e sombria. O terceiro trabalho mostrava que a
atmosfera estava concretizada, o passo foi dado na consolidação do clima que
sempre iria reinar em mais de uma década de dedicação em enviar devastadoras
descargas elétricas sobre nossos cérebros.
Em meio às mudanças, com a saída de
Pedro Rocha"Skullkrusher e
entrada de Márcio Cativeiro “Slaughter” e muitas viagens Brasil afora, em 2010 “Vol. 04 – Phonocopia” é lançado para
deixar
rastros, marcas para sempre de uma tempestade de idéias que a muito
ultrapassou nossos horizontes.
Se a sonoridade e a tormenta já eram intensas,
agora com a tríade Necromaniac, Hellpreacher e Slaughterer o chaparrón desceu
sobre a America do sul com o Apokalyptic
Raids invadindo vários países em turnê.
Desde
2012 vem se preparando para uma Grande Guerra Apocalíptica fazendo um Barulho Infernal com lançamentos de splits em parcerias com o também Hellhammeriano
Warhammer da Alemanha e o Agathocles e Farscape do Brasil.
Os planos são para
invadir a velha Europa, tão castigada por guerras e invernos. Mas só que essa
tempestade virá carregada com as mesmas
nuvens escuras, espessas e compactadas em décadas de tensão atmosférica
lançadas por um senhor de nome Guerreiro.
Aí entenderão porque só a morte é
real.
G. Burkhardt
ACCLAMATUR é : Guga Burkhardt & Nina Burkhardt
Diagramação e Ilustração das capas, colunas Videre, União e Contos Mórbidos: Guga Burkhardt
Agradecemos à todas as pessoas que estão conosco todos esses anos, não é preciso citar nomes, elas presentem quem são.
Bandas nos procurem e mandem material !!!!!!
www.facebook/acclamatur
acclamatur@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário